A gigante chinesa de tecnologia Xiaomi construiu uma fábrica que não precisa de trabalhadores e nem de luz para funcionar 24 horas por dia.
O empreendimento está localizado em Changping, Pequim, e custou um investimento de R$1,8 bilhões.
A capacidade de produção da fábrica está estimada em cerca de 10 milhões de smartphones por ano.
Trata-se de uma "fábrica escura". A maior parte do trabalho dentro dos 81.000 metros quadrados da é realizado de forma autônoma por robôs inteligentes, operando 24 horas por dia.
Algumas fábricas chinesas já testam operações "sem iluminação", usando sensores avançados e visão computacional, o que pode reduzir significativamente o consumo de energia industrial.
Essas máquinas são capazes de montar os aparelhos, inspecionar a qualidade e cuidar da logística interna, tudo isso sem intervenções humanas.
Estima-se que as máquinas consigam produzir uma média diária de 30 mil celulares, ou aproximadamente uma unidade por segundo.
Essa nova instalação será responsável pela produção dos próximos lançamentos de celulares dobráveis da marca, como o Xiaomi MIX Fold 4 e o Xiaomi MIX Flip.
A nova fábrica da Xiaomi é um exemplo concreto da crescente aposta da China na automação total.
A automatização é um movimento impulsionado pela iniciativa Made in China 2025, um programa do governo chinês lançado em 2015 para transformar o país em uma potência na alta tecnologia.
Em 2022, a China instalou cerca de 290 mil robôs industriais a mais do que os Estados Unidos e o Japão juntos, respondendo por 52% do total mundial, segundo a Federação Internacional de Robótica (IFR).
Apesar de ser considerada uma grande potência econômica e um país pioneiro em novas tecnologias, a China é comandada com punho de ferro pelo Partido Comunista.
Entenda como o país conseguiu se desenvolver mesmo sob esse regime com o último episódio do épico História do Comunismo. Assista ao primeiro episódio da série abaixo:
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Esse avanço da automação não se limita às fábricas. figuras como Elon Musk, preveem impactos semelhantes em outras áreas.
O empresário sulafricano afirmou recentemente que robôs superarão a performance dos melhores cirurgiões humanos em cerca de cinco anos:
"Os robôs superarão os bons cirurgiões humanos dentro de alguns anos e os melhores cirurgiões humanos dentro de cinco anos"
Essa declaração veio em resposta a notícias sobre o sucesso do sistema robótico Hugo, da Medtronic, em cirurgias reais.
Bill Gates, cofundador da Microsoft, também já falou que, a inteligência artificial poderá substituir professores e médicos em uma década:
“Com a inteligência artificial, na próxima década, isso [conhecimento de um grande médico ou um grande professor] se tornará gratuito, algo comum. Ótimos conselhos médicos, excelentes aulas particulares [ficarão disponíveis pela IA]”.
No entanto, a ascensão das "fábricas escuras" e da automação generalizada traz preocupações, a principal é o impacto sobre o emprego.
A indústria chinesa emprega mais de 100 milhões de pessoas, estimativas como a da Oxford Economics de 2019 projeta que cerca de 20 milhões de empregos em indústrias poderão deixar de existir até 2030.
O medo da substituição por máquinas já gerou tensões sociais, como greves relatadas na China, e coloca pressão sobre a necessidade de programas de requalificação profissional em larga escala.
Um estudo recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgado pela diretora-geral, Kristalina Georgieva, estima que cerca de 40% dos empregos em todo o mundo serão impactados pela tecnologia.
O FMI alerta que as novas tecnologias deverão afetar os países desenvolvidos e as nações mais carentes de formas diferentes:
“Como resultado, as economias mais desenvolvidas enfrentam maiores riscos decorrentes da IA, mas também mais oportunidades para aproveitar os seus benefícios, em comparação com os mercados emergentes e as economias de baixa renda”.
A estimativa é de que esse número salte para aproximadamente 60% em países com economias mais desenvolvidas.
Para mercados emergentes como o Brasil, a exposição direta à IA é estimada em 40%, e em países de baixa renda, 26%.
A análise do FMI também aponta que o avanço das IAs poderá afetar trabalhadores de maneira diferente dentro de um mesmo país.
Por um lado, metade dos postos afetados em países desenvolvidos pode se beneficiar da IA, com ganhos de produtividade para quem souber integrá-la.
Por outro, a capacidade da IA de executar tarefas hoje realizadas por humanos ameaça reduzir a demanda por mão de obra, pressionando salários e contratações:
“Historicamente, a automação e a tecnologia da informação tendem a afetar as tarefas rotineiras, mas a IA é capaz de impactar empregos altamente qualificados.”
Em outras palavras, aqueles capazes de alavancar a IA poderão ver sua produtividade e salários aumentarem, enquanto outros correm o risco de serem substituídos ou desvalorizados.
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