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Economia
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O que é a Agenda ESG? As empresas precisam de políticas ambientais, sociais e de governança para crescerem?

Conheça as características e pilares da Agenda ESG e seus impactos nas empresas, principalmente com investidores.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
2/8/2023 11:50
Creative Commons

A Agenda ESG é um conceito que está em alta no mercado e possui defensores e acusadores, apresentando lados positivos e negativos. Especialmente hoje, aqueles que atuam no mundo corporativo têm sido convidados a incluir mentalidades e práticas da ESG em suas empresas, a fim de serem mais sustentáveis. Basicamente, essa agenda é apresentada para melhorar a governança, a responsabilidade social e os cuidados com o meio ambiente no balanço empresarial

Um outro lado dessa agenda, porém, pode ser visto como nocivo, a ponto de ferir a liberdade própria do Livre Mercado, relacionando-se a uma mentalidade globalista e ideológica, interferindo negativamente na empresa.

Para investimentos e implementações, é recomendado conhecer prós e contras em relação à Agenda ESG, cujas práticas podem guiar decisões de investimentos, uma vez que investidores podem escolher não investir em empresas que não tenham aderido às pautas de sustentabilidade.  

Os critérios de sustentabilidade não levam em conta apenas o lucro no mercado financeiro. Ao investir em um negócio, um investidor observará não somente índices financeiros, mas também fatores ambientais, sociais e de governança da empresa.

  • De um lado, há pesquisas, como a da consultoria Nielsen, feita em 60 países, que mostram que 66% das pessoas estão dispostas a pagar mais por produtos e serviços de companhias comprometidas com temas socioambientais. 
  • De outro, há empresas perdendo valor de mercado e sofrendo boicote de consumidores por tentarem impor agendas ideológicas na temáticas social e ambiental. Um exemplo recente é o da Bud Light, que perdeu o título de cerveja mais vendida dos EUA junto com bilhões em valor de mercado após uma propaganda com uma pessoa trans, em prol de uma agenda pela diversidade.

A novidade parece tirar o sono das organizações, que buscam entender o que é ESG e as adaptações necessárias para estar em conformidade com as exigências previstas.

Segundo o Climate Change and Sustainability Services, da Ernst Young, as informações ESG são essenciais hoje para a tomada de decisões dos investidores. Mas o que acontece se essa agenda não for seguida?

Leandro Ruschel, investidor em série e co-fundador da Liberta Investimentos, empresa de assessoria que presta uma série de serviços no mercado financeiro, aponta um lado não abordado quando se fala sobre a agenda ESG.

Em sua aula para o Método BP, a 1ª missão com foco profissional da Brasil Paralelo, abordou o tema da ESG no contexto da hegemonia progressista no mundo corporativo, que você pode conferir ao final deste artigo.

- ESG, Paulo Freire e Oscar Niemeyer são enaltecidos por muitas instituições de ensino e canais de mídia, mas será que essas personalidades são os heróis que parecem? Analisamos a Face Oculta deles e de outras personalidades famosas - toque aqui para o primeiro episódio da 3ª temporada.

O que você vai encontrar neste artigo?

O que é ESG?

ESG é uma sigla em inglês que significa Environmental, Social and Governance, sendo essa a definição. Traduzindo para o português, seria: Ambiental, Social e Governança (ASG). A sigla ESG carrega em si a mesma proposta do movimento da RSC (Responsabilidade Social Corporativa) dos anos 1990. Mede-se, assim, se as empresas possuem práticas consideradas socialmente responsáveis ou sustentáveis. 

Na prática, trata-se de uma forma de mostrar que a empresa possui responsabilidade e comprometimento ambiental e social com o mercado no qual atuam, com seus consumidores, fornecedores, colaboradores e investidores.

  • A empresa minimiza seus impactos no meio ambiente? 
  • Preocupa-se com as pessoas em seu entorno?
  • Adota bons processos administrativos?

O que até então era associado à sustentabilidade passa a ser parte estratégica de alguns negócios, integrando sua própria estrutura e operação.

Uma parcela dos consumidores de hoje se preocupa com os impactos ambientais e sociais da cadeia de produção do que consomem ou contratam. A agenda ESG é uma espécie de referência para esses critérios.

Outros, porém, preocupam-se apenas com o produto, preferindo que as empresas não imponham quaisquer valores, principalmente visões que consideram ideológicas

História de surgimento da ESG

O termo ESG foi criado no mercado financeiro para representar uma série de padrões que, uma vez adotados corretamente, poderiam alavancar a atração de investidores e de capital. Foi cunhado em 2004, em uma publicação do Pacto Global em parceria com o Banco Mundial, chamada Who Cares Wins (Quem se importa, ganha).

Kofi Annan, secretário-geral da ONU no período, indagou 50 CEOs de grandes instituições financeiras sobre como integrar fatores sociais, ambientais e de governança no mercado de capitais.

Na mesma época, a UNEP-FI lançou o relatório Freshfield, mostrando a importância da integração de fatores ESG para avaliação financeira. Isso serviu de fundamento para a criação do PRI (Princípios do Investimento Responsável), em 2006. São mais de 3 mil signatários, com ativos sob gestão ultrapassando os USD 100 trilhões. Em 2019, o PRI cresceu em torno de 20%.

