canal oficial do YouTube do professor Olavo de Carvalho
Quem é Olavo de Carvalho? Quando seu nome é citado, o público divide-se majoritariamente em dois blocos: os que o admiram e os que o repulsam. O que ele fez para causar efeitos tão intensamente distintos?
Uma simples pesquisa na Web revela polêmicas e opiniões distintas em um debate a nível nacional.
Conheça agora a biografia e o pensamento de Olavo de Carvalho, um dos filósofos brasileiros mais conhecidos do Brasil.
Olavo Luiz Pimentel de Carvalho foi professor, filósofo, escritor, ensaísta e jornalista. Autor profícuo, escreveu mais de 40 livros, mais de 44 cursos, dezenas de milhares de páginas em apostilas e artigos, protagonizou um filme e, durante 14 anos, ministrou semanalmente seu Curso Online de Filosofia, o COF - contabilizando mais de 570 aulas.
Nasceu em Campinas, São Paulo, a 29 de abril de 1947. Aos 74 anos, faleceu no dia 24 de janeiro de 2022, na região de Richmond, na Virgínia, deixando sua esposa, Roxane de Carvalho, oito filhos e 18 netos.
Suas ideias ganharam protagonismo no debate público, pautando assuntos como conservadorismo, religião, filosofia e política. Segundo ele mesmo, seus cursos são os únicos realmente formadores de profissionais de alto nível no país, superiores às graduações de humanas nas universidades.
Envolvimento político
Chamado de pai da direita no Brasil, rejeitou tal título. Ciente de que fez muito pela direita no país, acredita que a democracia envolve o rodízio dos poderes e que a esquerda pretende ter a hegemonia governando.
Olavo de Carvalho continuou ensinando como podia até seu último dia. Como passatempo, costumava atirar usando uma arma austríaca de caça dos anos 60, Steyr-Mannlicher, além de assistir filmes e séries na Amazon.
Polemista por estilo, sua forma de atuação pública virou capa de praticamente todos os jornais do país, prova inconteste de que, tanto para os seus alunos quanto para seus opositores, Olavo de Carvalho estava ingresso nos cânones da filosofia Brasileira. Mas como tudo começou?
Olavo de Carvalho teve sua formação filosófica a partir de seus estudos como autodidata. Ainda jovem, buscou o conhecimento por conta própria. Não se viu dependente do conteúdo escolar passado pelos professores regulares das instituições.
Aprendeu sozinho na companhia dos livros e também por meio de conversas com outros intelectuais brasileiros com quem teve contato.
Aos dois anos de idade, saiu de Campinas. Na cidade de São Paulo, morou no bairro do Glicério, perto da Praça da Sé.
Seu pai, Luiz Gonzaga de Carvalho, separou-se de sua esposa quando Olavo tinha aproximadamente oito anos. Quando morreu, o filho era ainda adolescente.
Sua mãe, Nicéa Pimentel de Carvalho, era uma pobre operária da indústria gráfica. Morreu aos 99 anos, após uma queda no banheiro seguida de fratura.
Não era filho único, tinha também um irmão e juntos cuidaram da mãe. Tanto ela quanto o pai foram referenciados como sendo muito bons, pessoas excelentes.
Mesmo criado na pobreza e em um bairro com semi-analfabetos, Olavo de Carvalho já se dedicava à alta literatura aos 14 anos de idade, com a qual, por exemplo, já tinha lido a obra completa de Dostoievski.
Ele se recorda de se recusar a ler alguns autores brasileiros indicados no colégio, porque já estava lendo Goethe, autor que descobriu a partir da leitura de Os sofrimentos do jovem Werther.
Autonomamente, formou seu gosto literário por meio da grande literatura mundial. Sendo apenas um adolescente, já tinha lido Dante, Tolstoy, Shakespeare e outros.
Como queria estudar assuntos mais profundos, deixou a escola, onde os professores, segundo afirmou, sequer acompanhavam seu nível. Abandonou o colégio na “4ª série do ginásio”, equivalente à oitava série do ensino fundamental.
Em 1966, com apenas 19 anos, filiou-se ao Partido Comunista, devido ao seu interesse precoce por política. Em 1968, aos 21, abandonou sua filiação ao comunismo. Durante o Regime Militar, foi opositor. Percebeu por que o socialismo não funciona somente quando adulto.
Olavo estima que o primeiro livro marxista que leu foi uma antologia organizada por um francês, uma coletânea de vários autores. Na época, não ficou muito impressionado. Apenas mais tarde se interessou, quando cooptado por uma organização de esquerda, que era uma dissidência do partido comunista.
Esta organização mais tarde se tornaria a Aliança Nacional Libertadora. Foi nesse meio que ele conheceu grandes nomes da esquerda, como José Dirceu e Rui Falcão.
Olavo passou um tempo morando na Casa do Estudante, imóvel inaugurado em 1947 para abrigar os estudantes universitários de baixa renda da Faculdade de Direito da USP.
Ele não estudava Direito, mas por estar franqueado pela organização política, por interesse partidário, conseguiu a vaga. Até mesmo José Dirceu morava nessa casa, ainda que fosse aluno da PUC, também por privilégio da organização que integrava.
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Primeiros trabalhos jornalísticos
Olavo de Carvalho começou a sua carreira como jornalista na Empresa Folha da Manhã S/A aos 17 anos. Posteriormente, conseguiu o melhor emprego de jornalismo em São Paulo na época, no Jornal da Tarde.
