Como o Irã poderia fechar o estreito?
Embora parte do estreito esteja sob jurisdição do Irã e de Omã, a faixa por onde passam os navios comerciais é considerada águas internacionais, segundo o direito marítimo da ONU.
Isso impediria o Irã de bloqueá-lo legalmente, na prática a geografia e o poderio militar iraniano poderiam impedir a passagem de embarcações.
O regime dos aiatolás poderia usar uma série de armamentos para impedir a passagem de embarcações da região, como:
- Minas navais: pequenas, silenciosas e difíceis de detectar, podem ser lançadas por submarinos, navios ou até helicópteros em pontos-chave. Esses equipamentos poderiam tornar a navegação na região extremamente arriscada para qualquer navio petroleiro.
- Mísseis antinavio: o Irã mantém baterias móveis de mísseis antinavio (modelos Noor e Khalij Fars) ao longo da costa. Eles têm alcance suficiente para atingir embarcações em plena navegação e podem ser deslocados e escondidos facilmente em topografia montanhosa.
- Lanchas Rápidas e Drones Kamikazes: a Guarda Revolucionária Iraniana (IRGC) é famosa por sua frota de lanchas rápidas e drones kamikazes, capazes de cercar e até executar ataques coordenados em "estilo enxame", dificultando a defesa de navios comerciais e de guerra.
Consequências do fechamento
Desde o início do conflito com Israel, o petróleo Brent (referência global) já subiu 11%, e o WTI (referência nos EUA) 12,4%.
Caso o Irã decida realmente fechar a passagem, a economia mundial poderá enfrentar um cenário caótico.
Navios desviariam rotas, os seguros marítimos disparariam, e os custos logísticos e de frete aumentariam.
Países como China, Índia, Japão e Coreia do Sul seriam os mais impactados, pois dependem do petróleo do Golfo Pérsico.
A Europa também seria prejudicada por receber boa parte dos volumes de petróleo da região, através do Canal de Suez.
Consequências para o Brasil
Mesmo sendo exportador de petróleo, o país seria afetado. A alta do barril no mercado internacional pressionaria os preços do diesel e da gasolina nas refinarias da Petrobras, o que pode causar um aumento da inflação.
EUA pedem ajuda à China para evitar crise
O Secretário de Estado americano, Marco Rubio, solicitou formalmente que Pequim incentive o Irã a não fechar o Estreito de Ormuz:
"Eu incentivo o governo chinês em Pequim a contatá-los sobre isso, porque eles dependem fortemente do Estreito de Ormuz para seu petróleo."
O Secretário de Estado alertou que a medida seria destrutiva para Irã e não causaria tantos problemas para os EUA:
“Se fizerem isso, será outro erro terrível. É suicídio econômico para eles se fizerem isso. E temos opções para lidar com isso, mas outros países também deveriam estar considerando. Isso prejudicaria as economias de outros países muito mais do que a nossa.”
Trump,tem pressionado o Irã por um acordo nuclear para que a região possa voltar à estabilidade.
Para os EUA qualquer tentativa real de interdição do estreito por parte do Irã seria considerada um ato de guerra e provocaria uma resposta militar.
Entenda a guerra de Israel
A guerra no oriente médio não se limita aos campos de batalha, ela também se desenrola no terreno das narrativas.
Buscando entender o que está por trás dessa guerra, a Brasil Paralelo decidiu ir ao Oriente Médio e ouvir diretamente as pessoas que estão envolvidas.
O resultado dessa investigação é o documentário From the River to the Sea. A produção oferece uma visão ampla, humana e direta do que está em jogo no conflito.
Entenda, pela voz dos próprios envolvidos, o que realmente está acontecendo na região.
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