Leia as notas das empresas
A Meta expressou preocupação com a liberdade de expressão e o ambiente de negócios no país:
“Estamos preocupados com as implicações da decisão do STF sobre a liberdade de expressão e as milhões de empresas que usam nossos aplicativos para crescer seus negócios e gerar empregos no Brasil. Enfraquecer o Artigo 19 do Marco Civil da Internet traz incertezas jurídicas e terá consequências para a liberdade de expressão, inovação e desenvolvimento econômico digital, aumentando significativamente o risco de fazer negócios no Brasil”.
O Google manifestou preocupação com os possíveis impactos da decisão sobre a liberdade de expressão.
“Ao longo dos últimos meses, o Google vem manifestando suas preocupações sobre mudanças que podem impactar a liberdade de expressão e a economia digital. Estamos analisando a tese aprovada, em especial a ampliação dos casos de remoção mediante notificação (previstos no Artigo 21), e os impactos em nossos produtos. Continuamos abertos ao diálogo”
O que mudou com as novas regras da regulamentação?
Com a mudança, as BIG TECHs passam a ter responsabilidade direta sobre o que seus usuários publicam, mesmo sem decisão da Justiça.
Anteriormente, as plataformas só eram obrigadas a remover conteúdos após receberem ordem judicial. Com a nova decisão basta uma notificação para que os conteúdos sejam removidos.
As novas regras valem até que o Congresso aprove uma lei definitiva:
- Casos graves: conteúdo com discurso de ódio, racismo, pedofilia ou apologia ao golpe deve ser removido imediatamente — sem precisar de notificação.
- Notificação extrajudicial: postagens ofensivas ou falsas devem ser tiradas do ar após aviso da vítima. Se não forem, a empresa pode ser punida.
- Crimes contra a honra: calúnia, injúria e difamação seguem exigindo ordem judicial para remoção.
A decisão tem repercussão geral e já preocupa empresas como Google e Meta, que alertam para riscos à liberdade de expressão e possíveis remoções em massa.
Entenda o que muda com as novas regras neste artigo.
O julgamento foi decidido por 8 votos a 3, com discordância dos ministros André Mendonça, Edson Fachin e Nunes Marques.
O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF, afirmou que o tribunal não está legislando, mas apenas fixando critérios até que o Congresso regulamente o tema.
A Advocacia-Geral da União (AGU) comemorou a decisão, classificando-a como um “marco civilizatório”. O órgão afirma que a nova regra alinha o Brasil a outras democracias que buscam maior proteção contra crimes digitais, fraudes e discursos de ódio.
Desde 2023, a AGU já apresentou 12 pedidos extrajudiciais para retirada de conteúdo falso nas redes sociais. Desses, quatro foram atendidos, três negados e cinco seguem em análise.