Dois dos principais líderes do BRICS, o presidente chinês Xi Jinping e o presidente russo Vladimir Putin, anunciaram que não virão ao Brasil para a cúpula do grupo em julho.
É a primeira vez que Xi faltará ao encontro desde a criação do bloco. E a segunda de Putin, que já havia se ausentado da cúpula anterior na África do Sul.
De acordo com o South China Morning Post, Xi Jinping alegou conflito de agenda. Mas fontes próximas ao governo chinês disseram que o fato de o líder ter se reunido com Lula duas vezes no último ano influenciou a decisão.
Em seu lugar, virá o premiê Li Qiang, que também representou a China no G20 na Índia.
Pequim ainda não anunciou oficialmente o motivo da ausência. Questionado, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores se limitou a dizer que mais informações seriam divulgadas “oportunamente”.
Apesar da ausência, a China continua central no BRICS, bloco que agora inclui novos membros, como Irã, Egito e Etiópia, e ampliou sua rede de “países parceiros”, mirando um sistema multipolar mais robusto.
No caso da Rússia, a explicação foi mais direta. O Kremlin confirmou que Putin não virá ao Rio por causa do mandado de prisão expedido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), do qual o Brasil é signatário.
Segundo o conselheiro de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov, o governo brasileiro “não assumiu uma posição clara” sobre como lidaria com a eventual presença do líder russo em território nacional.
Putin participará por videoconferência. Quem virá ao Brasil será o chanceler Sergei Lavrov.
As ausências de Xi e Putin têm pesos distintos, mas em comum revelam os dilemas geopolíticos do BRICS em um momento de expansão. A China reforça sua presença por meio de delegações diplomáticas, mantendo Xi em um papel mais seletivo. A Rússia enfrenta restrições legais e diplomáticas.
A cúpula acontece nos dias 6 e 7 de julho no Rio de Janeiro. E conta com presença confirmada de líderes como Lula, Modi (Índia) e Ramaphosa (África do Sul).
O BRICS passa por uma fase de expansão. Além dos membros efetivos e dos novos integrantes, o grupo agora conta com dez países parceiros: Vietnã, Belarus, Bolívia, Cazaquistão, Cuba, Malásia, Nigéria, Tailândia, Uganda e Uzbequistão.
Essa nova categoria foi formalizada na 16ª cúpula do bloco, realizada em outubro de 2024, na cidade de Kazan, na Rússia.
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