Após dias de expectativa e fumaça negra, a chaminé da Capela Sistina finalmente anuncia: o conclave chegou ao fim.
Pouco depois, um cardeal se posiciona na sacada central da Basílica de São Pedro, diante de milhares de fiéis e jornalistas.
É nesse momento que, há séculos, o mundo ouve uma das frases mais emblemáticas da história da Igreja Católica: “Habemus Papam!”
A expressão marca o encerramento de uma eleição e o início de um novo pontificado. Mas de onde veio essa tradição?
Não há um consenso definitivo entre os historiadores sobre a origem exata da fórmula. No entanto, muitos indicam que ela teria surgido após o fim de um dos períodos mais conturbados da Igreja: o Cisma do Ocidente (1378–1417).
Naquele tempo, durante o Cisma do Ocidente, diferentes candidatos reivindicavam o trono de Pedro, levando a divisão entre cardeais, fiéis e reinos cristãos.
A crise só terminou com a eleição de Martinho V, em 1417, reconhecido como papa legítimo por toda a Igreja.
Segundo estudiosos, foi naquele momento, marcado pela necessidade de restaurar a unidade e a clareza, que surgiu o anúncio público e solene: temos, enfim, um papa.
Desde então, a fórmula passou a ser usada como um rito que traduz a universalidade da Igreja e a autoridade do novo pontífice, escolhido em oração, silêncio e segredo pelos cardeais reunidos em conclave.
A frase é proferida pelo cardeal protodiácono, o mais antigo entre os cardeais da ordem dos diáconos. Em 2025, o responsável pela proclamação será o cardeal francês Dominique Mamberti, caso ele próprio não seja eleito papa.
É ele quem sobe à sacada da Basílica de São Pedro e proclama, em latim, o nome de batismo e o nome pontifício do novo papa
A multidão então aguarda a primeira aparição do sucessor de Pedro, que concede a bênção Urbi et Orbi e inicia seu pontificado diante do mundo.
“Annuntio vobis gaudium magnum;
Habemus Papam:
Eminentissimum ac reverendissimum Dominum,
Dominum (Georgium Marium),
Sanctæ Romanæ Ecclesiæ Cardinali (Bergoglio),
Qui sibi nomen imposuit (Franciscum)”.
“Anuncio-vos uma grande alegria;
Temos um Papa:
O eminentíssimo e reverendíssimo Senhor,
Senhor (Jorge Mario),
Cardeal da Santa Igreja Romana (Bergoglio),
Que se impôs o nome de (Francisco)”.
No Especial Papado, o professor Raphael Tonon apresenta a trajetória e o legado do papa Francisco e a história do papado desde São Pedro até os dias atuais. Além disso, expõe como funcionará a eleição do próximo papa.
Assista ao terceiro episódio, A história e os segredos do conclave:
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