O Rio de Janeiro ainda tenta compreender o que aconteceu na operação policial que deixou mais de 120 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, a mais letal da história do estado.
Entre as principais linhas de investigação, uma questão se fez presente em coletivas: houve vazamento de informações que permitiu aos criminosos se prepararem para o confronto?
Um dos indícios de que a ação não foi surpresa para o crime organizado veio de uma publicação feita por um dos suspeitos presos, identificado como Juan.
A postagem foi feita por volta das 4h da madrugada, quando as forças de segurança ainda se organizavam.
Na imagem, ele aparece sem camisa, com um fuzil pendurado no ombro, e escreveu:
“Brecha no condomínio sem convite já sabe, né”. O post foi feito antes de o cerco começar.

Além disso, criminosos teriam deixado o Morro do Adeus na noite anterior, o que reforça a hipótese de vazamento.
O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, admitiu que “isso pode ter acontecido”, já que a mobilização de 2,5 mil agentes “por si só gera suspeitas”.
Ele afirmou que uma movimentação desse porte “só poderia ter como destino grandes complexos como os da Penha e do Alemão”.
O que dizem as autoridades?
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que não recebeu informações concretas sobre vazamento, mas garantiu que “se tiver, será investigado”.
Já o prefeito Eduardo Paes adotou tom cauteloso. “Não quero entrar neste mérito agora”, disse, reforçando que o mais importante é que “o Rio não pode ser refém de criminosos”.































