Enquanto rezavam, foram mortos a facão e tiros. Na madrugada deste domingo (27), cerca de 40 fiéis foram brutalmente assassinados dentro de uma igreja católica em Komanda, no leste da República Democrática do Congo. O ataque foi atribuído à ADF (Forças Democráticas Aliadas), grupo de ex-rebeldes ugandeses hoje ligado ao Estado Islâmico.
Os invasores, fortemente armados com facões e armas de fogo, chegaram por volta da 1h e atacaram com extrema violência. De acordo com fontes locais ouvidas pela AFP e por uma rádio apoiada pela ONU, o número de mortos pode chegar a 43. Além dos fiéis, diversas casas e comércios também foram incendiados antes da fuga dos criminosos.
O tenente Jules Ngongo, porta-voz do Exército congolês em Ituri, confirmou a ação de homens armados vindos de uma área a 12 km de Komanda. As forças de segurança seguem em operação para localizar os responsáveis. A chacina foi condenada por autoridades internacionais, como o chanceler italiano Antonio Tajani, que afirmou: “Locais de culto devem ser preservados e a liberdade religiosa protegida”.
Este é mais um episódio de uma longa série de ataques da ADF, que atua na fronteira entre Uganda e Congo e já deixou milhares de mortos entre civis. Apenas duas semanas atrás, 66 pessoas foram executadas na região de Irumu. O grupo, fundado por Jamil Mukulu e hoje comandado por Yusuf Kabanda, passou por um processo de radicalização ao longo dos anos, intensificando sua aliança com o terrorismo islâmico global.
O massacre em Komanda não é um caso isolado. No início do ano passado, um ataque semelhante ocorreu em Baeti, com oito mortos — cinco deles assassinados enquanto rezavam. Em ambos os casos, os agressores pertencem à mesma rede extremista, agora afiliada ao ISIS.
Há vários exemplos trágicos. Em 12 de fevereiro de 2025, militantes das Forças Democráticas Aliadas (ADF), afiliadas ao Estado Islâmico, invadiram a aldeia de Mayba, no território de Lubero, sequestrando cerca de 70 civis cristãos. Eles foram levados para uma igreja protestante em Kasanga e decepados a golpes de facão. Seus corpos foram encontrados no templo em 14 de fevereiro. A Open Doors UK afirma estar “100% confiante” na veracidade dos relatos, enquanto a MONUSCO declarou que as informações “ainda não foram verificadas” oficialmente Wikipedia.
Entre 13 e 14 de junho de 2025, ocorreu o massacre de Yelwata, quando entre 100 e 200 cristãos foram mortos por militantes muçulmanos na região central da Nigéria, ao mesmo tempo em que milhares ficaram deslocados.
Dias antes, entre 24 e 25 de maio, ataques coordenados a vilarejos como Tse‑Ubiam, Tyolaha, Haume e Yelewata deixaram pelo menos 40 pessoas mortas, seguido de novas incursões com dezenas de vítimas adicionais. Open Doors estima que as vítimas cristãs representam cerca de 69% do total global de cristãos mortos por causa da fé, numa contagem que ultrapassou 4.400 em 2025.
Em 22 de junho de 2025, um ataque suicida e tiroteio na igreja grega-ortodoxa de Mar Elias, em Dweila (subúrbio de Damasco), resultou em pelo menos 30 mortos e 54 feridos, e foi atribuído ao Estado Islâmico ou ao grupo Saraya Ansar al-Sunnah.
A organização Portas Abertas relatou que os cristãos têm recebido ameaças diárias e que muitos perderam a esperança de permanecer no país .
Além disso, entre 6 e 27 de março de 2025, houve uma onda de violência sectária nas províncias costeiras de Latakia e Tartous, que resultou na morte de mais de 1.000 civis, majoritariamente da comunidade Alawita, com casos documentados também de vítimas cristãs e ameaças diretas a comunidades minoritárias.
Diante da crescente onda de violência religiosa, a comunidade internacional é desafiada a agir com urgência para preservação da liberdade de culto que devem ser direitos universais.
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