Há décadas, Miguel Uribe tem se destacado como voz de oposição a Gustavo Petro, o primeiro da esquerda a governar a Colômbia em décadas.
Entre suas pautas estão a defesa da segurança, da liberdade econômica e do fortalecimento institucional.
O embate político entre o atual presidente e o senador baleado começou em 2016, quando Uribe foi eleito vereador e Petro era prefeito de Bogotá, com destaque para divergências em temas como a coleta de lixo e programas sociais.
Pouco antes de sofrer o atentado, Uribe havia criticado a proposta do presidente de convocar uma consulta popular por decreto para tentar aprovar reformas trabalhistas que fracassaram no Congresso.
Ele chegou a afirmar que processaria os ministros que apoiassem a medida.
Como senador, apresentou projetos como o que propõe a criação do “vale-escola” e outro que visa garantir pluralidade ideológica nas instituições de ensino. Atualmente, integra a Terceira Comissão Constitucional do Congresso.
Propôs pautas voltadas à ampliação do acesso à educação e saúde, especialmente em regiões afastadas.
Nascido em Bogotá, em 1986, Miguel Uribes é neto de Júlio César Turbay Ayala, que governou a Colômbia entre 1978 e 1982 pelo Partido Liberal.
Uribe é filho de jornalista sequestrada por narcotraficantes ligados ao Cartel de Medellín
É filho da jornalista Diana Turbay, sequestrada em 1990 por narcotraficantes ligados ao Cartel de Medellín, liderado por Pablo Escobar.
Diana foi morta em 1991 durante uma tentativa frustrada de resgate. Miguel tinha apenas 5 anos na época.
Anos depois, ele voltaria ao local da morte da mãe para anunciar, em 2024, sua intenção de disputar a presidência da Colômbia:
“Eu poderia ter crescido buscando vingança, mas decidi fazer a coisa certa: perdoar, mas nunca esquecer.”
Após a morte da mãe, Miguel foi criado pelo pai, Miguel Uribe Londoño, e pela avó Nydia Quintero de Balcázar, fundadora da organização Solidariedade pela Colômbia.
Desde jovem, demonstrou interesse por xadrez e chegou a fundar a organização Crece Colombia, voltada a promover o esporte entre jovens em situação de vulnerabilidade social.
Formação acadêmica e início na política
Formado em Direito pela Universidade de los Andes, Uribe também possui mestrado em Políticas Públicas e em Administração Pública, este último pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe, que lidera o partido Centro Democrático, manifestou apoio ao senador Miguel Uribe Turbay após o atentado. Em declaração pública, o classificou como uma “esperança para a pátria”.
Apesar de compartilharem o sobrenome, os dois políticos não têm parentesco. Álvaro Uribe destacou traços pessoais do senador, dizendo que ele é “um grande marido, pai, filho, irmão e companheiro de trabalho”.
- Em 2016, assumiu a Secretaria de Governo da capital durante a gestão de Enrique Peñalosa, tornando-se o mais jovem a ocupar o cargo. Teve atuação destacada em temas de segurança pública e ordem urbana.
- Em 2018, foi reconhecido internacionalmente pela organização One Young World como um dos dez políticos jovens mais influentes do mundo.
- Em 2019, disputou a prefeitura da capital colombiana, ficando em quarto lugar.
- Em 2022, foi eleito senador com a maior votação do país, 226.922 votos, representando o partido de direita Centro Democrático, fundado pelo ex-presidente Álvaro Uribe Vélez.
O ataque ocorreu no bairro de Fontibón, em Bogotá. Vídeos mostram o momento em que um jovem atira contra o senador. O autor dos disparos foi apreendido no local, segundo autoridades, trata-se de um adolescente de 15 anos.
Miguel Uribe foi levado em estado grave à Fundação Santa Fé, onde passou por cirurgias. Segundo o hospital, seu estado ainda é crítico e ele responde pouco aos tratamentos.
O caso gerou forte comoção na Colômbia e elevou o alerta sobre a segurança de lideranças políticas às vésperas da eleição presidencial de 2026. As investigações seguem em andamento.
O candidato tem respondido pouco aos tratamentos
Após o atentado, Uribe foi levado à Fundação Santa Fé de Bogotá, onde passou por cirurgia neurológica e vascular. Seu estado é considerado crítico.
Em nota, o hospital informou que ele apresenta “pouca resposta aos tratamentos” e que o prognóstico é reservado.
A investigação segue em andamento. O episódio reacendeu o debate sobre a segurança de figuras públicas e o histórico de violência política na Colômbia.
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