O presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, anunciou que vai dissolver o governo após protestos de jovens contra cortes prolongados de água e energia.
Os atos começaram na capital, Antananarivo, e se espalharam para oito cidades desde quinta-feira
Em pronunciamento nacional divulgado pela BBC, Rajoelina reconheceu falhas e se desculpou para a população:
“Reconhecemos e pedimos desculpas se os membros do governo não realizaram as tarefas que lhes foram atribuídas”.
Ele seguiu afirmando que compreende a raiva causada pelos transtornos enfrentados no país:
“Compreendo a raiva, a tristeza e as dificuldades causadas pelos cortes de eletricidade e pelos problemas no fornecimento de água.”
Rajoelina informou que destituiu o primeiro-ministro e os ministros e receberá indicações para um novo premiê nos próximos três dias, quando então formará um novo gabinete.
Os atos começaram pacíficos em Antananarivo após uma crise no fornecimento de água e energia elétrica.
No entanto, os protestos se espalharam pelo país e começaram a surgir relatos de violência e saques.
Nesse cenário, as autoridades decretaram toque de recolher na capital e a polícia passou a dispersar manifestações com balas de borracha e gás lacrimogêneo.
Rajoelina chegou a demitir o ministro da Energia por “não cumprir suas funções”, mas os protestos continuaram exigindo a saída do presidente e de todo o governo.
O Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos afirmou que ao menos 22 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas.
Segundo o órgão, há manifestantes e transeuntes mortos por forças de segurança, além de vítimas de violência de indivíduos e gangues não ligados aos protestos.
"[As vítimas] incluem manifestantes e espectadores mortos por membros das forças de segurança, mas também outros mortos na violência generalizada e saques subsequentes por indivíduos e gangues não associados aos manifestantes."
O chefe da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, disse estar “chocado” com a repressão:
"Eu insto as forças de segurança a desistirem do uso de força desnecessária e desproporcional e a libertarem imediatamente todos os manifestantes detidos arbitrariamente".
O ministério das Relações Exteriores de Madagascar rejeitou os dados, dizendo que estariam “baseados em rumores ou desinformação”.
Relatos indicam que casas de ao menos dois legisladores foram danificadas, possivelmente incendiadas.
O movimento “Gen Z” alega que “capangas pagos” promoveram saques para descredibilizar os protestos.
Em faixas e cartazes, há mensagem ressaltando que os protestos devem ser pacíficos:
“Não queremos confusão, só queremos nossos direitos.”
Os atos fazem parte de uma onda de protestos protagonizados por jovens ao redor do mundo.
O caso mais emblemático dos protestos da Geração Z aconteceram no Nepal, onde o governo do Partido Comunista foi derrubado após censurar as redes sociais.
Entenda melhor o que aconteceu no país com o especial da Brasil Paralelo. Assista completo abaixo:
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