Os altos custos de hospedagem em Belém do Pará ameaçam a participação internacional na COP30. Até agora, apenas 47 dos 196 países confirmaram presença, revelando a dificuldade de garantir uma conferência histórica na Amazônia.v
No mês passado, veio a público uma carta de países que reclamavam dos preços elevados. Agora, a ONU pediu que o governo brasileiro subsidie parte da estadia de delegações de países em desenvolvimento. O Planalto recusou.
Segundo a instituição, a média de custo de hospedagem em Belém é de cerca de US$140 por pessoa (R$756), incluindo alimentação. No entanto, na plataforma oficial do governo, o preço mais baixo disponível chega a US$350 (R$1,9 mil) por dia.
Trinta e nove países dos quarenta e sete confirmados já fecharam hospedagem pela plataforma, em sua maioria nações em desenvolvimento. Outros oito negociaram diretamente com hotéis.
A Casa Civil e a Secretaria Extraordinária da COP30 informaram que vão organizar uma força-tarefa para entender as dificuldades das delegações e tentar reverter o baixo número de confirmações.
“Falamos claramente que o país não tem condição, mas que a ONU poderia subir um pouco a contribuição. Em qualquer cidade do mundo eles pagariam mais caro. Não estamos pedindo o valor de Bonn, mas o que pagariam em São Paulo ou no Rio de Janeiro”, disse a secretária executiva da Casa Civil, Miriam Belchior.
O governo admite buscar alternativas de subsídios via iniciativa privada, mas descarta usar recursos públicos.
Grande parte da rede hoteleira de Belém é composta por imóveis particulares, o que dificulta a negociação. A organização afirma estar tentando reduzir os preços para valores mais “realistas” e viabilizar a presença de mais países
O governo brasileiro afirma que 47 países já garantiram hospedagem para a COP30. A ONU, por outro lado, registra apenas 18 delegações confirmadas. A discrepância acentuou a pressão internacional e expôs a falta de consenso entre as partes.
Segundo a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, o país já arca com custos elevados da conferência e não deve assumir despesas de delegações estrangeiras.
O Brasil defendeu que a ONU amplie o valor do subsídio para Belém, igualando-o ao que já é praticado em cidades como Rio de Janeiro e São Paulo.
A ONU, porém, resiste à mudança imediata e alega entraves burocráticos. A divergência já contaminou as negociações diplomáticas sobre clima.
Alguns países chegaram a sugerir que parte do evento fosse transferido para outra cidade. O governo e a organização descartam essa hipótese.
A COP30 foi anunciada como um marco histórico ao trazer o debate ambiental para o coração da Amazônia. Mas, a poucos meses do evento, o Brasil enfrenta uma série de dificuldades que colocam em dúvida sua realização.
Belém do Pará, cidade-sede da conferência, enfrenta preços de hospedagem muito acima do esperado. Motéis estão sendo adaptados para receber delegações estrangeiras. As obras atingem áreas ambientalmente sensíveis.
Além disso, os problemas de saneamento expõem contradições com a pauta do encontro.
Enquanto isso, cresce a pressão internacional. Países sinalizam dificuldade em participar e líderes globais avaliam se irão comparecer. Apesar disso, o governo brasileiro afirma que "não há plano B" para a COP30.
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