A guerra entre Israel e o Hamas iniciada após os atentados executados pelo grupo jihadista no dia 8 de outubro de 2023, é um dos conflitos em andamento com maior repercusão política atualmente.
Nos EUA, principal aliado de Israel, a questão pode ajudar a definir o resultado das eleições de novembro, uma das mais polarizadas da história americana.
Os protestos que se desenrolaram nas universidades ao redor do país trouxeram a relação entre os Estados Unidos e o Estado judeu ao centro do debate público.
No mês de abril as universidades americanas se tornaram um dos focos dos noticiários internacionais.
Grandes protestos contrários ao Estado de Israel tomaram conta dos campus, em alguns casos ocorreram até confrontos com a polícia e brigas entre grupos pró-palestina e pró-israel.
O cenário caótico teve início no dia 18 de abril, quando estudantes da Universidade de Columbia iniciaram um protesto contra a parceria entre a instituição e empresas israelenses.
Para os estudantes, qualquer vinculo com empresas sediadas em Israel seria equivalente a financiar o suposto genocidio do povo palestino.
Em pouco tempo, o exemplo da Ivy League de Nova York foi seguido em diversas outras universidades ao redor do país.
Logo os EUA estavam de costa a costa com grandes protestos universitários, alguns mais pacíficos e outros repletos de casos de vandalismo e confrontos.
A força do movimento demonstra que os jovens americanos de visão progressista estão muito engajados em defender a pauta palestina, este setor da sociedade é politicamente mais alinhado ao Partido Democrata e pode ajudar a definir o resultado das eleições de 2024.
Para o professor Daniel Carvalho, coordenador do curso de Relações Internacionais na UVV entrevistado pela Brasil Paralelo, os protestos podem impactar nas eleições, porém “ainda é muito cedo para mensurar o tamanho desse impacto”.
O professor ainda coloca que o candidato do Partido Democrata deve receber mais impactos negativos do que seu oponente republicano Donald Trump, uma vez que o voto nos EUA é facultativo e a postura de Biden sobre a questão pode desincentivar os jovens a comparecer às urnas.
O professor afirma que o conflito entre Israel e Palestina pode colocar Joe Biden em uma situação política muito delicada, uma vez que ele precisa equilibrar sua retórica e suas decisões com base na opinião da ativa base de jovens progressistas e do poderoso Lobby Israelense dentro dos setores empresariais e políticos americanos.
De acordo com Daniel Carvalho, há ainda um terceiro fator a ser considerado, que é a percepção do público americano em relação a atos de terrorismo de grupos árabes e islamicos.
“O segundo fator é que o atual presidente Joe Biden precisa conseguir mostrar para americanos que ele é crítico ao terrorismo, mas também que isso não anula a possibilidade de ser crítico a respostas eventualmente exageradas de Israel. Porque uma boa parcela da opinião pública americana identificou naqueles ataques do 6 de outubro o seu trauma coletivo, que foram os atentados do 11 de setembro de 2001.” Declarou o professor.
Desde o início da Guerra Biden tem tentado uma postura de preservar os laços com Israel ao mesmo tempo em que busca se apresentar como crítico a supostos exageros cometidos pelo país.
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