This is some text inside of a div block.
3
min de leitura

Heading

Lorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipiscing elit. Suspendisse varius enim in eros elementum tristique. Duis cursus, mi quis viverra ornare, eros dolor interdum nulla, ut commodo diam libero vitae erat. Aenean faucibus nibh et justo cursus id rutrum lorem imperdiet. Nunc ut sem vitae risus tristique posuere.

Por
This is some text inside of a div block.
Publicado em
This is some text inside of a div block.
This is some text inside of a div block.
Atualidades
3
min de leitura

Quem é Jacqueline Muniz? Especialista em segurança pública que virou meme

Professora viralizou após dizer que criminosos com fuzil “podem ser neutralizados com uma pedra na cabeça”.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
3/11/2025 16:14
Reprodução

O Rio de Janeiro viveu, na última semana, a maior operação policial de sua história.

A ação conjunta das forças de segurança nos complexos da Penha e do Alemão deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais, e foi classificada pelo governador Cláudio Castro como um “sucesso”.

Mas, enquanto o governo celebrava o resultado, uma entrevista de poucos minutos ganhou proporções.

A protagonista foi Jacqueline Muniz, cientista política e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) que se tornou alvo de memes e críticas nas redes sociais depois de um comentário sobre o uso de fuzis por criminosos.

Durante uma entrevista sobre a operação, Jacqueline afirmou que o armamento pesado tem “baixo rendimento criminal”. Ela acrescentou que, em determinadas situações, um criminoso portando fuzil “pode ser facilmente neutralizado até por uma pedra na cabeça”.

“O criminoso tá com o fuzil na mão, ele é facilmente rendido por uma pistola, até por uma pedra na cabeça. Enquanto ele tá tentando levantar o fuzil e colocar o fuzil pra atirar, alguém joga uma pedra e já derrubou o sujeito”.

A fala, originalmente feita em tom técnico, viralizou de forma irônica nas redes sociais após ser compartilhada pelo deputado federal Nikolas Ferreira.

“Se você subir a favela e fizer um bandido armado com fuzil ser rendido com uma pedrada na cabeça, eu faço campanha pro Lula. Desafio lançado, pica-pau”, publicou o parlamentar no X (antigo Twitter).

Nas horas seguintes, a declaração se espalhou em memes e vídeos humorísticos que ironizavam o comentário. Internautas sugeriram que as polícias “comprassem estilingues” e “treinassem com pedras” para combater o crime organizado.

Apoiadores da professora, por outro lado, afirmaram que a frase foi tirada de contexto e que Jacqueline buscava explicar a ineficiência prática do fuzil em confrontos urbanos, onde a arma é pesada e difícil de manusear.

  • Gostaria de receber as principais notícias do dia diretamente em seu E-mail, todos os dias e de graça? Assine o Resumo BP, a newsletter de jornalismo da Brasil Paralelo. Clique aqui e aproveite.

Quem é Jacqueline Muniz?

Jacqueline Muniz é cientista política e antropóloga, graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (UFF), mestre em Antropologia Social pela UFRJ e doutora em Ciência Política pelo IUPERJ.

Atualmente, é professora do Departamento de Segurança Pública da UFF e pesquisadora do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos.

Com mais de 30 anos de experiência em segurança pública, Jacqueline é sócia fundadora do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da Rede de Policiais e Sociedade Civil da América Latina.

Também atuou no governo federal como diretora do Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública da Senasp (Ministério da Justiça).

Além disso, foi coordenadora de Segurança Pública, Justiça e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro.

Entre os projetos que ajudou a formular estão o Instituto de Segurança Pública (ISP-RJ), a Corregedoria Geral Unificada das Polícias, e o Fundo Nacional de Segurança Pública.

É autora dos livros Crime, Polícia e Justiça no Brasil e Segurança Pública e Violência.

O novo embate: “Você não tem noção do que é subir o morro”

Dias após a polêmica da entrevista, Jacqueline voltou a ser assunto ao participar de um debate sobre segurança pública com o deputado federal Mário Palumbo (MDB-SP), conhecido como Delegado Palumbo.

O encontro ocorreu no canal de Paulo Mathias no YouTube e rapidamente ganhou tom de confronto.

Durante a discussão, Jacqueline criticou o planejamento das operações, afirmando que muitas delas colocam policiais em desvantagem tática:

“Não dá pra colocar um policial sozinho, sem visada de 360º, num território acidentado como o do Alemão. Operações exigem planejamento e superioridade de meios.”

Palumbo rebateu dizendo que as forças policiais enfrentam risco constante e que “julgar a ação com presunção de culpa” desconsidera a realidade das comunidades dominadas pelo crime.

“Quando a gente vai cumprir uma operação, não sabe o que vai vir. Pode ser uma emboscada ou um drone com bomba. Em várias áreas o Estado não entra, e isso é uma afronta à soberania.”

O delegado encerrou o diálogo com a frase que viralizou nas redes.

“Você não tem a menor noção do que é subir o morro. Fica cagando regra aí.”

A visão sobre o “Estado e o crime”

Antes da polêmica, Jacqueline já havia chamado atenção por uma análise contrária à noção de “Estado ausente” nas favelas.

Em entrevista recente, afirmou que “quem organiza o crime é o Estado”, e que o poder público “governa com o crime, e não contra ele”.

“Não existe território no Rio de Janeiro em que a polícia não entre. A polícia entrega, terceiriza e arrenda territórios populares onde se controla a população com mecanismos coativos. O Estado negocia sua presença”.

A professora também relacionou o crime organizado à política e ao financiamento de campanhas eleitorais. Ela afirma que “as principais lavanderias do dinheiro do crime” estão ligadas a carreiras políticas, caixa dois e algumas igrejas.

As declarações de Jacqueline Muniz repercutiram amplamente e a tornaram alvo de críticas e sátiras nas redes sociais.

O episódio evidenciou como discussões sobre segurança pública no país rapidamente se transformam em embates políticos e virais.

Assista Rio de Janeiro: paraíso em chamas 

Para compreender a fundo esta realidade que atinge o Rio de Janeiro e explorar possíveis caminhos para sua solução, a Brasil Paralelo produziu o documentário Rio de Janeiro: Paraíso em Chamas.

Esta obra investiga o centro do problema, trazendo depoimentos e imagens inéditas das favelas mais desafiadoras do país.

Não se trata apenas de expor o problema, mas de buscar entendê-lo em sua complexidade e vislumbrar possíveis saídas para este labirinto de violência e corrupção.

Isso tudo estará no documentário Rio de Janeiro: Paraíso em Chamas. Tenha acesso a esse conteúdo por apenas R$ 7,90 mensais.

Quero assistir

Você também pode se interessar:

O jornalismo da Brasil Paralelo existe graças aos nossos membros

Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa. 

Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos. 

Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo. 

Clique aqui.

Relacionadas

Todas

Exclusivo para membros

Ver mais