Rahaf Quazaat conta que antes do início do conflito, no dia 7 de outubro de 2023, levava uma vida normal, frequentando a escola e crescendo junto de sua família:
“Nós costumávamos ir à escola, a vida era bonita. No primeiro dia da guerra estávamos prontos para ir à escola quando os membros do Hamas lançaram foguetes.”
Naquele dia, sua mãe não a deixou ir para a escola, sabendo que aquele era o começo de uma guerra.
Logo, a vida de Rahaf foi impactada por uma grande tragédia. Seu pai foi atingido por soldados israelenses e perdeu a vida.
“Meu pai e meu tio saíram para ver, achavam que os tanques tinham recuado, os judeus atiraram no meu pai e ele foi martirizado naquele momento. Meu tio voltou e disse que meu pai havia sido martirizado.”
Heba Obaed acabou separada de sua irmã mais velha e seus sobrinhos, que ficaram presos na região sul enquanto a menina ficou em Gaza:
“Minha sobrinha e meu sobrinho ficaram com a minha família. Eles foram cercados e eu fiquei em Gaza, agora eles estão no sul. Meu pai e metade das minhas irmãs foram…”
A criança não conseguiu completar a fala e seus olhos se encheram de lágrimas.
Razan Arafat, de 12 anos, quase morreu depois que uma bomba explodiu e a deixou soterrada por escombros.
A criança, que perdeu sua perna direita no incidente, conta que tudo começou como uma tarde normal em família:
“Estava sentada no chão com minha família no cômodo quando chegou a hora da chamada para a oração da tarde. Minhas irmãs e eu estávamos na casa do nosso tio e queríamos sair depressa, mas de repente me vi debaixo da areia e havia pedras sobre mim.”
Com o rosto marcado por estilhaços de bomba, Syla Akhush foi outra criança entrevistada. A menina conta que teve sua casa atingida durante a guerra e seu rosto deformado pela explosão:
“Estávamos indo da escola para casa e ouvimos um estrondo. Então, fui até a minha mãe. E minha mãe, minhas irmãs e eu ficamos desabrigadas. Então, eu fui atingida, e os estilhaços me deixaram deformada.”
Quando a garota foi perguntada sobre o que gostaria de fazer quando for mais velha, a resposta foi:
“Eu gostaria de viajar, receber tratamento e voltar tudo como era antes. E que a guerra termine para poder ver a família e as pessoas de novo.”
Para entender uma questão complexa e importante como a guerra entre Israel e o Hamas, a Brasil Paralelo foi ao Oriente Médio, onde entrevistou intelectuais, militares e sobreviventes da guerra.
Mais de 3,7 milhões de pessoas já assistiram ao filme até hoje, 24 de outro e mais de 100 mil pessoas assistiram à estreia do documentário original no dia 7 de outubro.
Para assistir ao filme gratuitamente no YouTube, clique no link abaixo:
Quero assistir “From the River to the Sea”.