O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), apontou Paulinho da Força (Solidariedade-SP) como relator do projeto de anistia.
A escolha foi comunicada por Motta através de sua conta no X na manhã de hoje (18):
“Anuncio que o relator do PL 2162/23 será o deputado Paulinho da Força (SD – SP). Tenho certeza que ele conduzirá as discussões do tema com o equilíbrio necessário.”
A definição veio um dia após o plenário aprovar o pedido de urgência da Câmara com 311 votos favoráveis.
Após uma reunião com Motta, Paulinho deu uma declaração na qual disse que não defende a anistia ampla geral e irrestrita:
“[Anistia] Ampla, geral e irrestrita é impossível. Essa discussão acho que já foi superada ontem quando Hugo teve uma reunião de mais de três horas com o pessoal do PL. Acho que vamos ter que fazer uma coisa pelo meio, que talvez não agrade nem a extrema-direita, nem a extrema-esquerda, mas que agrade a maioria da Câmara.”
O relator seguiu afirmando que não há possibilidade do projeto de anistia geral ser aprovado, optando por uma alternativa:
“Ontem, foi deixado claro que a anistia geral e irrestrita não tinha possibilidade. Por isso, foi pego um projeto do [Marcelo] Crivella, que era mais ou menos o meio termo, não o texto do Sóstenes [Cavalcante]. E isso foi concordado com eles.”
Paulinho da Força também se apresentou como um articulador que buscará o apoio de setores da esquerda:
“Até não tinha concordância de outro lado, tanto que o PT e outros partidos de esquerda que votaram contra a urgência da anistia. Cabe a mim, tentar fazer esse meio de campo. Conversar com todo mundo para chegar a um texto que agrade a todos”.
Ele defendeu uma proposta que não traz o perdão para os condenados pelo protesto, mas reduz as penas, chegando a dizer que “não estamos falando mais de anistia”.
Ex-metalúrgico formado no SENAI, Paulinho foi dirigente do movimento sindical em São Paulo e chegou a se tornar presidente da Força Sindical na década de 1990.
Em 1996, filiou-se ao PTB e foi candidato a vice-presidente em 2002 na chapa de Ciro Gomes.
Migrou ao PDT no ano seguinte, partido pelo qual participou da disputa pela Prefeitura de São Paulo em 2004.
Ele conseguiu se eleger pela primeira vez como deputado federal em 2006 e foi reeleito em 2010 e 2014.
Não conseguiu votos suficientes para se reeleger nas últimas eleições federais, mas assumiu o mandato em novembro de 2023.
Na época ele era suplente do parlamentar Marcelo Lima, que teve a candidatura suspensa pelo TSE por infidelidade partidária.
Durante o impeachment de Dilma, Paulinho chamou atenção por cantar um trecho de uma paródia da música “Para não dizer que não falei das flores”:
"Dilma vai embora que o Brasil não quer você e leve o Lula junto e os vagabundos do PT”.
Porém o cenário mudou em 2022, quando ele esteve ao lado de Lula na campanha presidencial.
Paulinho buscou ajudar o PT a conseguir apoio de partidos de centro e fez duras críticas a Bolsonaro:
“O Bolsonaro destruiu o Brasil. Nós precisamos juntar forças pra gente fazer um novo Brasil. Por isso, Lula, a nossa confiança que você vai reconstruir o Brasil”
Com o novo governo no poder, o deputado voltou a adotar um tom crítico após ficar fora do primeiro escalão.
Em 2011, Paulinho foi condenado a pagar multas por irregularidades na aplicação de recursos públicos destinados à compra de um imóvel.
Posteriormente, o TRF-3 determinou cassação de direitos políticos por cinco anos e proibição de contratar com o poder público.
Ele conseguiu permanecer elegível porque entrou com um recurso contra a decisão, porém o processo segue em tramitação.
Paulinho foi indiciado pela Polícia Federal por falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro em 2020.
As acusações faziam parte das investigações ligadas à primeira fase da Operação Lava Jato e vieram após delação premiada.
A Primeira Turma do STF chegou a condená-lo por 10 anos e 2 meses, porém ele entrou com um recurso.
Em 2022 a mesma Corte suspendeu os efeitos do julgamento e o tornou elegível por considerar que ainda cabiam recursos.
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