Quando Mário Frias surgiu para o público brasileiro no fim dos anos 1990, era difícil prever seu futuro fora da televisão. O ator, então símbolo da cultura pop, se tornaria, duas décadas depois, uma figura atuante no cenário político do país.

Sua trajetória mistura televisão, vida pública, ação política e agora um novo desafio: reconstruir nos cinemas o percurso que levou o ex-presidente ao Planalto.

A produção, dirigida por Cyrus Nowrasteh e com estreia prevista para 2026, terá Jim Caviezel no papel de Bolsonaro. Nowrasteh já trabalha na América Latina e visitou locações no Rio e em Minas para reconstituir o atentado de 2018.

Quem é Mário Frias?

Mário Frias iniciou a carreira de ator na Rede Globo. Fez participações pontuais até assumir o protagonismo da sexta temporada de Malhação (1999). A série adolescente impulsionou sua trajetória.

Na trama, ele interpretou Rodrigo Chaves, par romântico de Tati, vivida por Priscila Fantin. A atuação lhe rendeu projeção nacional e o status de galã.

Depois, integrou o elenco de novelas como:

• As Filhas da Mãe (2001);
• O Beijo do Vampiro (2002);
• Senhora do Destino (2004).

Em 2006, migrou para a Band como galã da segunda temporada de Floribella. Nos anos seguintes, apresentou programas como O Último Passageiro e Super Bull Brasil na RedeTV!.

Voltou às novelas em Malhação (2014) e depois fez parte do elenco de A Terra Prometida (2016), na Record.

A entrada no governo e apoio a Bolsonaro

Frias foi nomeado Secretário Especial da Cultura em junho de 2020, substituindo Regina Duarte.

Durante seu período no cargo, protagonizou debates públicos, como críticas ao humorista Marcelo Adnet após uma paródia. No mesmo ano, sofreu um princípio de infarto e passou por um cateterismo.

Sua presença política se intensificou nas redes sociais. Frias passou a defender abertamente o governo Bolsonaro, criticar ex-integrantes da gestão e comentar pautas nacionais.

Seu engajamento digital ampliou sua visibilidade e aproximou seu nome de líderes da direita brasileira.

O filme de Bolsonaro e o papel de Frias no projeto

O roteiro escrito por Mário Frias pretende trazer uma reconstrução detalhada dos eventos que cercaram a eleição de Jair Bolsonaro.

A narrativa deve apresentar o ex-presidente como um “vencedor improvável”, destacando sua formação militar e ações ligadas ao combate ao tráfico, segundo informações divulgadas pela produção.

A escalação do elenco também chama atenção:

• Flávio Bolsonaro será interpretado por Marcus Ornellas, ator brasileiro naturalizado mexicano.
• Carlos Bolsonaro será interpretado por Sérgio Barreto, protagonista de Oficina do Diabo.
• Eduardo Bolsonaro será vivido por Eddie Finlay, ator americano com passagens por Velozes e Furiosos e Bad Boys II.

Jim Caviezel, conhecido mundialmente por A Paixão de Cristo, dará vida ao próprio Jair Bolsonaro.

O diretor Cyrus Nowrasteh tem histórico de filmes com forte carga dramática e conflitos morais, como O Apedrejamento de Soraya M. e O Jovem Messias.

Ele já trabalhou com Caviezel em Sequestro Internacional (2019) e tem relação antiga com o Brasil.