Em 2010 o direito passou a ser efetivamente exercido, com a instalação de seções eleitorais em presídios.
No entanto, esse cenário deverá mudar com a aprovação do Marco Legal de Combate ao Crime Organizado.
O Projeto de Lei foi aprovado na Câmara dos Deputados 370 votos a favor, 110 votos contrários e 3 abstenções.
O deputado Marcel van Hattem apresentou um pedido de emenda ao projeto para cancelar o título de eleitor de presos provisoriamente:
"Não faz sentido o cidadão estar afastado da sociedade, mas poder decidir os rumos da política do seu município, do Estado e até do Brasil", argumentou o parlamentar, chamando o direito ao voto nessa situação de “privilégio indevido”.
A proposta gerou reação dos deputados governistas. Lindbergh Farias (PT-RJ) ironizou a medida e mencionou Bolsonaro e Carla Zambelli serão impedidos de votar pela medida:
“Essa emenda dá a impressão de que o partido Novo abandonou o ex-presidente Jair Bolsonaro e a deputada Carla Zambelli (PL-SP), ambos presos provisórios.”
O que mais muda com o PL Antifacção?
A emenda sobre o voto é apenas uma das mudanças dentro do robusto pacote de medidas aprovado na Câmara. Alguns dos principais pontos do projeto incluem:
- Cria o crime de “domínio social estruturado”, que pune ações de facções, milícias e grupos paramilitares com até 40 anos de prisão;
- Proíbe benefícios penais como anistia e indulto a líderes de organizações criminosas;
- Aumenta o tempo mínimo em regime fechado para crimes hediondos (de 40% para até 85%);
- Estabelece prisão obrigatória em presídios federais de segurança máxima para chefes de facções;
- Permite apreensão de bens de investigados antes da conclusão do processo;
- Torna hediondo o crime de favorecer facções, inclusive com mensagens de apoio ou fornecimento de armas e informações.
O projeto agora segue para votação no Senado, caso aprovado deverá ser sancionado por Lula para passar a valer.
Se o presidente optar por vetar a medida, o Congresso poderá votar para anular a decisão.