Trump anunciou através de sua rede social, Truth Social, a intenção de impor uma tarifa de 100% sobre todos os filmes produzidos fora dos EUA.
Segundo o presidente, a medida seria necessária para proteger a indústria cinematográfica americana, que estaria "morrendo muito rápido".
Na publicação, Trump argumentou que outros países oferecem "todos os tipos de incentivos" para atrair cineastas e estúdios americanos, tirando produções de Hollywood e levando-as para outros países.
Ele classificou essa prática como um "esforço conjunto de outras nações" que representa uma "ameaça à Segurança Nacional" para os Estados Unidos.
"É, além de tudo, mensagem e propaganda!", complementou o presidente em sua publicação.
Trump autorizou o Departamento de Comércio e o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR) a iniciarem o processo para instituir a tarifa.
Não ficou claro como exatamente uma tarifa seria aplicada a filmes, que são considerados propriedade intelectual e um tipo de serviço.
Normalmenta tarifas diretas são aplicadas em produtos físicos, durante o processo de importação.
O próprio USTR reconhece que serviços podem sofrer barreiras não tarifárias, como regulamentações ou incentivos fiscais, mas a aplicação de uma tarifa direta sobre o "produto" filme seria inédita na política comercial americana recente.
Trump e seu Secretário de Comércio, Howard Lutnick, não deram detalhes sobre o mecanismo, o prazo ou quem seria o alvo da taxa.
Não se sabe se apenas produtoras estrangeiras ou também estúdios americanos que filmam no exterior serão afetados.
Em uma publicação no X, Howard Lutnick apenas comentou que "estamos trabalhando nisso".
Nas últimas décadas, muitos governos ao redor do mundo passaram a oferecer generosos créditos fiscais e descontos para atrair filmagens.
Dados da organização FilmLA apontam uma queda de quase 40% na atividade da indústria de cinema e TV em Los Angeles na última década.
Em resposta, políticos locais, como o governador da Califórnia, Gavin Newsom, também propuseram incentivos para manter ou trazer produções de volta.
A realidade da indústria é complexa: as bilheterias de cinema nos EUA recuperaram-se parcialmente da queda durante a pandemia de Covid-19, mas ainda não retornaram aos níveis pré-pandêmicos.
Houve uma forte migração do público para as plataformas de streaming, que são, em sua maioria, controladas pelos próprios grandes estúdios de Hollywood.
Além disso, a imposição de tarifas sobre filmes produzidos no exterior poderia ter um efeito contrário ao desejado por Trump, prejudicando os próprios estúdios americanos.
Muitas produções de Hollywood são filmadas fora dos EUA justamente para aproveitar os incentivos fiscais e os custos de mão de obra mais baixos, tornando projetos de grande orçamento economicamente viáveis.
Uma tarifa de 100% poderia inviabilizar essas produções ou aumentar drasticamente seus custos.
A medida está inserida no contexto de guerra comercial de Trump, que já impôs diversas tarifas sobre bens importados durante seu governo, gerando tensões com países como China, Canadá e México.
A China, por exemplo, respondeu anteriormente reduzindo a cota de filmes de Hollywood permitidos em seu mercado.
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