O Papa Francisco faleceu nesta segunda-feira, 21 de abril, às 4h47, horário do Brasil (9h47 no horário de Roma), devido a complicações de uma pneumonia dupla. 

O comunicado oficial veio horas atrás, diretamente da Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, em um pronunciamento que marcou o encerramento de um pontificado que transformou a história da Igreja. 

Com profundo pesar, o cardeal Farrell comunicou a notícia:

‍"Queridos irmãos e irmãs, com profunda tristeza devo anunciar a morte de nosso Santo Padre Francisco. Às 7h35 desta manhã, o Bispo de Roma, Francisco, retornou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e de Sua Igreja.

Ele nos ensinou a viver os valores do Evangelho com fidelidade, coragem e amor universal, especialmente em favor dos mais pobres e marginalizados.

Com imensa gratidão por seu exemplo como verdadeiro discípulo do Senhor Jesus, recomendamos a alma do Papa Francisco ao infinito amor misericordioso do Deus Trino."

‍Na véspera de sua morte, o Papa Francisco participou de uma missa de Páscoa no Vaticano, onde fez sua última saudação aos fiéis. Na ocasião, ele concedeu a bênção Urbi et Orbi, deixando seu derradeiro legado à Igreja e ao mundo. 

Ao longo de sua vida, o argentino Jorge Mario Bergoglio enfrentou recorrentes internações, principalmente por complicações respiratórias decorrentes de gripe asiática que ele teve em 1957. 

Aos 21 anos, Bergoglio teve parte de um pulmão removida devido a cistos, condição que aumentou sua fragilidade respiratória ao longo da vida.

Em fevereiro deste ano, um diagnóstico de bronquite o levou a sofrer com falta de ar durante uma homilia na Praça São Pedro, o que o obrigou a pedir que um padre concluísse a leitura de seu discurso.

“Eu, com minha bronquite, ainda não consigo [ler]“, explicou Francisco. “Espero que da próxima vez eu consiga.”

Em maio de 2023, o pontífice buscou tranquilizar os fiéis sobre sua condição física. Apesar de internações naquele ano por problemas intestinais, ele afirmou em sua autobiografia e à imprensa estar em “boa saúde”. Além disso, também enfrentava dificuldades de mobilidade: utilizava bengala ou cadeira de rodas

Por seu estado de saúde, chegou a considerar renunciar. Em algumas de suas biografias consta que, no início de seu pontificado, assinou uma carta de renúncia que entregaria caso não tivesse mais condições de servir.

No entanto, recusava terminantemente a ideia de deixar de usar o Anel do Pescador antes de sua morte.

‍Ao celebrar uma década de pontificado em março de 2023, Francisco marcou a Igreja Católica com um período de transformação histórica.
Focou no trabalho missionário para evitar o esvaziamento da Igreja, abraçou causas ambientais e se colocou frontalmente na luta contra abusos cometidos dentro da Igreja.

O pontificado de Francisco 

Nascido na capital argentina e filho de italianos, Jorge Mario Bergoglio foi eleito pontífice em março de 2013, após a renúncia do papa Bento XVI. Sua eleição inaugurou uma nova era na Igreja, afinal, Francisco é:

• O primeiro papa latino-americano;
• O primeiro papa do continente americano;
• O primeiro papa não europeu em 1200 anos, desde Gregório III, que nasceu na Síria e governou a Igreja Católica entre 731-741;
• O primeiro papa da ordem dos Jesuítas.

Hoje, às 15 horas, vai ao ar o primeiro episódio do Especial Papado, o professor Raphael Tonon apresenta a trajetória e o pontificado de Francisco.