Carros importados, festas, viagens e rifas com prêmios milionários. O influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, apresentava sua vida aos milhões de seguidores que o acompanhavam nas redes sociais.
Segundo a Polícia Federal, por trás da imagem de sucesso havia uma rede de lavagem de dinheiro e de tráfico internacional de drogas.
Na última terça-feira (14), Buzeira foi preso durante a Operação Narco Bet, uma ação conjunta da PF com a Polícia Criminal Federal da Alemanha (BKA).
A operação é um desdobramento da Narco Vela, uma operação executada em abril que revelou uma rota marítima de drogas entre a América do Sul e a Europa.
A Narco Bet atinge o coração de um esquema que usava o mundo das apostas esportivas e criptomoedas para movimentar valores milionários.
Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido também como Buzeira, é natural de Itaquera, zona Leste de São Paulo.
Ele se apresentava como empreendedor e apostador profissional, promovendo desafios pagos, rifas e sorteios online com prêmios como veículos importados e quantias em dinheiro.
Sua imagem de sucesso rápido atraiu milhões de jovens seguidores, muitos deles inspirados pela promessa de enriquecimento por meio das apostas esportivas.
As investigações indicam que o grupo de Buzeira movimentava recursos do tráfico por meio de empresas de fachada, empresas usadas para administrar patrimônios familiares e contas em nome de laranjas.
Parte do dinheiro era injetado em casas de apostas eletrônicas, criando um fluxo de capital quase impossível de rastrear.
O delegado Marcelo Maceiras, responsável pela operação, explicou que o principal objetivo é “interromper o ciclo de lavagem de dinheiro e descapitalizar o grupo criminoso”.
A Justiça determinou o bloqueio de mais de R$ 630 milhões em bens; entre eles imóveis, carros de luxo e embarcações.
A Operação Narco Bet começou após a Operação Narco Vela, que prendeu um veleiro brasileiro pela Marinha dos Estados Unidos, em 2023, que revelou uma rota de tráfico marítimo entre a América do Sul e a Europa.
Desde então, as autoridades rastreiam como o dinheiro do tráfico foi sendo injetado no mercado legal através de apostas e criptomoedas.
Parte das plataformas investigadas atuava com autorização oficial, o que revela uma face ainda mais complexa da operação: empresas do crime organizado legalizadas pelo próprio Estado.
Outro nome de destaque na operação é o empresário Rodrigo de Paula Morgado, apontado como o operador financeiro do esquema.
Ele ganhou notoriedade ao sortear um carro em uma festa e, dias depois, tomar o prêmio da funcionária sorteada.
Relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), identificaram transferências milionárias entre Morgado e Buzeira, incluindo valores ligados à compra de uma mansão.
Morgado se vendia como “especialista em redução de impostos”, exibia carros esportivos e ostentava amizade com jogadores como Neymar e Ronaldo Fenômeno.
A investigação do caso Buzeira continuará, trazendo atualizações desta rede internacional de crime organizado.
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