A Rocinha, maior favela do Brasil, virou reduto oficial do Comando Vermelho (CV). Segundo a cúpula da Segurança Pública do Rio de Janeiro, o morro abriga hoje cerca de 1.500 fuzis.
O número é até sete vezes maior que o arsenal de um batalhão da Polícia Militar.
O território era dominado há anos pela facção Amigos dos Amigos (ADA), mas perdeu a guerra. Após oito anos de conflitos internos, o CV assumiu o controle da comunidade e transformou o local em um refúgio para traficantes, estelionatários e assaltantes.
Imagens registradas por um drone da PM, no mês passado, mostram o poder bélico da quadrilha: cerca de 400 homens fugindo pela mata, quase todos com fuzis nas mãos.
O armamento pesado se tornou símbolo de status no mundo do crime. O delegado Pedro Cassundé explica que a lógica do tráfico mudou: os “chefes” deixaram de ser apenas compradores para atuar como atacadistas de armas e drogas.
“Hoje, eles compram em larga escala e revendem para qualquer grupo criminoso disposto a pagar. Ganham status e ampliam a influência.”
É o caso de Eduardo Fernandes de Oliveira, o Eduardo 2D, segundo homem na hierarquia do CV no Complexo do Alemão.
Em conversas interceptadas pela Polícia Civil, ele negocia munições e fuzis como quem vende no mercado legal:
Outro traficante da mesma facção, Fhillip Gregório da Silva, o Professor, foi morto recentemente. Ele era responsável por uma rede internacional de armas que incluía Paraguai, Bolívia, Peru e Colômbia.
O nome cotado para assumir seu lugar na logística é Manoel Cinquine Pereira, o Paulista.
A chegada do fuzil às mãos das facções no Rio de Janeiro marcou um ponto de virada na escalada da violência no Estado.
Com maior alcance e poder de fogo, os criminosos passaram a agir com mais segurança e letalidade. O impacto foi imediato: os crimes se tornaram mais violentos e a sensação de insegurança se espalhou pela população.
Para entender como o Rio chegou a esse cenário, investigamos os ciclos de violência, as decisões políticas e a atuação do crime organizado nas últimas décadas.
O resultado dessa investigação é o documentário Rio de Janeiro: Paraíso em Chamas.
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