O cantor Oli London desistiu da transição de gênero e revelou o papel da fé nessa jornada. Ele se identificava como uma mulher coreana de gênero fluido, chegando a gastar mais de R$1 milhão em 32 cirurgias plásticas. 

Em entrevista ao Christian Broadcasting News de abril de 2023, London afirmou que sua vida mudou ao encontrar Jesus Cristo, o que lhe deu senso de propósito e dever.

Descreveu sua relação com as cirurgias como um vício semelhante à automutilação, passando por procedimentos invasivos em diversos países, incluindo China, Turquia e Estados Unidos. 

Foi quando percebeu que estava colocando sua saúde física em risco e que sua família estava preocupada.

“Felizmente, comecei a ir à igreja regularmente, e pude perceber o que estava fazendo e o quão prejudicial era e consegui sair disso.”

A falta de apoio para os que desistem da transição 

London destacou a falta de recursos para pessoas que desejam detransicionar, em comparação com o apoio para aqueles que querem mudar seu gênero.

“Há tantos recursos, ONGs, instituições de caridade para ajudar as pessoas na transição, dando a elas os hormônios e bloqueadores da puberdade. No entanto, se você faz a destransição, você é meio desprezado, posto de lado.”

No entanto, ele encontrou apoio em outros que, como ele, voltaram atrás. Afirma que a ajuda foi fundamental no processo. 

Afirmou que, com o tempo, conseguiu deixar de lado os comportamentos que tinha enquanto enfrentava questões relacionadas à sua identidade.

Agora, abraça seu eu natural, sem se preocupar com aparências ou identidade. Sente-se contente por acreditar que o ser humano é feito à imagem de Deus. 

“No final do dia, somos feitos à imagem de Deus e isso tem sido algo poderoso para mim”.

Relata ainda que a comunidade cristã tem sido incrivelmente amorosa durante seu processo.

O dever para com os seguidores

London ficou famoso em 2018 por sua obsessão em se parecer com Jimin, membro do grupo de música coreana BTS. 

Na época, afirmava ser uma mulher trans de gênero fluido. Agora que se converteu cristão, tornou-se um porta-voz para seus 692 mil seguidores no instagram. 

O inglês de 34 anos passou a dedicar-se a ajudar aqueles que, como ele, passam pelo processo de reverter a transição de gênero. Na mesma entrevista, ele disse: 

“Desde que me destransicionei, também tenho tentado usar minha plataforma agora para tentar fazer o bem no mundo e tentar espalhar fé também para o público da Geração Z.”

Expressou ainda preocupação pelos jovens que estão “sendo desencaminhados” hoje em dia. Casos semelhantes a esse relato são retratados em As Grandes Minorias. 

“Eles não estão se conectando com Deus. Deus está sendo tirado das salas de aula em alguns lugares, e... Eu acho que é algo que a geração jovem está perdendo.”

O original Brasil Paralelo mostra como a pressão por afirmação de gênero está afetando toda uma geração. Assista gratuitamente: 

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A dura jornada de retorno

London admite que voltar atrás não é fácil, especialmente após os altos investimentos para se tornar mulher. 

“Eu passei por muitas cirurgias ao longo de um período de 10 anos. Eu estava passando por uma crise de identidade, então gastei várias centenas de milhares em cirurgias, na aparência... nas roupas, em todos os preenchimentos, na maquiagem, em tudo assim.”

Apesar de se arrepender, ele vê sua história como uma lição e tenta não se prender ao passado.

“Você não pode se debruçar sobre esses arrependimentos, você não pode se debruçar sobre o passado.”

Crianças mutiladas

London decidiu contar a sua história quando pesquisou mais sobre a transição de gênero. Descobriu que o assunto era mais complexo do que imaginava. 

“Quando vi crianças na América que passaram por um trauma horrível por terem feito essas cirurgias e hormônios, olhei para essas meninas e pensei: 'Elas têm 18 anos e estão falando abertamente sobre isso na internet, e estão recebendo um ódio.'”

London classificou os adultos que incentivam os procedimentos de abusadores, e disse ficar de coração partido ao escutar as histórias. 

Do ateísmo à vida comunitária

De acordo com o site Faithwire London foi criado como ateu e descreve seu contato com o cristianismo como "emocionante", já que antes não estava familiarizado com a crença. 

Nos últimos dois anos, ele se envolveu em atividades da comunidade, participando de eventos, frequentando igrejas e se conectando com outras pessoas de fé. 

“E tenho sido tremendamente feliz desde então”.

Afirma ser grato pela igreja e pelos “ensinamentos de Jesus”. Para ele, o segredo foi aceitar como Deus o criou. 

“Não importa como olhamos, como nos identificamos, somos criaturas de Deus”. 

Em seu instagram, compartilha sua nova rotina como homem, descrevendo-se como “fora da loucura de gênero". ‍