A boxeadora argelina, campeã olímpica em Paris 2024, entrou com recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS).
O pedido contesta a decisão da World Boxing, entidade responsável pelo boxe nas próximas Olimpíadas. A federação exige que Imane Khelif faça um teste genético para comprovar o sexo.
A medida a impede de participar do Mundial da categoria, marcado para este mês.
A primeira tentativa de suspender a regra foi rejeitada pela CAS, mas o processo segue em julgamento.
A nova política da World Boxing, anunciada em maio, determinou a realização obrigatória de testes de sexo para todos os atletas e mencionou Khelif diretamente.
Em 2023, a antiga Associação Internacional de Boxe (IBA), então controlada pela Rússia, desclassificou Khelif e a taiwanesa Lin Yu-ting do Mundial, alegando falhas em testes de DNA não especificados.
Dirigentes da IBA chegaram a declarar que ambas “tinham cromossomos XY” e, em entrevista polêmica, afirmaram que “são homens”.
Na ocasião, o antigo presidente da Comissão Médica da IBA, Ioannis Filippatos, deu uma coletiva de imprensa. Durante a declaração, afirmou que se tratava, na realidade, de dois homens.
"O resultado médico, o resultado do sangue, parece - e o laboratório diz - que estes boxeadores são homens".
Filippatos afirmou ainda que segundo esta era o resultado do exame de laboratório.
"O problema é que temos dois exames de sangue com cariótipo masculino. Essa é a resposta do laboratório"
O Comitê Olímpico Internacional (COI) reagiu. Ao assumir a organização do boxe olímpico após o banimento da IBA, liberou Khelif e Lin para competir em Paris.
O presidente do COI, Thomas Bach, classificou as declarações contra as atletas como “discursos de ódio totalmente inaceitáveis”.
O porta-voz da entidade, Mark Adams, reforçou: Khelif “nasceu mulher, foi registrada como mulher, viveu sua vida como mulher e lutou boxe como mulher”, acrescentando que “este não é um caso transgênero”.
O Comitê Olímpico da Argélia também negou qualquer irregularidade, afirmando que Khelif é uma mulher cisgênero e lembrando que o país não permite competidores trans em olimpíadas.
Parte da imprensa, no entanto, aponta que se trata de uma atleta intersexo.
Em meio à controvérsia, Khelif reafirmou sua posição: “Sou mulher e vou continuar sendo mulher”.
A boxeadora planeja defender sua medalha de ouro no peso meio-médio nos Jogos de Los Angeles 2028. Enquanto isso, a presidente do COI, Kirsty Coventry, criou uma força-tarefa para reavaliar as regras de elegibilidade de gênero no esporte.
A autora Nine Borges participou do podcast Conversa Paralela com Lara Brenner e Arthur Morisson para discutir a ideologia de gênero. Assista gratuitamente no canal da Brasil Paralelo e entenda mais sobre o tema.
Como um veículo independente, não aceitamos dinheiro público. O que financia nossa estrutura são as assinaturas de cada pessoa que acredita em nossa causa.
Quanto mais pessoas tivermos conosco nesta missão, mais longe iremos. Por isso, agradecemos o apoio de todos.
Seja também um membro da Brasil Paralelo e nos ajude a expandir nosso jornalismo.
Cupom aplicado 37% OFF
Cupom aplicado 62% OFF
MAIOR DESCONTO
Cupom aplicado 54% OFF
Assine e tenha 12 meses de acesso a todo o catálogo e aos próximos lançamentos da BP