Ao anunciar a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, Donald Trump afirmou que os Estados Unidos estariam em desvantagem na relação comercial com o Brasil.
O argumento foi usado para justificar a sobretaxa e uma possível investigação formal pela Seção 301.
De acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), a realidade é outra.
Segundo o ex-presidente americano, o Brasil adota práticas comerciais “injustas e desequilibradas”.
Ele sugeriu que os EUA estariam sofrendo prejuízos na balança comercial e, por isso, estariam autorizados a aplicar sanções e tarifas.
Além disso, Trump também alegou motivação política: criticou o Supremo Tribunal Federal (STF) pelo julgamento de Jair Bolsonaro e mencionou uma suposta “censura” a plataformas de mídia social americanas.
De acordo com informações do MDIC, o Brasil está em déficit comercial com os EUA há mais de 15 anos. Ou seja, compra mais do que vende aos americanos.
De acordo com esses números, os americanos têm um saldo positivo em relação ao Brasil.
O presidente brasileiro contestou diretamente a acusação de Trump.
Segundo ele, “é falsa a informação sobre o alegado déficit norte-americano”.
Em nota, Lula afirmou que os EUA têm superávit comercial de US$ 410 bilhões com o Brasil nos últimos 15 anos, com base em dados do próprio governo americano.
Apesar de alegar prejuízo comercial, Trump justificou a tarifa de 50% também por motivos políticos. Em carta enviada a Lula, criticou o STF por “perseguir Bolsonaro” e citou uma suposta “censura ilegal” a redes sociais americanas.
O republicano ainda afirmou que qualquer retaliação do Brasil será respondida com nova elevação da tarifa: “qualquer reação será somada aos 50% já impostos”.
Trump também ameaçou abrir uma investigação formal com base na Seção 301, usada pelos EUA contra países acusados de práticas desleais de comércio.
Do lado brasileiro, Lula rebateu as acusações e prometeu resposta com base na Lei da Reciprocidade Econômica, aprovada neste ano pelo Congresso.
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