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O Vaticano divulgou as primeiras imagens do corpo do papa Francisco, disposto em um caixão simples na capela da casa Santa Marta, onde residiu desde o início de seu pontificado.
O corpo do papa, adornado com as tradicionais vestes vermelhas usadas em funerais, foi trasladado para a Basílica de São Pedro em um cortejo que reuniu cardeais, autoridades e guardas.
Apesar do pedido por um funeral com sobriedade, foram mantidos elementos litúrgicos tradicionais da Igreja. Esses símbolos são:
Casula Vermelha;
Anel episcopal;
Terço nas mãos;
Mitra episcopal;
Palio branco.
O cardeal Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, está perto do corpo do Papa Francisco, colocado em um caixão aberto durante o rito da declaração de morte na residência de Santa Marta, no Vaticano, em 21 de abril de 2025. Vatican Media/Divulgação via REUTERS
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Entenda o que cada um desses elementos significam:
Casula vermelha
A casula é a principal vestimenta litúrgica usada pelos padres e bispos durante a celebração da Missa. É uma peça ampla e sem mangas, que cobre toda a parte superior do corpo.
Casula vermelha. Imagem: paramentaria Santa Inês
Simboliza a presidência do sacerdote na liturgia. A cor vermelha usada durante as cerimônias e exéquias do papa simboliza os apóstolos, de quem o pontífice é sucessor, e o sangue por eles derramado.
Anel episcopal
O anel usado pelos bispos da Igreja Católica simboliza:
Fidelidade à Igreja: o anel simboliza o compromisso do bispo com a Igreja, comparável ao vínculo de um matrimônio. Ele é considerado o "esposo" da Igreja local que governa, seguindo o modelo de Cristo como Esposo da Igreja universal.
Autoridade pastoral: representa a autoridade e a missão do bispo de ensinar e governar o povo. É um sinal visível de que ele exerce o ministério herdado dos apóstolos.
Sinal de unidade com o Papa: o anel é também um símbolo de comunhão com o Santo Padre e com o colégio episcopal. Todos os bispos católicos estão unidos ao papa como sucessores dos apóstolos.
Terço
O terço é uma das orações mais populares e tradicionais da Igreja Católica. Trata-se de uma forma de meditação baseada na repetição de orações e na contemplação dos principais mistérios da vida de Jesus Cristo e da Virgem Maria.
Terço e anel episcopal nas mãos do papa Francisco. Imagem: Reuters
O sinal colocado entre os dedos do papa Francisco expressa sua devoção pessoal à Virgem Maria e o hábito constante de recorrer a ela em suas orações.
Mitra episcopal
A mitra é um paramento litúrgico usado por bispos durante celebrações solenes na Igreja Católica, bem como em algumas Igrejas Orientais e na Comunhão Anglicana.
Trata-se de um chapéu alto, pontudo e dividido em duas partes, que se unem na base e se abrem em forma de "asa" para cima.
A mitra identifica a autoridade episcopal. Seu uso está reservado principalmente aos bispos, que a vestem durante funções litúrgicas para expressar a dignidade do ofício e o papel de liderança espiritual dentro da Igreja.
Palio
O pálio tem raízes antigas, remontando às vestes romanas e ao Oriente cristão, mas ganhou significado litúrgico especial na tradição da Igreja Latina.
É um símbolo da autoridade e unidade com o papa: o pálio é concedido pelo Papa aos arcebispos metropolitanos como sinal de comunhão com a Sé de Pedro.
Representa o bom pastor que carrega a ovelha sobre os ombros, remetendo diretamente à imagem de Cristo como o pastor que cuida de seu rebanho.
Papa Francisco usando Mitra e pálio durante a celebração de uma Missa. Imagem:
Como é feito o pálio usado pelo papa e pelos arcebispos
O pálio tem sua confecção ligada a antigas tradições da Igreja. Tudo começa com dois cordeiros, criados por monges trapistas da Abadia de Tre Fontane, em Roma.
No dia 21 de janeiro, festa de Santa Inês, eles são solenemente abençoados na basílica dedicada à santa, fora dos muros da cidade.
Após a bênção, a lã é levada ao Vaticano e o pálio é tecido pelas freiras de clausura do convento de Santa Cecília, em Trastevere.
Terminada a confecção, os pálios são guardados aos pés do altar da Confissão, na Basílica de São Pedro, local onde repousam os restos mortais do Apóstolo.
Seu desejo de simplicidade também se reflete no tipo de caixão escolhido: um único esquife de madeira e zinco, diferente do uso tradicional de três urnas.
A escolha pelo sepultamento na Basílica de Santa Maria Maior, onde costumava rezar antes e depois de cada viagem, reforça sua espiritualidade mariana.
No Especial Papado, o professor Raphael Tonon apresenta a trajetória e o legado de Francisco. Assista o primeiro episódio, Vida e obra do Papa Francisco:
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