As condenações que forçaram a saída do Brasil
O cerco judicial contra Zambelli se intensificou em maio deste ano. A Primeira Turma do STF a condenou por unanimidade a 10 anos de prisão em regime fechado. A acusação foi de planejar a invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O objetivo seria inserir um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes e criar alvarás de soltura fraudulentos. Além da prisão, ela foi condenada a pagar R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
Esta não foi sua primeira condenação. Em março de 2025, Zambelli já havia sido sentenciada a 5 anos e 3 meses de prisão. O motivo foi porte ilegal de arma e constrangimento ilegal.
A saída do país e a localização na Flórida
Carla Zambelli deixou o Brasil cerca de 20 dias após a condenação do STF pela invasão do CNJ. Segundo declarações da própria, sua saída teria sido motivada pela necessidade de tratamento médico no exterior.
Ela também alegou estar sofrendo "perseguição judicial" no Brasil, em entrevista anterior à CNN Brasil, mencionou planos de se mudar para a Itália, onde possui cidadania, após tratamento nos EUA para condições como síndrome de Ehlers-Danlos e taquicardia ortostática postural.
Prisão preventiva, Interpol e o novo status de foragida
A situação de Zambelli se complicou ainda mais no início de junho. A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou sua prisão preventiva em 3 de junho.
No dia seguinte (4), o ministro Alexandre de Moraes acatou o pedido. Decretou a prisão e determinou a inclusão do nome de Zambelli na lista vermelha da Interpol. Este é um alerta internacional para localização e prisão para fins de extradição. Moraes também ordenou o bloqueio de bens, salários, verbas parlamentares e perfis de redes sociais da ex-parlamentar.
O delegado Andrei Passos, que acompanhava o presidente Lula em Paris, confirmou o encaminhamento do pedido à Interpol.
O impasse da extradição e a suposta proteção nos EUA
Com cidadania italiana, Zambelli inicialmente indicou a Itália como destino final, onde poderia buscar evitar a extradição.
O Brasil possui um acordo de extradição com a Itália. Contudo, aliados do presidente Donald Trump estariam sinalizando que os EUA não extraditarão Zambelli ao Brasil. Essa "proteção reforçada" nos EUA teria feito a ex-deputada reconsiderar a ida imediata para a Itália, onde o risco de extradição seria maior.