Em uma coletiva de imprensa na Escócia, Donald Trump afirmou que as tarifas comerciais impostas a países parceiros entrarão em vigor no dia 1º de agosto. A medida inclui o Brasil.
O presidente americano também anunciou um novo acordo comercial com a União Europeia. Com isso, as tarifas sobre o bloco europeu foram reduzidas de 30% para 15%.
A UE aceitou pagar R$4,17 trilhões em energia americana e investir mais R$3,34 trilhões nos EUA, além de adquirir equipamentos militares.
Nos últimos dias, apenas cinco países conseguiram negociar exceções com os EUA:
Firmou o primeiro acordo da nova gestão Trump. Obteve tarifa de 10% e isenção para itens aeroespaciais. Em troca, reduziu suas tarifas médias de 5,1% para 1,8% e simplificou o sistema aduaneiro para exportações americanas.
Obteve tarifa de 20% (antes 46%) para seus produtos e se comprometeu a dar acesso total ao mercado comercial aos EUA, além de isentar bens americanos de tarifas.
Eliminou 99% das barreiras tarifárias para produtos americanos e se comprometeu a comprar R$83,4 bilhões em bens dos EUA em dois anos. Em troca, teve a tarifa reduzida de 32% para 19%.
Conseguiu uma tarifa de 19% para seus produtos. Em contrapartida, deu isenção total a produtos americanos e reforçou o pacto de cooperação militar com os EUA.
Concordou em investir R$3,06 trilhões nos EUA e abrir seu mercado a produtos agrícolas e automotivos americanos.
Teve a tarifa reduzida de 25% para 15%.
O Brasil ainda não obteve avanços em suas negociações com os EUA
A exceção é a tarifa de 25% sobre aço e alumínio, que já está em vigor. Para o Brasil, a tarifa será de 50%.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, já havia confirmado a entrada em vigor das tarifas no dia 1º de agosto:
“Sem prorrogações, sem mais períodos de carência.”
O vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro da Indústria e Comércio, tenta negociar a redução das tarifas com os EUA.
Segundo ele, houve uma conversa de 50 minutos com o secretário Howard Lutnick, mas sem avanços.
A Casa Branca avalia que o Brasil não apresentou propostas significativas durante as negociações.
Um dos pontos abordados durante a conversa foi a exploração de minerais críticos, recursos considerados estratégicos para tecnologia, defesa e transição energética. Dentre os elementos constam:
O encarregado de negócios da embaixada americana, Gabriel Escobar, demonstrou interesse nos minérios brasileiros na última quinta-feira (24).
Ele afirmou que uma comitiva de empresários americanos será formada em setembro para negociar, a maioria deles do setor de mineração.
Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou falar com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, mas foi informado de que o tema está sob responsabilidade direta da presidência americana.
Segundo Lula, Alckmin tem insistido nas tentativas de diálogo:
“Todo dia ele liga para alguém e ninguém quer conversar com ele”, disse o presidente Lula na última sexta-feira (25).
Trump anunciou o tarifaço contra o Brasil no dia 9 de julho, alegando que os Estados Unidos acumulam déficit na relação comercial com o país.
Logo após o anúncio, Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que dados do próprio governo americano mostram o contrário: um superávit de US$410 bilhões (cerca de R$2,28 trilhões) a favor dos Estados Unidos na balança comercial com o Brasil nos últimos 15 anos.
Lula prometeu responder ao tarifaço com base na Lei de Reciprocidade Econômica.
Além da justificativa comercial, Trump citou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal (STF) como um dos motivos para a sanção contra o Brasil.
Desde abril, produtos brasileiros já vinham sendo taxados em 10%.
Trump também criticou o STF e o andamento do processo contra Bolsonaro. No dia 17, Lula respondeu em rede nacional:
“Os Estados Unidos fazem uma chantagem inaceitável em forma de ameaça às instituições brasileiras.”
No mesmo discurso, Lula acusou Bolsonaro de planejar atentados contra ele, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, com base em delações do inquérito do STF.
Com a entrada em vigor confirmada para 1º de agosto, o governo brasileiro segue tentando negociar uma saída diplomática, enquanto o impacto econômico e político da decisão ainda está em avaliação.
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