O prefeito do Rio de Janeiro (MDB - RJ), e o ex-juiz titular da Lava Jato protagonizaram um bate-boca virtual sem precedentes na última sexta-feira, 22 de novembro. A declaração foi feita após a divulgação do suposto plano para matar Lula, Alckmin e Moraes. A estratégia ganhou os holofotes na semana passada, após a PF divulgar o relatório da Operação Contragolpe.
Paes criticou o posicionamento de Marcelo Bretas, ex-juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro, sobre os indiciamentos de 37 pessoas por um suposto plano de golpe militar.
Sérgio Moro (União Brasil-PR) defendeu Bretas, respondendo que "delinquentes eram os amigos que ele [Bretas] prendeu". Ele se referia aos aliados do político.
Paes revidou, acusando Bretas e Moro de “comprometerem a luta contra a corrupção por interesses políticos pessoais”. Declarou também que os dois “são o exemplo do que não deve ser o Judiciário”.
“Você ainda conseguiu um emprego de ministro da Justiça e foi mais longe na política. Esse aí nem isso. Ele era desprezado pelo próprio Bolsonaro que fez uso eleitoral das posições dele. E quem me disse isso foi o próprio ex-presidente. Recolha-se a sua insignificância. Aqui você não cresce! Lixo!”
Em resposta, Moro escreveu:
“Errado, quem destruiu o combate à corrupção foram os amigos dos delinquentes, ou seja, sua própria turma da impunidade. Ofensa de baixo calão não muda os fatos e só mostra quem ou o que você é”.
O prefeito carioca então acusou o senador de viabilizar “a ruptura das instituições” com sua “politização da atividade de magistrado”.“Hoje se há impunidade é porque você desacreditou a Justiça. Eu tenho tranquilidade em relação aos meus atos e minha trajetória política e não passo mão na cabeça de golpista e nem de delinquente nenhum. E reafirmo que seu lugar será o lixo da história!”
Moro argumentou que o prefeito estaria “nervosinho”, encerrando a discussão. Mais uma vez, Paes respondeu:
“Vou te levar pra passear em Maricá, Marreco! Comigo você não se cria. Tentou e não conseguiu. Parabéns pelo desempenho da “Conja” em Curitiba! Aqui é tetra! 😎😎😎”.
A troca de acusações reflete as tensões políticas atuais e as consequências das ações da Operação Lava Jato, que teve Moro e Bretas como figuras centrais.
Veja a discussão abaixo:
Marcelo Bretas foi o titular da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Ele ordenou a prisão de políticos como o ex-presidente Michel Temer e empresários como Eike Batista.
Tornou-se conhecido quando assumiu a 7ª Vara Federal Criminal, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio.
Em 28 de fevereiro de 2023, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afastou Bretas por supostas irregularidades em sua conduta, incluindo negociação de penas e alinhamento político inadequado.
Já Sérgio Moro é uma das figuras mais famosas da Operação. Hoje senador, ele foi responsável por condenar Lula em 12 de julho de 2017. A sentença foi anulada pelo ministro do STF Edson Fachin, que viu irregularidades no processo.
Para ele, o Tribunal Federal Regional da 4ª região, onde Moro trabalhava, não tinha a competência necessária para julgar o caso. O parecer foi referendado pelo plenário da Corte por 8 votos a favor e 3 contra.
Com a decisão, Lula recuperou os direitos políticos e voltou à Presidência da República.
Eduardo Paes, por sua vez, acabou de se reeleger prefeito do Rio de Janeiro em primeiro turno. Ele já havia ocupado o cargo entre 2009 e 2017. Voltou à prefeitura em 2020 e agora governará a Cidade Maravilhosa por mais 4 anos.
Atualmente, ele sofre um processo por possível corrupção passiva na eleição de 2012. O caso estava sendo julgado pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. No entanto, o STF decidiu em julho de 2024 que a ação deverá ficar a cargo da Justiça Eleitoral.
Não há informações sobre prazos para o julgamento. Esse tipo de discussão entre atores tem ocorrido com frequência no Brasil. A luta por protagonismo e controle de narrativa é retratada pelo original Brasil Paralelo, O Teatro das Tesouras.
A produção mostra um pouco mais sobre o jogo que envolve a política nacional. Assista:
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