
Drones usados por traficantes na megaoperação desta terça-feira (28) não são novidade. A tecnologia que foi usada contra as forças de segurança nos complexos do Alemão e da Penha vem sendo desenvolvida por facções do Rio de Janeiro há pelo menos um ano.
O equipamento, antes usado para filmagens, passou a lançar granadas sobre rivais e forças de segurança. De acordo com as investigações da Polícia Federal e da Polícia Civil, os traficantes aprenderam a adaptar a tecnologia observando vídeos de combates na Ucrânia.
Em julho de 2024, um vídeo gravado na Zona Norte do Rio mostrou um drone sobrevoando a Favela do Quitungo com um explosivo preso por fios.
O artefato foi lançado contra integrantes de uma facção rival no Complexo de Israel. A cena imitava, de forma rudimentar, as táticas usadas por soldados ucranianos nos primeiros meses da guerra.
As investigações revelam que parte do conhecimento técnico veio de dentro das Forças Armadas. A Polícia Federal prendeu Rian Maurício Tavares Mota, militar da Marinha, acusado de auxiliar o Comando Vermelho na adaptação dos drones.
Em mensagens interceptadas pela PF, Rian orientava os criminosos sobre o uso de um “dispensador”, dispositivo que segura a granada e libera o pino no momento do lançamento.
O interlocutor do militar era Edgar Alves de Andrade, conhecido como Doca, preso na operação desta terça-feira. Ele é apontado como um dos chefes do Comando Vermelho na Penha.
À época das conversas, os dois planejavam ataques contra grupos milicianos e facções rivais em favelas dominadas pelo CV.
Investigações anteriores mostram que o avanço da tecnologia não exigiu importação de equipamentos militares. Os traficantes utilizam drones de uso comercial, do tipo FPV, vendidos livremente pela internet.
Esses aparelhos custam entre R$3 mil e R$10 mil e suportam cargas de até meio quilo, o suficiente para carregar uma granada de mão.
As autoridades afirmam que, durante a operação desta terça-feira (28), quatro suspeitos foram mortos, entre eles dois da Bahia e um do Espírito Santo.
Um policial civil morreu baleado durante a operação. Outros quatro PMs e um delegado ficaram feridos.
Três civis também foram atingidos por balas perdidas:
Ao todo, 25 suspeitos foram presos, cinco deles internados sob custódia após serem baleados. A polícia apreendeu 10 fuzis, 2 pistolas e 9 motos usadas por traficantes durante os confrontos.
A ação contou com o apoio de helicópteros, 32 blindados, veículos de demolição e ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.
Foram mobilizados agentes de todas as delegacias especializadas, do Departamento de Combate à Lavagem de Dinheiro e da Subsecretaria de Inteligência.
Por causa dos confrontos:
De acordo com a polícia, entre os presos está o operador financeiro Edgard Alves de Andrade, o “Doca”, apontado como integrante da cúpula do Comando Vermelho na Penha.
A Operação Contenção faz parte de uma série de ofensivas contra o grupo e busca enfraquecer a base logística e financeira da facção, que mantém ligações com o tráfico internacional e redes de lavagem de dinheiro.
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