Segundo a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), responsável pelo monitoramento nuclear global, não houve aumento nos níveis de radiação fora das instalações atingidas — Fordow, Natanz e Isfahan — após os ataques coordenados pelos Estados Unidos na chamada “Operação Martelo da Meia-Noite”.
Embora os alvos fossem estruturas de enriquecimento de urânio, e ainda que relatórios anteriores indicassem a presença de material nuclear nas instalações, a operação foi planejada com armamentos de precisão — como as bombas GBU-57 antibunker e mísseis Tomahawk — para neutralizar o programa nuclear iraniano sem provocar vazamentos.
Até agora, nenhuma evidência aponta para contaminação ambiental ou ameaça à saúde pública nas regiões próximas. O próprio relatório da AIEA destacou:
“Não houve registro de aumento nos níveis de radiação fora das instalações.”
Apesar do risco teórico de contaminação quando instalações nucleares são atingidas, os dados atuais indicam que não há ameaça radioativa decorrente dos bombardeios. A AIEA continua monitorando a situação e, até agora, os sistemas de contenção parecem ter funcionado. O maior perigo permanece no campo da geopolítica, não da radioatividade.
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Na operação realizada entre os dias 20 e 21 de junho, os EUA atingiram três principais instalações nucleares do Irã: Fordow, Natanz e Isfahan.
Os alvos incluíam centros de enriquecimento de urânio e estruturas subterrâneas fortificadas. O presidente Donald Trump declarou que os locais foram "obliterados", enquanto o Pentágono reiterou que os danos foram severos. Anteriormente, Israel também havia atacado instalações nucleares em Natanz, Isfahan, Arak e até na capital Teerã.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU responsável por monitorar atividades nucleares, afirmou que não há registro de aumento nos níveis de radiação fora das instalações atingidas. Isso foi reforçado no domingo (22), após uma avaliação inicial dos locais bombardeados.
Segundo Darya Dolzikova, pesquisadora do RUSI (Royal United Services Institute), os ataques às fases iniciais do ciclo do combustível nuclear representam riscos químicos mais do que radioativos. Nessas instalações, o composto mais sensível é o UF6 (hexafluoreto de urânio), que, ao entrar em contato com vapor d'água, pode gerar gases tóxicos. No entanto, em instalações subterrâneas e sob baixa velocidade do vento, o material tende a permanecer nas proximidades ou a se dispersar sem causar danos significativos à distância.
James Acton, do Carnegie Endowment for International Peace, reforça que o urânio na forma de UF6 é pouco radioativo. Ele destaca que, embora o composto seja tóxico, "não tende a se espalhar muito e tem baixa radioatividade". No entanto, os ataques são considerados de baixo risco para a população em áreas externas.
Simon Bennett, da Universidade de Leicester, acrescenta que estruturas subterrâneas, como as atacadas, contêm os materiais em milhares de toneladas de concreto e rocha, o que ajuda a evitar a propagação de qualquer contaminação.
A preocupação maior gira em torno da usina nuclear de Bushehr, localizada na costa do Golfo. No dia 19 de junho, o exército israelense chegou a afirmar que havia atacado um alvo em Bushehr, mas depois desmentiu. Segundo Richard Wakeford, epidemiologista da Universidade de Manchester, um ataque a um reator nuclear em operação pode liberar elementos radioativos em grande escala, seja pela formação de uma nuvem tóxica ou pelo despejo no mar.
James Acton também alerta que um ataque à usina de Bushehr seria uma "catástrofe radiológica absoluta". Embora tal ataque não tenha ocorrido, o receio persiste, especialmente entre os países do Golfo.
Estados como Catar, Emirados Árabes, Bahrein e Arábia Saudita dependem da dessalinização da água do Golfo para abastecimento de água potável. A contaminação radioativa desse recurso natural colocaria em risco a segurança hídrica da região.
O Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) está em estado de alerta, monitorando possíveis impactos ambientais e com planos emergenciais para proteger o abastecimento de água e alimentos, embora nenhum sinal de contaminação radiológica tenha sido detectado até agora.
Até o momento, não há indícios de vazamento nuclear ou contaminação significativa fora das instalações iranianas atacadas.
O risco maior segue sendo químico e localizado nas áreas diretamente afetadas. A ameaça de desastre nuclear seria real apenas em caso de ataque a reatores em operação, como o de Bushehr, que permanece intacto.
A situação segue sob vigilância intensa de agências internacionais e governos regionais, atentos a qualquer alteração nos níveis de radiação e ao possível impacto ambiental, especialmente sobre os recursos hídricos do Golfo Pérsico.
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