Amazônia em chamas e mídia em silêncio - documentário Cortina de Fumaça aborda contradições do movimento ambientalista

Como a Amazônia é uma floresta tropical úmida, a taxa de incêndios naturais é quase nula. Os incêndios são provocados por criminosos. O ano de 2023 foi marcado pela maior taxa de desmatamento nos últimos anos da principal floresta do Brasil, mostrou o Inpe.

Em 2023, a área desmatada na Amazônia e no Cerrado brasileiros é equivalente a duas cidades do Rio de Janeiro (1,2 mil quilômetros quadrados).

Qualidade do ar é 10 vezes pior que o recomendável

Os incêndios florestais fizeram com que a qualidade do ar da região metropolitana de Manaus ficasse 10 vezes pior que o recomendável. Ricardo Coutinho, presidente do Ibama, afirmou: 

“A Organização Mundial da Saúde recomenda que a qualidade do ar, no máximo, não ultrapasse 20 microgramas por metro cúbico (µg/m³) e hoje estamos com Manaus com 225 µg/m³, então a situação é bem grave”.

Por que a mídia tradicional ficou em silêncio?

A revista Carta Capital criticou o posicionamento da mídia tradicional do Brasil, afirmando:

"[Apesar da fumaça ter tomado conta da paisagem] a cobertura midiática nacional tem dado destaque a questões econômicas em sobreposição ao aprofundamento da causa e das consequências do fenômeno climático. Abrindo, mais uma vez, espaço para a desinformação sobre a realidade da Amazônia Legal.

Em reportagem de capa da edição de 3 de outubro último, o jornal O Globo aborda os impactos da estiagem no escoamento de produtos eletrônicos produzidos na Zona Franca de Manaus às vésperas da black friday, enquanto ignora os inúmeros problemas sociais.

Outra matéria que não aprofunda o contexto do problema foi publicada em 4 de outubro pela Folha de S.Paulo com o título Rios estão perto de atingir seca histórica na Amazônia.

O texto traz uma abordagem do fenômeno apresentando dados físicos da seca com informações da Defesa Civil sobre as próximas previsões, mas não faz nenhuma menção sobre os impactos nas comunidades nem sobre a ação de enfrentamento ao problema".

O que leva a mídia tradicional a ter esse comportamento? Para Michele Starling, gerente de comunicação da ONG Friends of Science, o ativismo ambiental depende da situação política local. 

O objetivo dos ativistas seria atingir conquistas políticas, não preservar o meio ambiente ou desenvolver uma ciência genuína. Em entrevista a Brasil Paralelo no documentário Cortina de Fumaça, ela disse:

"A ideia de financiar movimentos ambientais é para que eles causem agitações locais na política, fazendo parecer que se trata de um projeto autêntico e orgânico. 

Digamos que você tenha uma grande ONG internacional no Brasil, e eles dizem: 'Não queremos mais navios de cruzeiro aqui no porto'. Então eles organizam protesto com cartazes dizendo: 'chega de navios de cruzeiro'

Vai parecer que é o povo que está fazendo isso, mas na verdade está vindo de grandes fundações".

Patrick Moore, ex-presidente e cofundador do Greenpeace, afirmou sobre sua organização:

"Eu vi a organização que eu ajudei a criar se tornar uma força do mal. E, hoje, está ainda pior. O Greenpeace se tornou um esquema de corrupção”, disse no documentário Cortina de Fumaça.

O cofundador do grupo conta que a partir da metade dos anos 80, o foco se tornou outro. A expansão global e as grandes doações fizeram ser necessário um diretório internacional para continuar as atividades do movimento. 

Nesse momento, Patrick percebeu que era o único da direção que tinha educação formal em ciência ambiental.

Os demais membros não tinham conhecimento científico. Não sabiam o que realmente afetava a natureza, quais eram os principais problemas da fauna e da flora e não tinham condições de buscar soluções.

Suas ações se voltaram a gerar visibilidade e aumentar as doações.

• Conheça os principais escândalos do Greenpeace.

Documentário Cortina de Fumaça aborda contradições do movimento ambientalista

Para entender a fundo o que está por trás do ativismo midiático e ideológico nas pautas do meio ambiente, a Brasil Paralelo reuniu muitos dos maiores especialistas no assunto, como:

• Alysson Paolinelli - ex-Ministro da Agricultura do Brasil e indicado ao Nobel da Paz por ter feito o cerrado brasileiro ir de uma área infértil para uma das principais regiões da agronomia mundial; 
• Nicholas Vital - jornalista e autor do livro Agradeça aos Agrotóxicos Por Estar Vivo;
• Roberto Rodrigues - Engenheiro agrônomo e ex-Ministro da Agricultura do Brasil;
• Alexandre Costa - escritor especialista em globalismo;
• e muitos outros.

Os entrevistados ainda abordam como realmente atua o agronegócio brasileiro e quais são os possíveis caminhos de desenvolvimento que beneficiariam ainda mais toda a sociedade brasileira.

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