O nome Opus Dei ganhou destaque nos últimos dias. Durante a Missa inaugural do papa Leão XIV, celebrada no domingo (18), uma brasileira foi convidada a fazer uma das leituras da oração universal.
Fernanda Zaidan Lopes, natural de Brasília, leu uma das preces em português diante de milhares de fiéis na Praça de São Pedro.
O fato chamou atenção não apenas pela representatividade da participação, mas pelo vínculo da leitora com a Opus Dei, organização católica que, embora oficialmente reconhecida pela Igreja, é frequentemente cercada por curiosidade, críticas e mal-entendidos.
Na cultura pop, já foi retratada como uma sociedade secreta. Na imprensa, costuma ser mencionada por sua suposta discrição e conservadorismo.
Internamente, no entanto, o discurso é outro: a proposta da instituição seria simples e exigente, encontrar Deus no trabalho e na vida comum.
Para alguns, o Opus Dei representa um caminho de vivência cristã no cotidiano. Para outros, é visto como uma espécie de sociedade fechada e desconhecida.
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O Opus Dei é uma prelazia pessoal da Igreja Católica. Essa estrutura foi criada para oferecer acompanhamento espiritual a um grupo de fiéis, independentemente do local onde vivem.
De acordo com seu site oficial, a finalidade do grupo é:
“Contribuir para essa missão evangelizadora da Igreja, promovendo, entre fiéis cristãos de todas as condições, uma vida plenamente coerente com a fé nas circunstâncias correntes da existência humana e especialmente por meio da santificação do trabalho”.
A instituição promove uma vivência da fé cristã inserida na vida comum. Seus membros, em sua maioria leigos, mantém sua rotina profissional, familiar e social, enquanto recebem formação catequética e buscam integrar a fé ao cotidiano.
Segundo o fundador, São Josemaria Escrivá:
“A principal atividade do Opus Dei consiste em dar aos seus membros, e às pessoas que o desejem, os meios espirituais necessários para viverem como bons cristãos no meio do mundo”
A organização também conta com sacerdotes, que se dedicam à assistência espiritual dos fiéis da prelazia. A forma de participação varia conforme a vocação e as condições de vida de cada pessoa.
No site oficial do Opus Dei, é possível encontrar um vídeo no qual o fundador, São Josemaria Escrivá, explica o espírito da organização.
Em seu site, o Opus Dei explica sua administração nos seguintes termos:
“O Opus Dei é constituído por um prelado, um presbitério ou clero próprio e leigos, mulheres e homens. No Opus Dei não existem diferentes categorias de membros. Existem, simplesmente, modos diversos de viver uma mesma vocação cristã de acordo com as circunstâncias pessoais de cada um: solteiros ou casados, sãos ou doentes, etc”.
Seus membros estão divididos em:
O nome Opus Dei, em latim, significa “Obra de Deus”. Em 6 de outubro de 2002, o então cardeal Joseph Ratzinger, futuro papa Bento XVI, escreveu no L’Osservatore Romano sobre o significado do nome da prelazia.
“Sempre chamou-me a atenção o sentido que Josemaría Escrivá dava ao nome Opus Dei uma interpretação que poderíamos chamar biográfica e que permite entender o fundador e a sua fisionomia espiritual. Escrivá sabia que devia fundar algo, e ao mesmo tempo estava convencido de que esse algo não era obra sua: ele não havia inventado nada: simplesmente o Senhor se tinha servido dele e, em consequência, aquilo não era a sua obra, mas a Obra de Deus. Ele era apenas um instrumento através do qual Deus tinha atuado”.
O Opus Dei foi fundado em 1928, na Espanha, por Josemaría Escrivá, um sacerdote que dizia ter percebido, durante um retiro espiritual, o chamado para difundir a ideia de que qualquer pessoa pode buscar a santidade na vida cotidiana.
Nos anos seguintes, a instituição enfrentou desafios, especialmente durante a Guerra Civil Espanhola (1936–1939), período marcado por repressão religiosa. Após o conflito, a proposta se expandiu para outros países.
Em 1982, o papa João Paulo II reconheceu oficialmente o Opus Dei como uma prelazia pessoal, uma estrutura pouco comum na Igreja, que permite atuação internacional com autonomia em relação às dioceses locais.
Josemaría Escrivá foi canonizado em 2002. Internamente, ele é considerado referência por ter promovido a valorização do papel do leigo na Igreja.
A espiritualidade do Opus Dei se baseia em alguns princípios:
O foco da instituição não está em obras sociais ou escolas próprias, mas na formação espiritual de seus membros para que atuem com coerência em suas esferas de vida pessoal e profissional.
Especialistas rejeitam essa classificação. Segundo Francisco Borba Ribeiro Neto, sociólogo e coordenador do Núcleo Fé e Cultura da PUC-SP, “o Opus Dei não é uma seita religiosa, muito menos uma sociedade secreta”.
Para ele, a instituição é uma das pioneiras na proposta de participação ativa de leigos na vida da Igreja.
A obra de Dan Brown retrata a organização como uma entidade influente, reservada e envolvida em ações violentas.
A obra, embora assumidamente ficcional, ajudou a consolidar uma imagem pública marcada por mistério e controvérsia.
Representantes da prelazia e estudiosos da Igreja criticaram essa representação, alegando que ela não corresponde à realidade da instituição.
As atividades do Opus Dei, como encontros, retiros e cursos de formação, são públicas e acessíveis aos interessados.
Seus membros procuram integrar os valores cristãos à vida comum, sem deixar de lado suas ocupações profissionais ou familiares.
Embora frequentemente alvo de críticas e mal-entendidos, o Opus Dei segue ativo em 56 países, distribuídos em diversas circunscrições regionais, cada uma responsável por coordenar as atividades pastorais e formativas em diferentes partes do mundo.
Segundo seus integrantes, a instituição busca oferecer um caminho concreto de vivência da fé no cotidiano, especialmente fora das estruturas clericais tradicionais.
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