Há mais de 20 anos, Adam Smith-Connor foi responsável pela realização de um aborto. Ele ajudou uma ex-namorada e levou-a até uma clínica na Inglaterra para o procedimento. Arrependido do feito, Smith-Connor decidiu fazer uma oração silenciosa pelo seu falecido filho, mas a simples prece lhe rendeu uma condenação na cidade de Bournemouth, na Inglaterra.
O caso ocorreu no dia 24 de novembro de 2022, mas foi ao júri neste ano. Na Inglaterra, é proibido manifestar-se publicamente nos arredores de clínicas de aborto.
A lei conhecida como Ordem de Proteção do Espaço Público deu origem às apelidadas “zonas de censura”. Nestes espaços:
- atos “antissociais” são proibidos;
- as clínicas de aborto são demarcadas com uma linha vermelha que delimita as “zonas seguras”, o perímetro onde é proibido quaisquer tipos de manifestação;
- qualquer pessoa que for pega fazendo o sinal da cruz, recitando as Escrituras ou jogando água benta pode ser multada em 100 euros ou ser condenada à julgamento.
As informações da lei foram apuradas pelos jornais Catholic News Agency e Gazeta do Povo.
A ordem é válida desde 13 de outubro de 2022 e não é a primeira vez que pessoas rezando silenciosamente são condenadas na Inglaterra.
No ano passado, em Birmingham, Isabel Vaughan-Spruce foi denunciada à polícia porque alguém a considerou suspeita por estar parada em uma calçada próximo a uma clínica de aborto.
O policial a abordou e deu ordem de prisão depois que ela afirmou que poderia estar orando em silêncio.
O caso de Smith-Connor, pai de família e veterano das forças armadas, ocorreu em 2022, mas seu caso foi julgado em tribunal no dia 9 deste mês.
O grupo Alliance Defending Freedom UK (ADF UK) representou Adam Smith-Connor no caso. Segundo o grupo, as áreas ao redor das clínicas se tornaram “zonas de censura”.
O conselho da ADF UK se manifestou
Para o conselheiro da aliança, o conselho de Bournemouth se tornou o juiz, júri e o executor. Além disso, a legislação passa a interferir na liberdade de pensar das pessoas.
“Ao permitir a condenação de um homem que rezava silenciosamente, estamos navegando em águas perigosas no que concerne a proteção aos direitos humanos no Reino Unido. Zonas de censura são ilegais por si só e causam confusão legal acerca do direito à liberdade de pensamento. Tanto a lei nacional quanto a internacional estabeleceu há tempos a liberdade de pensamento como um direito absoluto que não pode nunca sofrer interferência do Estado.
Em diversas outras circunstâncias, a polícia e as cortes deixaram claro que uma oração silenciosa não é um ato criminal. Apesar disso, o Conselho de Bournemouth introduziu zonas de censura que restringem direitos, que agora eles argumentam para ampliar as proibições também para preces silenciosas. As zonas foram criadas pelo conselho, endossadas pelo conselho e agora julgadas pelo conselho. Esta é uma considerável consolidação do poder, fazendo com que o conselho seja o juiz, o júri e o executor.”, afirmou Jeremiah Igunnubole, conselheiro legal da Alliance Defending Freedom UK.
Smith-Connor gravou com seu celular a conversa com o policial
- “Eu lamento por sua perda, mas ultimamente, sou obrigado a seguir as regras da Ordem de Proteção do Espaço Público. Com isso, eu sou obrigado a dizer que você desrespeitou a cláusula 4a, que fala sobre orações e atos de desaprovação.”, disse o policial;
- “Eu apenas estou parado rezando”, disse Smith-Connor;
- “Eu entendo, mas a Ordem está em vigor por uma razão e precisamos segui-las”, replicou o policial.
Adam Smith-Connor relata que rezou silenciosamente diante da clínica por conta de sua experiência com o aborto:
“22 anos atrás eu levei minha ex-namorada para uma clínica e paguei para que ela abortasse. Foi um momento central da minha vida… As consequências dos meus atos voltaram como arrependimento para mim anos depois quando eu me dei conta que perdi meu filho Jacob para um aborto que eu paguei para que acontecesse.
Eu rezei a Deus pelo meu filho Jacob, por outros bebês que perderam suas vidas devido a abortos, pelas famílias que ressentem pelo ato que cometeram e pelas equipes das clínicas de aborto.
No passado, eu ajudei procedimentos de abortos como parte do meu treinamento médico para o exército, mas agora eu rezo por aqueles que realizam o aborto porque eu me dei conta do tamanho do dano que o procedimento causa nas mulheres, nas famílias, e eu me dei conta que cada vida humana tem valor, independentemente de quão pequena ela seja”.



.webp)




.jpg)
.jpg)
.jpg)
.jpg)







.jpg)









