Defesa diz que houve entrega voluntária; PF nega
A defesa da deputada afirma que ela se entregou voluntariamente, mas a Polícia Federal nega essa versão.
Em vídeo gravado antes da prisão, Zambelli afirmou que não pretende voltar ao Brasil:
"Ela preferiu se apresentar. A polícia foi até o local. Não teve alarme, não teve imprensa, não existe foto dela sendo custodiada, não foi algemada".
Em vídeo divulgado antes da prisão, Carla Zambelli afirmou estar segura em se entregar às autoridades italianas.
“Se eu tiver que cumprir qualquer pena vai ser aqui na Itália, que é um país justo ainda e democrático”, declarou.
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Autoridades italianas têm até 48 horas para decidir
Agora, cabe à Justiça da Itália decidir se Zambelli será libertada, colocada em prisão domiciliar ou mantida detida até o julgamento do pedido de extradição. Segundo a PF, essa decisão deve ser tomada em até 48 horas.
De acordo com o advogado da deputada, Fabio Pagnozzi, ela foi presa “sem alarde” e não foi algemada.
“Ela preferiu se apresentar. A polícia foi até o local. Não teve imprensa, não teve alarme. Ela não queria aparecer com cabelo branco e teve tempo de pintar o cabelo”, relatou.
Condenação e histórico do caso
Em maio deste ano, Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal a 10 anos de prisão em regime fechado e ao pagamento de multa. A decisão foi unânime.
Ela foi considerada culpada por atuar com o hacker Walter Delgatti Neto na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na inserção de documentos falsos, entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes.
A deputada deixou o Brasil pela fronteira com a Argentina e estava na Itália, onde possui cidadania.
Além da condenação, Zambelli teve o nome incluído na lista vermelha da Interpol e aguarda a votação da Câmara dos Deputados para que a perda de seu mandato seja efetivada, conforme determinado pelo STF.
Outros inquéritos em andamento
Zambelli ainda é investigada em dois inquéritos em curso no STF:
- O inquérito das fake news, que apura a disseminação de notícias falsas contra ministros do Supremo;
- E o inquérito das milícias digitais, que investiga possíveis articulações golpistas após as eleições de 2022.
O caso agora segue sob avaliação da Justiça italiana, que deve decidir nos próximos dias se a deputada continuará detida, será liberada com restrições ou extraditada ao Brasil.
Enquanto isso, os desdobramentos jurídicos de sua condenação e dos inquéritos em curso no STF permanecem em andamento, à espera de novas definições no plano político e judicial.
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