O passado é tão imprevisível quanto o futuro. Após a publicação das denúncias sobre os crimes de Stalin pelo ex-primeiro-ministro soviético, Nikita Khrushchev, acreditava-se que ele passaria a ser lembrado como um tirano responsável por milhões de mortes, mas as coisas parecem estar mudando com as novas gerações.
Putin e autoridades de seu governo têm trabalhado para resgatar Joseph Stalin como um símbolo da força da Rússia.
Essa ação vem em meio à escalada do conflito com as potências ocidentais e a vontade de expandir o território russo para territórios perdidos pelo país após o fim da União Soviética.
Inaugurada em maio de 2025, esse é o mais recente marco desse projeto de revisão da história do país. A obra, instalada na estação Taganskaya, uma das mais movimentadas da capital, retrata o ditador cercado por trabalhadores e crianças que lhe oferecem flores.
Trata-se de uma réplica de uma escultura dos anos 1950, removida em 1966 no processo de “desestalinização” iniciado por Khrushchev após seu famoso discurso secreto de 1956, no qual denunciou as torturas, deportações e execuções em massa promovidas por Stalin.
Ao devolver o monumento ao espaço público, o governo russo não apenas homenageia um antigo líder, ele também resgata a memória de um modelo autoritário de poder. Mas o que o povo pensa sobre isso?
Na Rússia, 58% da população vê a dissolução da União Soviética como um erro. A BBC foi às ruas do país para ouvir algumas pessoas que, mesmo reconhecendo excessos de Stalin, o veem de forma positiva e entendem que foram ações necessárias:
“Eu acho que Joseph Stalin é odiado injustamente, ele fez muito pela nossa nação. Coisas que nós ainda usamos.”, afirmou o garoto entrevistado.
Quando o jornalista o questionou sobre o período do terror stalinista e gulags ele disse que Stalin não poderia ser o único culpado, pois era um sistema.
Na mesma reportagem, outra mulher o reconhece como um tirano, mas afirma que ele foi um líder corajoso. Imagens captadas pela empresa mostram canecas e outros souvenirs sendo vendidos com o rosto de Stalin.
Esse resgate histórico não se limita apenas a Stalin, mas atinge toda a União Soviética. Um conselheiro de Putin, chegou a defender que a União Soviética deveria voltar, o que justificaria a invasão à Ucrânia não como uma entrada em um país estrangeiro, mas como uma questão doméstica de uma nação.
Putin já declarou que “o fim da União Soviética foi a maior catástrofe geopolítica do século XX”.
Para entender qual é esse passado que influencia tanto no presente, a equipe da Brasil Paralelo viajou o mundo entrevistando os profissionais mais renomados da área.
Historiadores, cientistas políticos e sobreviventes desse período. Assista logo abaixo de graça, o episódio 3 da série que conta a história de Joseph Stalin:
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