
Uma pesquisa da AtlasIntel mostra que 87,6% dos moradores de favelas cariocas aprovam a Operação Contenção. A ação mobilizou 2,5 mil agentes e resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais.
A operação, realizada na última terça-feira (28) nos complexos da Penha e do Alemão, é considerada a mais letal da história do país.
Entre os moradores de favelas do Rio, apenas 12,1% desaprovam a operação, e 0,3% não souberam responder.
A tendência se repete em outras regiões: 80,9% dos moradores de favelas em todo o Brasil também disseram aprovar a ação.
Nas comunidades fora do Rio, 19,1% desaprovam e nenhum entrevistado respondeu “não sabe”.
O apoio cai entre os que vivem fora das comunidades. No conjunto da população brasileira, 55% aprovam a operação e 42,3% desaprovam.
Entre os cariocas de fora das favelas, o índice é semelhante: 62% aprovam, contra 34,2% que rejeitam a ação.
O percentual dos que não souberam responder foi de 2,5% no país e 3,6% no Rio.
A maioria dos entrevistados considera que o nível de força empregado pela polícia foi proporcional ao risco.
Entre os moradores de favelas cariocas, 89,5% disseram que a violência foi adequada, e 10,5% viram excesso. Nenhum respondeu “não sabe”.
Na população geral, 62,3% dos cariocas e 52,5% dos demais brasileiros concordam que o uso da força foi justo. Já 45,8% dos brasileiros e 34,4% dos cariocas consideraram que houve abuso.
A AtlasIntel também perguntou se deveriam ocorrer novas ações como a Operação Contenção.
A resposta foi clara: 55,9% dos brasileiros e 62% dos cariocas apoiam novas operações desse tipo.
Entre os que se opõem, estão 35,3% dos brasileiros e 32% dos cariocas. Os indecisos somaram 8,8% no país e 6,1% no Rio.
A pesquisa mostra divisão na forma como o público interpreta os resultados.
Para 51,7% dos cariocas, o saldo de mais de 120 mortes representa a melhor forma de enfrentar o crime organizado. Entre a população de outros Estados, o número cai para 39,3%.
Por outro lado, 42% dos demais brasileiros e 37% dos cariocas acreditam que a ação teve motivações políticas.
Há ainda quem veja os dois aspectos: 17,6% no país e 8,9% no Rio. Os que não souberam avaliar foram 1,1% no Brasil e 2,4% no Rio.
A megaoperação realizada na última terça-feira (28) mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar e cumpriu 160 mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV). O objetivo era conter o avanço da facção na zona norte da capital.
Durante a ação, houve resistência armada, explosões e até ataques com drones, que lançaram bombas contra os policiais. O saldo inicial divulgado pelo governo estadual foi de 64 mortos, entre eles quatro policiais.
Segundo a Defensoria Pública do Rio, o número chegou a 132, com 128 civis e quatro agentes.
Moradores relataram tiroteios intensos e fuga de criminosos por rotas alternativas. Nas redes sociais, surgiram vídeos mostrando homens armados se preparando para o confronto horas antes do início da operação.
Além das mortes, a operação deixou 12 policiais baleados, quatro deles mortos, e resultou em 81 prisões. A cidade viveu um dia de paralisia: escolas suspenderam aulas, comércios fecharam e ruas ficaram vazias.
O caso ainda está sob apuração. O governo estadual e o Ministério Público devem avaliar se houve falha no sigilo da operação ou simples previsibilidade diante da mobilização de tropas.
Por enquanto, o que se sabe é que a ação expôs novamente a complexidade do combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, onde cada avanço da polícia traz, junto, novas perguntas sobre segurança, estratégia e controle.
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