Ela entregou sua vida para que seu filho pudesse viver - conheça emocionante história de Chiara Corbella Petrillo

"Era óbvio, lógico e claro que Maria não poderia sobreviver depois do nascimento, mas também era óbvio que estava viva. Eu não me sentia capaz de ir contra ela, sentia que devia sustentá-la como pudesse, e não trocar sua vida pela minha".

Essa foi a resposta de Chiara ao médico que sugeriu o aborto como atitude aconselhavel para o caso.

A primeira filha, Maria Grazia Letizia tinha anencefalia, uma malformação que acontece na gestação e prejudica o desenvolvimento do sistema nervoso.

• Leia mais: confira as fases da gestação do nascituro.

Católica convicta, Chiara negou o aborto e levou a gravidez até o fim. Batizou a sua filha, que morreu pouco depois, e disse o que sentiu ao carregar a criança nos braços:

"Se eu tivesse abortado, não penso que poderia recordar do dia como uma festa na qual eu tivesse me livrado de alguma coisa. Ao contrário, o dia do nascimento de Maria eu poderei recordá-lo como um dos mais belos da minha vida".

Uma nova gravidez de risco, uma nova prova de amor

Davide Giovanni, o segundo filho de Chiara e Enrico Petrillo foi diagnosticado com uma deficiência grave: ele não tinha os membros inferiores e nem rins. Devido à deficiência, seus pulmões não poderiam se desenvolver.

Chiara decide continuar a gravidez e após o nascimento de Davide, põe a criança nos braços ainda com o cordão umbilical, abraça-o e sussurra: "meu filho, meu amor…".

Davide é batizado no hospital e morre 38 minutos depois do nascimento.

Para Chiara, o aborto nunca foi uma opção. Seu marido também nunca considerou isto. Ao saber de Davide, Enrico foi pressionado por médicos para convencer sua esposa a abortar, e respondeu:

"Deus cria a vida para a eternidade e eu lhe digo que não?".

Mas o maior desafio de Enrico e Chiara ainda estava por vir.

Uma gravidez perfeita, mas junto dela seu maior desafio

Diferente dos seus irmãos, o terceiro filho, Francesco, era saudável e tudo ia bem com sua gestação. O problema é que Chiara descobriu um câncer na língua e o único tratamento possível colocaria em risco a vida de seu filho, ainda no ventre materno.

Os médicos aconselhavam que ela fizesse o tratamento o quanto antes para salvar sua vida, mas Chiara não estava disposta a arriscar a vida do filho:

"Para a maioria dos médicos, Francesco era apenas um feto de sete meses e quem deveria ser salva era eu, mas sinto-me como uma leoa que procura defender os filhotes. Como se estivesse disposta a tudo para defendê-lo.".

Acometida pelo câncer, Chiara adiou o tratamento para que seu filho não sofresse sequelas da gestação e pudesse viver.

Francesco nasceu, mas Chiara não pôde ser curada. Morreu em 13 de Junho de 2012 deixando uma carta de amor para seu filho e seu marido:

“Caríssimo Francy,

Hoje você está fazendo um ano e papai e eu nos perguntávamos o que poderíamos te dar de presente que pudesse durar muitos anos, e depois de pensarmos, decidimos escrever uma carta.

Você foi uma grande graça na nossa vida porque nos ajudou a olhar além dos nossos limites humanos.

Quando os médicos nos deram notícias que poderiam nos encher de medo, a sua vida, assim tão frágil, nos dava a força pra ir em frente.

O amor te consome, mas é tão bonito morrer consumido, exatamente como uma vela que se apaga quando atinge o seu objetivo.

Vou ao céu para cuidar de Maria e Davide; você fica aqui com o papai. De lá, eu rezarei por vocês. Meu filho, você é especial e tem uma grande missão. O Senhor o escolheu desde sempre, e eu lhe mostrarei o caminho a seguir, se você abrir seu coração. Confie em mim, vale a pena.

Com todo amor,
Papai e mamãe".

Sua história comoveu o mundo inteiro e a Igreja Católica a proclamou "serva de Deus", o primeiro estágio do processo que determina a santidade de uma pessoa.

Chiara é uma das mulheres que merece ter sua história contada para inspirar no mundo o valor da vida.