Um rumor de que a Seleção Brasileira poderá usar uma camisa vermelha como segundo uniforme na Copa do Mundo de 2026 está se espalhando nas redes sociais.
A informação, ainda não confirmada pela CBF, foi divulgada pelo site especializado Footy Headlines.
A mudança faz parte de uma colaboração entre a Nike, fornecedora do Brasil desde 1996, e a marca Air Jordan.
Isso quebraria a longa tradição do uniforme azul como segunda opção, usado desde a Copa de 1954.
A ideia de uma cor associada a questões políticas e que não está na bandeira está causando polêmica.
Apesar da questão política, vestir cores que não estão na bandeira nacional não é algo tão incomum entre as seleções.
Diversas equipes adotam uniformes com tons ligados a outros símbolos nacionais, dinastias históricas ou até mesmo elementos geográficos.
Conheça alguns exemplos abaixo:
A Itália é famosa por seu uniforme azul, que lhe rendeu o apelido de “gli azzurri”, traduzido como "os azuis”.
Essa cor não está na bandeira italiana, que é verde, branca e vermelha, mas é uma homenagem direta à Casa de Saboia, a família real que governou a Itália entre 1861 e 1946.
O azul era uma das cores tradicionais da dinastia e foi adotado em quase todos os esportes como forma de representar a história e a identidade do país unificado.
A Alemanha também joga com cores que não refletem diretamente sua bandeira atual, preta, vermelha e amarela.
O tradicional uniforme branco com detalhes em preto remete às cores da bandeira da Prússia, o reino que teve um papel central na unificação alemã.
Embora as cores da bandeira moderna apareçam em detalhes ou uniformes alternativos, a escolha do branco como cor principal está muito ligada à tradição e a uma busca por simplicidade visual.
A camisa laranja é um dos maiores símbolos do futebol holandês, mas a cor não está na bandeira do país, vermelha, branca e azul.
O laranja é a cor da Casa de Orange-Nassau, a família real dos Países Baixos desde o século XVI.
A escolha do azul também foge das cores de sua inconfundível bandeira japonesa, branca com um círculo vermelho.
Uma das explicações mais aceitas para o uniforme azul é a ligação com as paisagens naturais do país: a cor representaria o céu e as águas do Oceano Pacífico que cercam o arquipélago.
Há também interpretações que associam o azul a um sentimento de pureza valorizado na cultura japonesa.
A seleção australiana veste uniformes com as cores verde e amarelo, que não estão em sua bandeira azul, branca e vermelha.
A explicação é que o verde e o amarelo são as cores nacionais oficiais do país, inspiradas na acácia, uma planta nativa na Austrália.
O estatuto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), estabelece que os uniformes da seleção devem utilizar exclusivamente as cores da bandeira brasileira: verde, amarelo, azul e branco.
Outras cores só podem ser usadas em edições comemorativas, mediante aprovação da diretoria.
Leia o que diz o seu capítulo III, artigo 13, inciso III do estatuto:
“III – os uniformes obedecerão às cores existentes na bandeira da CBF e conterão o emblema descrito no inciso II deste artigo, podendo variar de acordo com exigências do clima, em modelos aprovados pela Diretoria, não sendo obrigatório que cada tipo de uniforme contenha todas as cores existentes na bandeira e sendo permitida a elaboração de modelos comemorativos em cores diversas, sempre mediante aprovação da Diretoria.”
Muitas pessoas defendem que a escolha da cor vermelha reflete a divisão política pela qual o país vêm passando.
O comentarista Thiago Asmar, que apresenta o programa futebolístico Bate-Pronto criticou a possibilidade e disse acreditar que a escolha acontece por questões políticas:
“A camisa da seleção brasileira vermelha é constrangedora, ridícula. Eu acho politizada… Acho sim, politizada, já que o verde amarelo virou símbolo de muita coisa que incomoda muita gente no Brasil.”
Desde 2013, manifestantes contrários aos governos do PT utilizaram a camiseta da seleção em seus protestos.
Ao longo dos últimos anos, a roupa tem sido utilizada com frequência pelos apoiadores de Bolsonaro.
No ano passado, o museu da Fifa na Suíça chegou a afirmar que a camiseta da seleção brasileira havia sido “sequestrada” pela “extrema-direita”, deixando ainda mais clara a polarização em torno da camiseta.
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