Giorgio Armani morreu nesta quinta-feira (4), em Milão, aos 91 anos. Décadas antes de conquistar os holofotes e tornar-se um dos maiores nomes da história da moda, ele enfrentou a infância em meio a bombardeios da Segunda Guerra Mundial, no norte da Itália.
Anos depois, já adulto, enxergou a chance de mudar de vida ao decidir se lançar no mundo da moda. Para isso, abriu mão de um bem que lhe era caro: seu Fusca.
A venda do carro financiou o primeiro passo de uma grife que, com o tempo, levaria seu sobrenome para passarelas, telas de cinema e arranha-céus ao redor do mundo.
Em pouco tempo, suas roupas chegaram também aos holofotes de Hollywood. Richard Gere usou seus ternos em Gigolô Americano (1980), e a série Miami Vice eternizou o estilo mais leve e menos rígido que se tornaria sua marca registrada.
Nas décadas seguintes, Armani não apenas vestiu artistas e modelos. Seu nome se expandiu para hotéis, restaurantes e cosméticos, transformando-se em sinônimo de luxo e sofisticação.
Hoje, o império Armani movimenta bilhões todos os anos e se mantém como um dos últimos grandes grupos independentes da moda mundial.
O grupo Armani expandiu-se faturando anualmente aproximadamente 2,3 bilhões de euros, cerca de 1,4 bilhão de reais. Em 2025, a Forbes estimou sua fortuna em 60 bilhões de reais.
A proposta de Armani se caracterizou pelo uso de linhas retas, cores neutras e tecidos de qualidade. Ele priorizou simplicidade e clareza nas peças, em contraposição à estética exuberante predominante nos anos 1970 e 1980.
Esse conceito ficou conhecido como uma moda mais simples, voltada para o uso cotidiano, adaptada a homens e mulheres em contextos profissionais e sociais.
Todos os projetos compartilhavam a mesma estética: minimalista e linhas simples, características associadas à marca.
Ao longo das décadas, Armani vestiu artistas como Richard Gere, Leonardo DiCaprio, Cate Blanchett, Beyoncé e Lady Gaga em eventos como Oscar e Festival de Cannes, ampliando a visibilidade da marca
Durante a carreira, o estilista colecionou alguns marcos. Armani foi o precursor das transmissões de desfiles online, além de ser apaixonado por basquete. Veja alguns marcos.
Em 2006, após casos de anorexia na indústria, Armani foi o primeiro grande estilista a proibir modelos excessivamente magras em seus desfiles.
Estabeleceu que não contrataria modelos com Índice de Massa Corporal (IMC) abaixo de 18.
A decisão, inédita na época, gerou debate internacional e colocou a indústria da moda sob os holofotes.
Em janeiro de 2007 transmitiu ao vivo, pela internet, o desfile da coleção Armani Privé Primavera/Verão 2007, em parceria com o portal MSN.
Foi a primeira vez que um evento de alta-costura pôde ser assistido online e até mesmo por celulares, inaugurando uma nova era de comunicação entre marcas de moda e o público.
Ingressou na faculdade de Medicina da Universidade de Milão, mas abandonou o curso após dois anos e serviu ao Exército.
Ao retornar, iniciou carreira como vitrinista e comprador em uma loja de departamentos.
Nesse período, desenvolveu atenção especial para tecidos, cortes e cores. Esse aprendizado marcou sua entrada definitiva no mundo da moda
A partir da insatisfação com experiências em restaurantes e hotéis de luxo, criou estabelecimentos próprios.
A marca que começou com ternos e se consolidou na moda cresceu para se tornar um conglomerado global. Armani diversificou suas linhas e criou braços em diferentes segmentos:
Todos os projetos compartilhavam a mesma estética minimalista, composta por linhas simples, características associadas à marca. Ao longo dos anos, manteve o hábito de cuidar pessoalmente dos interiores, transmitindo sua marca registrada também para espaços físicos.
Essa independência o manteve como único responsável pelas decisões criativas e empresariais.
Ao contrário de outros estilistas que venderam parte de suas marcas a conglomerados, Armani permaneceu como único acionista de seu grupo. Essa condição lhe deu autonomia sobre decisões criativas e empresariais.
Em 2025, ocupou a 208ª posição na lista dos bilionários da Forbes, com um patrimônio de mais de R$60 bilhões.
Em 2008, Armani adquiriu o time de basquete Olimpia Milano, um dos mais tradicionais da Itália, que passou a ser patrocinado por sua marca.
Ele também desenhou uniformes para seleções esportivas, entre eles os trajes da delegação italiana nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2006, em Turim.
Armani projetou internacionalmente a moda italiana e integrou o grupo de criadores que consolidaram o “Made in Italy” no mercado global, ao lado de nomes como Valentino e Versace.
No setor empresarial, sua trajetória mostrou a possibilidade de manter independência em um mercado dominado por conglomerados internacionais.
Na vida pessoal, manteve uma rotina discreta e dedicação ao trabalho até os últimos anos.
Sua morte encerra uma trajetória de quase cinco décadas à frente da própria marca.
Como declarou em entrevistas, “a elegância não é se destacar, mas ser lembrado”. Seu teve impacto reconhecido no vestuário, na cultura pop e no setor de luxo.”
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