Fundador, mentor e Presidente do G4 Educação. Fundador da Easy Taxi e Singu, sócio da CRM & Bônus e membro do conselho de administração do Grupo HOPE.
Se você ainda acredita que a solução para o desemprego está nas mãos do governo, você foi contaminado pela cultura anti-empresário que está corroendo o Brasil e o mundo.
A dura realidade é que o verdadeiro drive por trás da geração de postos de trabalho são os empreendedores que, com suas próprias mãos calosas, diariamente lutam contra um sistema falido para criar novas oportunidades e resgatar a economia.
Apesar da recente glamourização do empreendedorismo que não condiz em nada com a realidade da nossa classe (especialmente no Brasil, onde até o passado é incerto), durante décadas foi construída a sua imagem de vilão na consciência coletiva: Tio Patinhas (Disney), Sr. Burns (Simpsons), Lex Luther (Superman)... personificações de um estereótipo sem escrúpulos, avarento e ganancioso.
Fato é que a mentalidade que culmina no ataque à figura que carrega o Brasil nas costas, que gera mais de 8 em cada 10 empregos no país, tem um viés anticapitalista que visa desincentivar o cidadão a encontrar a sua própria prosperidade e aceitar o mínimo do Poder Público.
Só no G4 Educação, em nosso BHAG de chegar a 1 milhão de novos empregos gerados por nossos alunos até 2030, já alcançamos a marca de 553.820 - um crescimento de 157% em comparação ao ano anterior.
Esse número é um deep dive no imenso potencial que existe quando damos ferramentas e incentivos adequados a homens e mulheres de bem que trabalham duro para ver o seu negócio acontecer. Um Estado inchado e moroso jamais teria essa mesma capacidade de empregar em massa.
Apenas uma iniciativa privada empreendedora ágil, inovadora e com estômago para tomar grandes riscos, pode verdadeiramente fazer a roda da economia nacional girar.
Direto ao ponto, os números são alarmantes: 2,1 milhões de empresas fecharam as portas no Brasil no último ano, um ritmo avassalador de 4 fechamentos por minuto. Não por acaso, o número de empregos formais também despencou 26% em relação a 2022.
Essa relação não é mera coincidência, é causa e efeito. Ignorar essa ameaça pode causar consequências irreversíveis.
Simples assim: sem empresas saudáveis, a geração de renda vai fatalmente desaparecer. Em tempos de funding finito, cada negócio que encerra atividades provoca uma onda de layoffs a mais, além de sonhos desfeitos e investimentos perdidos.
Por isso, ao invés de vilipendiar essa espécie em extinção, deveríamos nos questionar como é possível operar em nossas capacidades máximas e desatar as amarras que hoje travam o pleno desenvolvimento do Brasil.
Afinal, cada nova empresa bem-sucedida representa um pool de vidas transformadas, impostos pagos e serviços ofertados à população.
Quando falamos em geração de empregos no Brasil, não podemos ignorar as contribuições da cultura judaico-cristã no Ocidente. Afinal, esta tradição milenar sempre valorizou o trabalho honesto como algo sagrado e essencial para a realização humana.
São Josemaría Escrivá de Balaguer (sacerdote espanhol, fundador do Opus Dei), por exemplo, enfatizava a construção de uma vida de virtudes através do trabalho profissional realizado com excelência e ética, pregando o valor do esforço e do trabalho não só como um caminho de crescimento espiritual, mas de transformação social.
Nesse sentido, não se tratam apenas de ideais metafísicos, mas de se dar dignidade ao cidadão através de princípios tangíveis capazes de elevar os padrões morais de uma sociedade - exatamente o que uma iniciativa privada responsável busca fazer.
Dados da Fundação Kauffman evidenciam que o empreendedor é a verdadeira alavanca de desenvolvimento e progresso. Novas empresas criam empregos, impulsionam a demanda e estimulam a inovação e o crescimento econômico. Mas, vou além, o empreendedorismo é a única forma de um país sair da pobreza.
Só a título de comparação, nos EUA, só as pequenas empresas geraram 12,9 milhões de novos empregos líquidos nos últimos 25 anos, representando dois em cada três empregos adicionados ao total acumulado.
Em 2024, estima-se que haverão aproximadamente 3,5 bilhões de pessoas empregadas em todo o mundo. Sem os empreendedores, não seria possível sustentar o nível de criação de postos necessários para acompanhar o crescimento populacional.
Sem dúvidas, quando um novo business é iniciado, eles precisam de funcionários para operar, desde funções administrativas até vendedores, engenheiros e designers. À medida que traciona, o mesmo acontece com o número de colaboradores necessários para mantê-lo funcionando - o que cria um efeito cascata, pois cada profissional irá gastar o que ganha em bens e serviços, o que, por sua vez, criará mais empregos na comunidade e além.
Esse dinheiro reinvestido também é decisivo para revitalizar a economia, uma vez que provoca o aumento da receita tributária que financia o desenvolvimento de infraestrutura física para consertar estradas, construir escolas, garantir o acesso à água limpa…
Além disso, a sua capacidade de diversificar e criar soluções que desafiam radicalmente o mainstream, podem introduzir novas indústrias no mercado. Por exemplo, avanços inovadores em tecnologia, como o lançamento de redes 5G e da web3, introduziram uma série de novos empregos em telecomunicações, TI e cibersegurança.
Isso tudo é importante porque reduz o risco de instabilidade econômica causada por uma desaceleração em um único setor. Ou seja, graças à variedade de indústrias e negócios, um povo está melhor equipado para enfrentar as flutuações econômicas.
Por isso, precisamos voltar a crescer e tirar as "amarras" que impedem que as empresas produzam mais e melhor. Quando um país se desenvolve, o emprego aparece como uma consequência natural de um círculo virtuoso.
No fim, proteger o empreendedor significa garantir o seu próprio futuro, o sustento da sua família e, claro, evitar a extinção do próprio Brasil.