Israel atacou instalações nucleares do Irã nesta quinta-feira (12). A ação foi o estopim de três meses de política externa em que Donald Trump exerceu forte influência.
Durante este período, o governo americano oscilou entre buscar um novo acordo nuclear e incentivar preparação militar no Oriente Médio. Entenda a cronologia da estratégia que levou ao atual cenário de crise na região.
No início de março de 2025, a postura de Washington era de confronto. Após Israel interceptar um míssil lançado pelos Houthis no Iêmen (grupo apoiado pelo Irã), Trump ameaçou impor novas sanções a Teerã, buscando conter a influência iraniana na região. No final do mesmo mês, porém, o tom mudou.
Trump declarou preferir uma solução diplomática para a questão nuclear, estabelecendo sua condição: “O Irã pode ser rico e grandioso, mas não pode ter uma arma nuclear.” Estava aberta a porta para negociações.
A diplomacia avançou, mas sempre sob um clima de alta tensão. Em 18 de abril, Trump foi acusado de intervir diretamente para impedir um ataque que Israel planejava contra o Irã, priorizando as conversas secretas que ocorriam em Omã. Simultaneamente, porém, o governo americano demonstrava se preparar para o pior.
Ordenou a retirada parcial de diplomatas da embaixada em Bagdá, no Iraque, devido a ameaças de milícias pró-Irã. Entre o final de abril e o início de maio, Trump anunciou progressos nas negociações nucleares, mas também reorganizou suas forças militares no Oriente Médio. Tropas foram reposicionadas no Catar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, e o alerta foi elevado. A mensagem era dúbia: negociação, mas com a ameaça de “bombardeios como nunca vistos” caso a diplomacia falhasse.
A complexa manobra diplomática foi abalada em 12 de junho. Israel realizou o ataque aéreo que, segundo relatos, destruiu instalações nucleares iranianas. O ataque ocorreu dias antes de uma nova rodada de negociações entre EUA e Irã, marcada para 15 de junho em Omã.
Trump afirmou em público que sabia do ataque e que o usou como forma de pressionar o Irã a assinar um acordo. Nos bastidores, contudo, a resposta foi de alerta máximo. O presidente ordenou a retirada de mais funcionários de embaixadas em países vizinhos, como Bahrein e Kuwait, e manteve as 30 mil tropas americanas na região em altíssimo estado de alerta.
A ação indica uma grande preocupação com possíveis retaliações iranianas, colocando em dúvida se o ataque israelense foi, de fato, uma alavanca de negociação ou um evento que comprometeu toda a estratégia americana.
O ataque israelense de 12 de junho deixou a estratégia de Donald Trump para o Irã por um fio. A aposta em uma diplomacia sob a mira de uma arma foi testada ao limite. O resultado das negociações em Omã, se ainda ocorrerem, definirá se a estratégia de Trump foi um lance de mestre ou um passo em falso que aproximou o Oriente Médio de um conflito ainda maior.
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