James Gifford, economista que liderava o PRI, resumiu assim o significado de ESG:

“O ESG é apenas um subgrupo inserido no contexto maior do investimento sustentável. O termo foi criado, especificamente, para focar em questões materiais. A ideia foi inverter a lógica do que, na época, era chamado de investimento ético, para se concentrar em fatores relevantes para os investidores. Se você tem uma responsabilidade fiduciária, como no caso de um fundo de pensão, não deveria estar pensando num horizonte de nove meses, mas sim de nove anos, ou de 20 anos. E quando se considera esse horizonte, temas como mudanças climáticas, riscos sociopolíticos etc., se tornam relevantes. Algumas pessoas usam o termo de maneira mais ampla, mas o ponto central é a incorporação de fatores socioambientais nos investimentos para gerenciar riscos. Não é mais sobre ética.”

Características e pilares da ESG

A sigla ESG reúne 3 fatores responsáveis por mostrar se a empresa está comprometida com o investimento sustentável. Cada letra do ESG indica a conduta que a empresa tem em relação às questões. 

Os três pilares da ESG são:

  1. Environmental ou Ambiental: pela conservação do meio ambiente;
  2. Social: pela relação com colaboradores e stakeholders (partes envolvidas);
  3. Governance ou Governança: pela administração, ética e transparência.

Environmental 

Mede se a empresa possui práticas para a conservação do meio ambiente, se atua em temas como aquecimento global e emissão de carbono, carbono zero, créditos de carbono, preocupando-se com a emissão de gases de efeito estufa (GEE). 

Observa-se também a poluição do ar e da água, biodiversidade, desmatamento, eficiência energética, gestão de resíduos e escassez de água. 

Social

Mede se a empresa está de acordo com os direitos humanos e leis trabalhistas, se possui práticas de diversidade nos times, segurança no trabalho, proteção de dados e privacidade, envolvimento com a comunidade, investimento social privado, etc. Podem surgir também obrigações de cotas para determinadas minorias sociais.

Governance ou Governança

Mede as políticas de administração da empresa, como condutas corporativas, composição de conselho, práticas anticorrupção, existência de um canal de denúncias, auditorias etc. 

Garantem os direitos dos acionistas, com regras de compliance e de governança.

O movimento não é internacional, mas algumas balizas de boa governança representam exemplos da aplicação e dos objetivos da ESG na prática:

  • Garantia de voto para todas as ações da companhia;
  • Manutenção de comitês de auditoria e de compliance empresarial;
  • Divulgação das políticas de remuneração e de indicação da diretoria;
  • Contemplação de conselheiros independentes no conselho de administração;
  • Divulgação de metodologias de avaliação e de gerenciamento de risco.
  • Conheça a Face Oculta da Agenda ESG:

O que é necessário para uma empresa ser ESG?

Para uma empresa ser ranqueada no índice ESG, precisa estar listada na Bolsa de Valores ou estar no caminho para isso. Existe uma pontuação ESG, realizada por diversas agências, tanto comerciais quanto sem fins lucrativos.

Essas organizações realizam uma análise das empresas a partir de dados básicos e especializados.

As empresas precisam disponibilizar políticas voltadas para as diretrizes do índice e problemas enfrentados dentro dos mesmos tópicos.

A Morgan Stanley Capital International (MSCI) relata que em um período de 10 anos, organizações com maiores classificações Environmental, Social and Governance tiveram retornos 2,5% maiores do que aquelas que não tinham se adequado ao ESG.

Um dos sistemas de ranking mais utilizados mundialmente como referência é o MSCI ESG Score, que analisa o risco considerando 10 categorias ambientais, sociais e de governança. Nas empresas, observa-se:

  1. Estresse hídrico;
  2. Mudança Climática;
  3. Emissões tóxicas e desperdício;
  4. Oportunidades em tecnologia limpa;
  5. Capital Humano;
  6. Segurança e qualidade do produto;
  7. Origem controversa;
  8. Acesso às comunicações;
  9. Governança Corporativa;
  10. Ética empresarial.

Quanto à emissão de carbono:

  • Pegada de carbono do produto;
  • Financiamento do impacto ambiental;
  • Vulnerabilidade às mudanças climáticas;
  • Recursos naturais;
  • Biodiversidade e uso da terra;
  • Fornecimento de matéria prima;
  • Poluição e desperdício;
  • Material de embalagens e resíduos;
  • Oportunidades ambientais; 
  • Oportunidades em construção sustentável;
  • Oportunidades em energia renovável.

Quanto à gestão do trabalho:

  • Saúde e segurança;
  • Desenvolvimento de capital humano;
  • Padrões de trabalho na cadeia de suprimentos;
  • Responsabilidade em relação ao produto;
  • Segurança química;
  • Segurança do produto financeiro;
  • Prioridade e segurança da informação;
  • Investimento responsável;
  • Risco de saúde e demográfico;
  • Oposição do acionista;
  • Oportunidades sociais; 
  • Acesso ao financiamento;
  • Acesso aos cuidados de saúde;
  • Oportunidades em nutrição e saúde.

Em relação ao Conselho:

  • Remuneração;
  • Estrutura de sociedade;
  • Contabilidade;
  • Comportamento corporativo;
  • Práticas anticompetitivas; 
  • Transparência tributária; 
  • Corrupção e instabilidade;
  • Instabilidades do sistema financeiro.

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