Parecia ser mais um domingo comum na Globo, com o Dança dos Famosos encerrando a noite antes do Fantástico.
Até que, nos minutos finais do programa, Luciano Huck interrompeu o clima de entretenimento para comentar a megaoperação no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão.
Na mesma noite, o comentário de Huck provocou reação do jornalista Luiz Bacci que criticou a fala e afirmou que “não vai romantizar o crime”.
O apresentador da Globo abriu o discurso dizendo que não poderia encerrar o programa sem falar sobre a operação que dominou o noticiário da semana.
Lembrou que, embora seja paulista, vive há 25 anos no Rio de Janeiro, cidade onde criou os filhos e que, de acordo com ele, continua refém do mesmo modelo de segurança pública.
“É uma tristeza ver o mesmo modelo se repetir há décadas sem nenhum resultado”, afirmou o apresentador.
Ao mencionar os 121 mortos nos complexos da Penha e do Alemão, Huck afirmou que, “por trás desse número, há 120 mães que enterraram seus filhos”.
O apresentador reconheceu a necessidade do combate ao tráfico e às milícias, mas cobrou ações de longo prazo e coordenação entre os governos municipal, estadual e federal.
“É preciso sufocar a parte financeira das organizações criminosas e valorizar a polícia e o policial. Mas é preciso mais do que isso: gerar oportunidade, abrir caminhos, mostrar que existem outros futuros possíveis.”
Além disso, afirmou que a violência urbana é hoje “a maior dor do Brasil” e citou exemplos de cidades que conseguiram reverter o quadro, como Medellín, na Colômbia, e Nova York, nos Estados Unidos.
“Elas já foram conhecidas pela violência e hoje são cidades seguras e visitadas no mundo todo.”
No fim, ele se voltou aos familiares dos policiais mortos na operação:
“Olho no olho com as famílias dos policiais mortos. Eu acredito na boa polícia, formada por profissionais bem treinados, respeitados pela corporação e pela população.”
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