
O Rio de Janeiro ainda tenta compreender o que aconteceu na operação policial que deixou mais de 120 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, a mais letal da história do estado.
Entre as principais linhas de investigação, uma questão se fez presente em coletivas: houve vazamento de informações que permitiu aos criminosos se prepararem para o confronto?
Um dos indícios de que a ação não foi surpresa para o crime organizado veio de uma publicação feita por um dos suspeitos presos, identificado como Juan.
A postagem foi feita por volta das 4h da madrugada, quando as forças de segurança ainda se organizavam.
Na imagem, ele aparece sem camisa, com um fuzil pendurado no ombro, e escreveu:
“Brecha no condomínio sem convite já sabe, né”. O post foi feito antes de o cerco começar.

Além disso, criminosos teriam deixado o Morro do Adeus na noite anterior, o que reforça a hipótese de vazamento.
O secretário de Segurança Pública, Victor dos Santos, admitiu que “isso pode ter acontecido”, já que a mobilização de 2,5 mil agentes “por si só gera suspeitas”.
Ele afirmou que uma movimentação desse porte “só poderia ter como destino grandes complexos como os da Penha e do Alemão”.
O governador Cláudio Castro (PL) afirmou que não recebeu informações concretas sobre vazamento, mas garantiu que “se tiver, será investigado”.
Já o prefeito Eduardo Paes adotou tom cauteloso. “Não quero entrar neste mérito agora”, disse, reforçando que o mais importante é que “o Rio não pode ser refém de criminosos”.
A megaoperação realizada na terça-feira (28) mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar e cumpriu 160 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV). O objetivo era conter o avanço da facção na zona norte da capital.
Durante a ação, houve resistência armada, explosões e até ataques com drones, que lançaram bombas contra os policiais. O saldo inicial divulgado pelo governo estadual foi de 64 mortos, entre eles quatro policiais.
Segundo a Defensoria Pública do Rio, o número chegou a 132, com 128 civis e quatro agentes.
Moradores relataram tiroteios intensos e fuga de criminosos por rotas alternativas. Nas redes sociais, surgiram vídeos mostrando homens armados se preparando para o confronto horas antes do início da operação.
Além das mortes, a operação deixou 12 policiais baleados, quatro deles mortos, e resultou em 81 prisões. A cidade viveu um dia de paralisia: escolas suspenderam aulas, comércios fecharam e ruas ficaram vazias.
O caso ainda está sob apuração. O governo estadual e o Ministério Público devem avaliar se houve falha no sigilo da operação ou simples previsibilidade diante da mobilização de tropas.
Por enquanto, o que se sabe é que a ação expôs novamente a complexidade do combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, onde cada avanço da polícia traz, junto, novas perguntas sobre segurança, estratégia e controle.
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