"Danos graves à saúde", aponta o maior estudo já feito sobre efeitos colaterais da transição de gênero

Uma conferência do American College of Cardiology apresentou a maior tese sobre efeitos colaterais da "transição de gênero" já feita. O estudo foi publicado no dia 23/02 e será apresentado no Congresso Mundial de Cardiologia em março.

Os médicos apontaram que pacientes transgêneros que tomam hormônios do sexo oposto possuem um risco aumentado de coágulos sanguíneos perigosos que podem criar bloqueios no cérebro, coração e pulmões. 

O estudo ainda apontou que os participantes que fizeram transição de gênero tem maior disposição aos seguintes problemas em comparação com aqueles que nunca fizeram terapia hormonal:

• 7 vezes mais risco de acidente vascular cerebral isquêmico;
• 6 vezes mais risco do tipo mais grave de ataque cardíaco;
• 5 vezes mais risco de embolia pulmonar.

“É uma questão de ônus e bônus”, disse o Dr. Ibrahim Ahmed, residente do terceiro ano do Mercy Catholic Medical Center em Darby, Pensilvânia, e principal autor do estudo. 

“Iniciar a transição é uma parte da vida de uma pessoa que busca se sentir mais ela mesma, mas a terapia de reposição hormonal também tem muitos efeitos colaterais; não é um empreendimento isento de riscos".

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O estudo analisou retrospectivamente registros hospitalares de mais de 21.000 indivíduos com disforia de gênero, dos quais 1.675 haviam sido submetidos a terapia hormonal cruzada. 

Pacientes transgêneros do sexo masculino que desejam ser mulheres frequentemente tomam estrogênio para induzir o aparecimento de características sexuais secundárias femininas. 

Já os pacientes transgêneros do sexo feminino que desejam se tornar homens frequentemente tomam testosterona para induzir o aparecimento de características sexuais secundárias masculinas. 

Os pesquisadores disseram que tanto o estrogênio quanto a testosterona são conhecidos por aumentar a atividade de coagulação do sangue, o que poderia explicar o aumento de eventos cardiovasculares relacionados à coagulação. 

Aqueles que tomam terapia de reposição hormonal no estudo também apresentaram taxas mais altas de transtorno por uso de substâncias alucinógenas e hipotireoidismo.

Um acidente vascular cerebral isquêmico, para o qual os pacientes do estudo que se submeteram à terapia hormonal tiveram sete vezes mais chances de sofrer, é um tipo de acidente vascular cerebral que ocorre quando um coágulo sanguíneo bloqueia um vaso sanguíneo que fornece sangue ao cérebro, levando à falta de sangue fluxo e oxigênio para o tecido cerebral. 

Isso pode causar danos às células cerebrais e resultar em vários sintomas neurológicos, como fraqueza ou paralisia de um lado do corpo, dificuldades de fala e problemas de visão. 

Os médicos recomendaram estudar ainda mais os potenciais efeitos cardiovasculares e outros efeitos à saúde após o uso de hormônios do sexo oposto, à medida que o uso dessas terapias se tornem mais comuns.