Na madrugada de domingo, 28 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela declarou Nicolás Maduro reeleito com 51,2% dos votos. O principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, obteve 44,2%.
O anúncio foi feito quando 80% dos votos estavam contabilizados, mas a oposição rapidamente levantou suspeitas de fraude. O grupo liderado por Maria Corina e Edmundo González afirmou que a transmissão dos resultados foi interrompida em muitos centros de votação. Essa situação teve grande repercussão no Brasil, gerando uma enxurrada de declarações entre parlamentares de diferentes espectros políticos.
Congressistas de oposição ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foram contundentes em suas críticas ao processo eleitoral venezuelano. O senador Jorge Seif (PL-SC) lamentou o resultado, descrevendo-o como uma "fraude consumada". Também criticou Maduro como um "ditador odiado pelo povo".
"Seguimos firmes na defesa da liberdade e da verdadeira democracia, para brasileiros e venezuelanos", afirmou Seif.
O deputado Evair de Melo (PP-ES) reforçou essa visão, chamando as eleições de "encenação" e destacando que o verdadeiro vencedor foi o autoritarismo.
“É crucial que o mundo não se deixe enganar e continue a lutar pelos direitos e pela liberdade do povo”.
Parlamentares do centro político também expressaram suas preocupações sobre a legitimidade do processo eleitoral. O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) descreveu o dia como "triste para o povo venezuelano e para os verdadeiros democratas da América do Sul", enfatizando as suspeitas de manipulação e fraude.
Na mesma linha de Sampaio, o deputado Arthur Maia (União-BA) compartilhou uma visão semelhante, considerando a reeleição de Maduro como um "triste capítulo" na história venezuelana, onde "a ditadura se consolida por meio de eleições vergonhosas".
Na esquerda, as reações foram mais variadas. A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) reconheceu a reeleição de Maduro, destacando os desafios enfrentados pela Venezuela devido ao bloqueio internacional e as graves consequências econômicas e sociais resultantes.
"A Venezuela compareceu às urnas ontem e Nicolás Maduro foi reeleito para mais um governo. O país enfrenta muitos problemas, muitos deles causados pelo bloqueio internacional, com graves consequências econômicas e sociais. Cabe ao povo venezuelano decidir internamente os caminhos que deseja tomar. E mais uma vez o fez, soberanamente. Agora, cabe ao mundo respeitar e reconhecer o resultado das urnas. Desejo sucesso ao novo governo, que as dificuldades sejam superadas e que a estabilidade se restabeleça em clima de paz. Espero que todos se levantem contra o criminoso bloqueio", disse Feghali, pedindo respeito ao resultado das urnas e desejando sucesso ao novo governo.
Por outro lado, a deputada Tábata Amaral (PSB-SP) não poupou críticas, apontando para uma "fraude eleitoral" marcada por intimidação a opositores, manobras para dificultar o voto e impedimento de observadores internacionais.
"Há todos os motivos para crer que o resultado não corresponde ao que o povo venezuelano manifestou nas urnas", afirmou Amaral, ressaltando a necessidade de uma transição para uma democracia plena na Venezuela.
Ainda no âmbito governista, o Ministério das Relações Exteriores se manifestou esta manhã sobre o resultado. O Itamaraty afirmou que o “governo brasileiro saúda o caráter pacífico da jornada eleitoral de ontem na Venezuela”, mas que “aguarda, nesse contexto, a publicação pelo Conselho Nacional Eleitoral de dados desagregados por mesa de votação, passo indispensável para a transparência, credibilidade e legitimidade do resultado do pleito”.
O posicionamento do MRE não gerou repercussões positivas no âmbito do Legislativo. O deputado Mendonça Filho (União-PE) afirmou que o ocorrido na Venezuela é uma “fraude” e que o Brasil “tem de condenar essa farsa e cobrar uma apuração limpa e auditada”.
“A eleição na Venezuela é a crônica de uma fraude anunciada. O anúncio da vitória de Maduro, sem a divulgação de 70% das atas eleitorais, é mais um atentado da ditadura chavista à Democracia. O Governo do Brasil tem de condenar essa farsa e cobrar uma apuração limpa e auditada”, disse Mendonça.
O deputado Mário Frias (PL-SP) também condenou a nota oficial do órgão e afirmou que o “governo Lula acaba de endossar a fraude que o mundo inteiro assistiu na Venezuela”. “Estão compactuando com a intimidação de opositores, manobras para dificultar o voto, observadores internacionais impedidos de atuar e o governo declarando vitória sem divulgar os boletins.”, complementou.
À tarde, o Itamaraty orientou o presidente Lula a não comparecer à cerimônia de posse até que a questão da fraude se esclareça.
A reeleição do atual presidente acontece em um contexto de intenso escrutínio internacional. Desde o início do processo eleitoral, organizações e governos em todo o mundo têm observado de perto a situação na Venezuela, um país que enfrenta uma grave crise econômica e social. As denúncias de fraude e manipulação apenas intensificam o debate sobre a legitimidade do governo de Maduro e o futuro da democracia no país.
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