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Economia
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“Inflação é uma máquina de geração de pobres e manutenção de pobreza”, afirma economista

Plano Real completa 30 anos hoje e contribuiu para a estabilização da economia brasileira.

Por
Redação Brasil Paralelo
Publicado em
1/7/2024 19:46
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No início dos anos 1990 poderia ser complicado para o brasileiro economizar ou mesmo se planejar para o próximo mês. A inflação consumia os salários dos trabalhadores e desestimulava as pessoas a poupar. Após quase uma década de planos econômicos frustrados, o governo precisava de uma estratégia para os preços pararem de subir indiscriminadamente.

“Era um caos. De manhã estava um preço e ele podia mudar com a gente dentro da loja. Então, não era raro as pessoas ‘apostarem corrida’ com os remarcadores de preço. Quem pegasse o produto ainda com o preço antigo, pagava mais barato”, relata a advogada Luciana Gomes, 54 anos, em entrevista ao portal Brasil Paralelo.

O economista Bruno Musa relatou ao portal Brasil Paralelo que a situação descrita por Gomes é a de um país hiperinflacionário, situação na qual o Brasil se encontrava desde a década anterior. 

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“De 1980 até 1994 o Brasil teve uma taxa de inflação de 11 trilhões e 200 bilhões. Isso mesmo. A partir de 1 de julho de 1994, a moeda começou a se estabilizar justamente porque tinha como centro o cuidado das contas públicas, uma responsabilidade maior”, afirma o economista Musa em entrevista exclusiva.

Com a inflação fora de controle, a moeda perde valor rapidamente. Significa que os preços de bens e serviços ficam mais caros relativos ao preço da moeda. O economista explica que o Plano Real buscava equilibrar as contas para que a situação econômica do país melhorasse. 

O que foi o Plano Real? 

Como estratégia, a equipe econômica criou uma espécie de criptomoeda, chamada Unidade Real de Valor (URV). Musa afirma que o ponto do grupo que criou o Plano Real era passar confiança para a população e para os empresários de que a nova moeda perderia valor de um dia para o outro. Dessa forma, os preços não mais subiriam como anteriormente

A perda rápida de valor do então cruzeiro era um dos motivos pelo qual as pessoas não queriam manter seu dinheiro no bolso ou guardado em bancos. Musa alega que o real conseguiu mudar tal psiquê na população e nos empresários. O economista também pontua que a responsabilidade das contas públicas foi fundamental para o sucesso da estratégia. 

“Mesmo que ela já tenha perdido 90% do seu poder de compra desde a 1º de julho de 1994, o Plano Real gerou estabilidade na moeda ao longo do tempo,”, finaliza

Este momento foi considerado um divisor de águas na economia brasileira. Nos planos anteriores, o governo apenas mudava a moeda, “retirando os zeros dos valores”. 

Ao criar o Plano Real, a equipe do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (FHC) criou uma moeda “temporária”, que funcionava como uma transição entre o cruzeiro e o real. A Unidade Real de Valor (URV) teve validade por quatro meses.

A moeda teve grande responsabilidade no controle da inflação, pois serviu como uma forma de os brasileiros se adequarem ao novo padrão econômico. 

A estratégia também mudou a maneira como a moeda brasileira era indexada. O valor da moeda nacional passou a ser indexada ao dólar. Esse mecanismo econômico fez com que o valor de determinados preços, salários, contratos ou ativos financeiros fosse ajustado com base na variação da taxa de câmbio entre o real (moeda do Brasil) e o dólar americano. 

Por exemplo: 

  • O aluguel de um imóvel custa R$2.000,00. 
  • A taxa de câmbio inicial é de R$5,00 por US$1,00. 
  • O valor em dólares seria US$400,00. 
  • Depois de um ano, se o câmbio aumentar para R$6,00 por cada dólar.
  • O valor do aluguel seria reajustado para R$2.400,00 (US$400,00 x R$6,00).

O objetivo era proteger as pessoas contra a falta de previsibilidade de câmbio e a inflação descontrolada. Garantiu também que o valor real de um produto ou obrigação fosse mantido ao longo do tempo. 

FHC chegou a participar do programa de Silvio Santos para explicar à população como seria a troca da moeda. A intenção do governo era educar a população sobre o valor real dos produtos consumidos. Naquela época, as pessoas pagavam o que era cobrado sem questionar se o preço era justo. 

É possível que uma geladeira custasse menos que um bom prato de comida” afirmou FHC ao dono do Baú da Felicidade

O importante era que as pessoas comprassem o que precisavam antes que os valores fossem alterados. 

Quem viveu a época anterior ao Plano Real relembra como era a mentalidade das pessoas. Luciana Gomes conta que ia às compras com o marido e a filha pequena, e tudo era comprado no limite para a família de três pessoas.

“Compravamos sempre muita coisa, pois não sabíamos se os dois salários mínimos que tínhamos disponíveis iriam valer a mesma coisa no mês seguinte. Nossa filha tinha 2 anos, então a prioridade eram as coisas dela,” explica a advogada. 

O aumento desenfreado de gastos governamentais teria contribuído para a situação fiscal do Brasil antes que o plano Real degringolasse. 

Cultura consumista perdura até os dias atuais

A constante inflação alta colaborou para que o povo brasileiro se habituase a gastar logo o que recebe, sem criar o hábito de poupar e investir. Tal hábito perdura até hoje. Uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) revela que mais da metade dos brasileiros (52,1%) não têm o hábito de poupar.

Ao colaborar para que o Brasil alcançasse alguma estabilidade econômica, o Plano Real ajudou a criar uma nova consciência sobre o valor dos produtos e serviços, marcando uma era de maior racionalidade econômica no Brasil. Bruno Musa ressalta porém que há muito a ser feito. 

“Estamos estagnados em produtividade há 35 anos. O Plano Real estabilizou a moeda mas não crescemos de maneira sólida nos últimos 50 anos e tivemos 14 recessões desde 1980. O problema no Brasil é ainda mais fundo", comenta o especialista em economia. 

Maior estabilidade monetária em 82 anos

Apesar de possuir pontos negativos, o real se tornou a moeda brasileira mais estável desde 1942. Naquele ano foi criado o cruzeiro, moeda que substituiu os contos de réis, moeda vigente desde o período colonial. Essa estabilidade foi importante para melhorar um pouco o nível de confiança e previsibilidade da economia brasileira, atraindo mais investidores e contribuindo para o desenvolvimento econômico do Brasil. 

O Plano Real ajudou a estabilizar a economia brasileira ao controlar a hiperinflação, trazendo previsibilidade e confiança à população. Apesar dos desafios econômicos e maus hábitos de consumo que ainda persistem, o fato de o real ser a primeira moeda a se manter em vigor por três décadas em quase cem anos pode acender a esperança de dias melhores para o Brasil.

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