‘Hóspedes’ conhecidos da prisão
A fama de Alcatraz não se deve apenas à sua localização ou segurança, mas também aos seus detentos, que marcaram a história criminal dos Estados Unidos.
Entre eles está Alphonse "Al" Capone, o lendário gângster de Chicago, que cumpriu parte de sua pena por sonegação fiscal na ilha entre 1934 e 1939.
Capone, conhecido por sua influência no crime organizado, enfrentou em Alcatraz um ambiente onde seu poder e contatos externos pouco importavam.
Outro detento notório foi George "Machine Gun" Kelly, um dos maiores assaltantes de bancos da era da Depressão, e Robert Stroud, o "Homem Pássaro de Alcatraz", que, apesar do apelido, nunca cuidou de pássaros na ilha, ficou conhecido por seus estudos ornitológicos em outra prisão. Esses nomes ajudaram a construir o mito de Alcatraz como o destino final para criminosos incorrigíveis, um lugar onde a sociedade enviava aqueles que não tinham condições de convívio social.
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Tentativas de fuga e o mito da inviolabilidade
A reputação de Alcatraz como uma prisão "impossível de escapar" foi testada ao longo dos anos. Entre 1934 e 1963, houve 14 tentativas de fuga envolvendo 36 detentos.
A mais famosa ocorreu em 11 de junho de 1962, quando Frank Morris e os irmãos John e Clarence Anglin executaram um plano meticuloso.
Usando colheres roubadas e ferramentas improvisadas, eles cavaram túneis nas paredes de suas celas, criaram cabeças falsas de papier-mâché para enganar os guardas e construíram um bote com capas de chuva. Os três escaparam pela ventilação, chegaram à água e nunca mais foram vistos.
Apesar de as autoridades afirmarem que eles provavelmente morreram nas águas geladas, seus corpos nunca foram encontrados, alimentando lendas e teorias sobre uma fuga bem-sucedida. Esse episódio, imortalizado no filme Fuga de Alcatraz (1979), com Clint Eastwood, reforçou o fascínio pela prisão.
Os motivos para o fechamento em 1963
A prisão foi fechada por uma série de motivos financeiros e estruturais. Tudo precisava ser transportado por barco: água potável, alimentos, combustível e suprimentos.
Os custos operacionais de Alcatraz eram quase três vezes superiores aos de outras prisões federais. Além disso, as construções da ilha sofriam com deterioração severa.
A exposição constante à água salgada e aos ventos corrosivos danificava as estruturas, e o sal infiltrado no concreto causava rachaduras e desmoronamentos.
Reformar Alcatraz custaria milhões, muito mais do que construir uma nova prisão em terra firme. Em 21 de março de 1963, a prisão foi oficialmente desativada, e os últimos 27 detentos foram transferidos para outras instalações.
Alcatraz após a prisão: ativismo e turismo
Após o fechamento, a ilha passou por diferentes fases. Entre 1969 e 1971, um grupo de ativistas indígenas ocupou Alcatraz por 19 meses, reivindicando a posse da ilha com base em tratados históricos.
A ocupação, que atraiu atenção nacional, foi um marco no movimento pelos direitos indígenas nos EUA, embora tenha terminado com a remoção dos ocupantes pelo governo.
Em 1972, a ilha foi incorporada à Área de Recreação Nacional Golden Gate, administrada pelo Serviço Nacional de Parques dos EUA.
Hoje, Alcatraz é uma das atrações turísticas mais populares de São Francisco, recebendo cerca de 1,5 milhão de visitantes por ano. Os turistas exploram as celas, o refeitório e as áreas de recreação, guiados por áudios narrados por ex-detentos e guardas, que contam histórias de vida na prisão.
A ilha também abriga uma rica fauna e flora, incluindo colônias de gaivotas e outras aves marinhas, o que adiciona um contraste curioso ao seu passado sombrio.