Um relatório do governo francês classifica a Irmandade Muçulmana como uma "ameaça à coesão nacional" na França.
Um trecho do documento citado em matéria do jornal Barron’s afirma que o grupo não planeja ataques violentos, mas age de outra forma:
"A realidade dessa ameaça, mesmo que seja de longo prazo e não envolva ação violenta, representa um risco de dano ao tecido da sociedade e às instituições republicanas... e, mais amplamente, à coesão nacional."
A análise aponta para a necessidade de ações para conter o avanço do que chama de "islamismo político".
A principal preocupação no relatório é a estratégia de disseminação do islamismo "de baixo para cima", com foco no nível municipal.
Segundo o documento, o grupo tenta infiltrar simpatizantes em instituições tradicionais para promover suas agendas e influenciar gradualmente a política e a cultura locais.
A estratégia colocaria a esfera pública e a política locais em risco através da "criação de ecossistemas islamitas cada vez mais numerosos".
Escolas como a Averroès em Lille e a Al-Kindi em Lyon foram citadas ligadas à organização, segundo o jornal Brussels Signal.
O documento também afirma que a Irmandade Muçulmana estaria "focando seus esforços na Europa", embora possa estar perdendo influência no mundo árabe.
O Ministério do Interior francês já havia se referido à Irmandade como "a matriz do islamismo político".
A organização possui uma "estrutura sólida" no país e buscaria "mudar regras locais ou nacionais", especialmente sobre secularismo e igualdade de gênero.
O relatório estima que existam 139 locais de culto na França diretamente ligados ao braço francês da irmandade, chamado de Muçulmanos da França (Musulmans de France)
Além disso, outras 68 mesquitas foram consideradas próximas ou simpatizantes dos ideais pregados pelo grupo.
Ao todo, esses locais representam cerca de 7% dos espaços de culto muçulmanos listados no país e estariam em contato com aproximadamente 100.000 fiéis.
Fundada no Egito em 1928 por Hassan al-Banna, a organização surgiu defendendo um retorno ao Alcorão como guias para uma sociedade islâmica moderna.
Inicialmente focada em programas religiosos, educacionais e de assistência social, a Irmandade ganhou rápida popularidade e se expandiu.
A organização passou a ter uma atuação política intensa, incluindo um braço armado, como o Hamas, nos territórios palestinos.
A organização ressurgiu com força nos anos 1980, participando de eleições em países como Egito e Jordânia.
Seu ápice aconteceu depois da Primavera Árabe, com a eleição de Mohammed Morsi à presidência do Egito em 2012. O presidente foi derrubado pelos militares no ano seguinte.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
A Brasil Paralelo traz as principais notícias do dia para todos os inscritos na newsletter Resumo BP.
Tenha acesso às principais notícias de maneira precisa, com:
O resumo BP é uma newsletter gratuita.
Quanto melhor a informação, mais clareza para decidir.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP