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Para o professor Adriano Gianturco, existe uma evidência empírica que mostra que muitas das crises econômicas têm uma forte correlação com os ciclos eleitorais. A teoria dos ciclos econômicos, de períodos de alta e períodos de baixa, de vacas gordas e vacas magras está ligada ao período eleitoral.
A economia geralmente tende a ir bem pouco antes das eleições, depois tende a ir mal pouco depois das eleições.
Há uma forte correlação cross-country, ou seja, em todos os países. Essa é uma correlação empírica, os teóricos tentam explicar porque isso acontece.
Para o professor, a interpretação é a seguinte, isso acontece porque em muitos casos os políticos têm todos os incentivos do mundo antes das eleições de aquecer a economia de alguma forma:
- aumentando a massa monetária;
- baixando a taxa de juro quando o Banco Central não é independente;
- diminuindo os impostos;
- deixando mais dinheiro no bolso das pessoas;
- subsidiando alguns setores específicos.
Praticamente criando uma bolha artificial que gera um crescimento de curto prazo, mas uma bolha que mais cedo ou mais tarde vai estourar.
Isso aconteceu várias vezes, segundo o professor, em praticamente todas as eleições no Brasil e em vários outros países.
Por qual motivo isso acontece? Quando a economia vai bem, tendencialmente o candidato incumbente, ou seja, que já está no cargo, tem mais chances de ser confirmado.
Um dos maiores motivos pelos quais as pessoas votam é a economia. Com a economia indo bem, as pessoas tendem a confirmar quem já está no poder. Como naquela expressão popular - “time que está ganhando não se troca".
O povo então confirma o incumbente mesmo se a economia estiver assim de forma artificial e mesmo se isso depois gerar uma crise.
O candidato priorizou o princípio de que o foco não é fazer a economia ir bem, mas ganhar as eleições e se manter no poder ganhando outra vez. Mesmo que às custas de um problema econômico que vai ser passado para frente para ser resolvido depois.
Muitas vezes os ciclos econômicos são correlatos aos ciclos políticos, por isso os teóricos da economia falam em Political Business Cycle (Ciclo de Negócios Políticos).
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