Jovens da Geração Z têm impulsionado um aumento de batismos e conversões em países do Ocidente. O fenômeno contrasta com décadas de queda na participação religiosa.
Na França, o número de batismos de jovens entre 18 e 25 anos ficou quatro vezes maior em quatro anos. Só na Páscoa de 2025 foram 17.800 batismos, um aumento de 45% em relação ao ano anterior.
Hoje, o país que já foi chamado pelo papa João Paulo II de “filha mais velha da Igreja” vive um fenômeno que os franceses estão chamando de “Reavivamento Silencioso”.
No Brasil há sinais de renovação, especialmente no ambiente digital.
Durante a Quaresma, transmissões ao vivo durante a madrugada e o aumento nas buscas por temas religiosos mostraram que a fé continua presente.
Entenda: Frei Gilson reúne mais de 1 milhão em live pela segunda vez
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O entusiasmo da juventude francesa pela fé se repete em outros países:
Entre os fatores ligados ao crescimento está a presença de influenciadores católicos nas redes sociais.
Um dos nomes de maior destaque é o da irmã Albertine Debacker, de 29 anos, conhecida como @soeur.albertine. Ela reúne mais de 530 mil seguidores entre Instagram e TikTok.
No Brasil, o Frei Gilson da Silva Pupo Azevedo é um dos principais nomes da evangelização digital no país.
Ganhou notoriedade ao conduzir orações ao vivo nas madrugadas, como o Rosário às 4h da manhã e a Quaresma de São Miguel, alcançando audiências que superaram 1 milhão de pessoas.
Com mais de 9,4 milhões de seguidores no Instagram e mais de 7,5 milhões de inscritos no YouTube, também atua como cantor e pregador, oferecendo conteúdos que unem espiritualidade, música e orientação pastoral.
O padre Paulo Ricardo possui 2,5 milhões de seguidores no Instagram, mais de dois milhões de inscritos em seu canal no YouTube e já produziu mais de 6 mil vídeos até hoje.
Seus cursos abordam temas variados, como espiritualidade, doutrina social e crítica cultural, com títulos como “Terapia das Doenças Espirituais”, “Engenharia da Santidade” e “Revolução e Marxismo Cultural”.
Através desse trabalho, tornou-se uma das principais referências do clero conservador no Brasil.
O alcance digital também chamou a atenção do Vaticano. Em julho, o Papa Leão XIV recebeu 1.000 influenciadores católicos no Vaticano e os chamou de “missionários digitais”.
“Jesus pediu aos apóstolos que consertassem suas redes de pesca. Hoje, Ele nos pede para tecer outras redes: de relações e de amor”, disse o pontífice.
Em agosto, o papa se encontrou com mais de 1 milhão de jovens de 150 países na esplanada de Tor Vergata, em Roma.
O jubileu da Juventude fez parte do calendário do Ano Santo 2025, que deve atrair até 32 milhões de peregrinos à capital italiana até o fim do próximo ano.
Durante a missa de encerramento, Leão XIV pediu aos jovens que não se conformem com a mediocridade.
“Aspirem a grandes coisas. Não se contentem com menos. Abramos espaço para Deus. Só o infinito pode saciar o coração humano”.
Religiosos e pesquisadores apontam diferentes razões para esse movimento:
A escritora britânica Lamorna Ash, de 30 anos, também relatou mudança pessoal ao pesquisar seu novo livro.
“Existe algo na estrutura e nos rituais da fé que oferece um tipo diferente de arquitetura para a vida”.
Para o padre Thiago Fragoso, esse movimento de retorno dos jovens à fé tem explicações claras. Segundo ele, em meio a um mundo volátil, marcado por mudanças constantes.
“Basta ver o movimento da moda, que muda a todo momento. Os jovens encontram na Igreja aquilo que não encontram fora dela: estabilidade e segurança”.
Ele acrescenta que muitos buscam um caminho sólido e firme, algo que só uma instituição capaz de atravessar vinte séculos de história pode oferecer.
“A Igreja enfrentou tempestades, permaneceu fiel a si mesma e, acima de tudo, a Deus. É isso que atrai os jovens: a certeza de um alicerce que não muda ao sabor das circunstâncias.”
O fenômeno também se expressa em pequenos gestos. Na última Quarta-feira de Cinzas, milhares de jovens franceses compartilharam nas redes sociais fotos com as marcas de cinzas na testa.
A irmã Albertine lembra que, em sua juventude, muitos tinham vergonha de mostrar o sinal.
“Hoje, eles não veem porque deveriam esconder isso.”
O número de jovens que buscam a Igreja vem crescendo no mundo. Há 25 anos, João Paulo II reuniu três milhões de jovens em Roma para a Jornada Mundial da Juventude.
O evento, que terá sua 16ª edição em Seul em 2027, foi uma das principais iniciativas do pontificado do papa polonês.
Entender a vida de São João Paulo II é também compreender parte de seu impacto no século XX.
Para aprofundar essa história, a Brasil Paralelo lança sua primeira biografia original: O Papa que Venceu o Comunismo.
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