Foi ensaísta e colunista de diversos veículos: Folha de São Paulo, Bravo!, Planeta, Primeira Leitura, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época, Zero Hora e Diário do Comércio.
Participou também de jornais como A Gazeta e Estado de São Paulo.
Em seus primeiros anos como jornalista, como tinha uma visão de mundo alinhada à esquerda, desenvolveu-se rapidamente. Olavo foi repórter, copydesk, redator, roteirista e até foi credenciado no Palácio do governo.
Trabalhou em jornais dessa forma entre os seus 17 e 30 anos de idade.
Ainda na década de 70, Olavo desistiu dos empregos no jornalismo e começou a trabalhar como freelancer. O que o levou a perder o interesse não foi nenhuma razão política, mas sim a má conduta moral das pessoas desses ambientes.
Ser freelancer na época era algo tão raro, que ele foi entrevistado para explicar como era isso. Na verdade, os motivos eram práticos. Ele fazia seus próprios horários e ganhava mais do que o dobro que a média dos jornalistas ganhava.
Durante a década de 80, trabalhou para várias revistas, como Nova, Quatro Rodas, Cláudia, etc. Eram revistas de administração pública e privada, de economia, política e temas variados. Em entrevistas, Olavo relata que aceitava o trabalho que aparecia. Foi, inclusive, freelancer da Abril e O Globo.
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Mudanças e trajetória de vida - desenvolvimento do pensamento filosófico
Olavo de Carvalho se mudou para o Rio de Janeiro na década de 90. Este foi um período fundamental em sua vida.
Sua trajetória pública começou quando publicou o artigo Bandidos e Letrados, partes 1 e 2, no Jornal do Brasil, na seção de Opinião, abalando o meio intelectual brasileiro.
O primeiro curso de filosofia ministrado por Olavo de Carvalho fora de São Paulo foi no Rio de Janeiro. Ministrou também os cursos de História da Filosofia e Pensamento e atualidade em Aristóteles a Casa de Cultura Laura Alvim.
A maioria dos cursos foram organizados por Stella Caymmi, assistente pessoal do filósofo à época. Posteriormente, os cursos dados na Casa de Cultura Laura Alvim foram publicados em livros.
Primeiros livros
No Centro Educacional da Lagoa (Celtec), Olavo Lançou A Nova Era e a Revolução Cultural pelo IAL e Stella Caymmi Editora. Houve palestra para um auditório lotado, iniciando uma trajetória de sucesso em Ciência Política.
As análises feitas nesse dia, mostraram-se certeiras nas décadas seguintes.
Olavo de Carvalho também se destacou a frente da Editora da Cidade ao editar e prefaciar um importante livro com ensaios de Otto Maria Carpeaux. Por essa mesma editora, lançou seu grande sucesso O Imbecil Coletivo. Após essa obra, iniciou-se a derrocada da hegemonia gramciana implantada no Brasil desde os anos 60, tal qual ele a denunciou.
É importante também recordar que, em 1997, a Editora da Cidade em parceria com a Topbooks, de José Mario Pereira, dividiram um stand. A programação cultural foi rica, muito concorrida e tornou-se modelo para as bienais seguintes.
Além desses detalhes, nas terras cariocas, Olavo publicou seu outro sucesso O Jardim das Aflições, pela editora Diadorim. Esse é considerado seu livro mais importante.
Olavo de Carvalho frequentou cursos de filosofia na PUC com professores notáveis. Chegou a fazer o curso por três anos, mas não o completou. Estudou por um ano com o Padre Stanislavs Ladusãns no Conjunto de Pesquisas Filosóficas, COMPEFIL, no alto da Gavea. Não fez outros cursos na PUC-Rio.
No Rio de Janeiro, residiu em Copacabana e em Santa Cruz de Serra. Depois, mudou-se para o bairro Laranjeiras. Sendo muito pobre, residia em um edifício chamado de favelão. Ao lembrar desse período, ele considera que foi feliz. No Rio, ainda havia intelectuais de verdade, como Josué Montello, Herberto Sales, Paulo Francis, Carlos Heitor Cony e Bruno Tolentino.
Conheceu também Antônio Olinto, intelectual e escritor brasileiro com livros traduzidos em 38 línguas.
Olavo os conheceu e teve seus livros lidos e apreciados por eles. Ao se recordar disso, considera essa admiração mais valiosa que qualquer apreciação vinda da grande mídia.
Rememorando sua trajetória de vida, diz que sua vida editorial começou de fato na Cidade Maravilhosa. Nessa época, ele já era chamado de polemista.
Antes ele não emitia opinião, mas começou a falar de pessoas que nunca tinham sido criticadas, o que impactou a opinião pública.
Em 1999, saiu do Rio e se mudou para a Romênia, país em efervescência cultural, a convite do embaixador e ex-ministro da cultura, Jerônimo Moscardo.
Ao voltar da Romênia, estava muito pobre.
Foi quando Rogério Marinho, irmão do Roberto Marinho, lhe concedeu uma coluna no jornal O Globo. Mas quando Marinho morreu, Olavo perdeu seu emprego, pois nenhum dos outros jornalistas o queria lá.
Também viveu por um tempo no Paraná, onde se dedicou mais intensamente ao ensino.
Disse que lá encontrou os melhores estudantes, o que lhe foi um grande estímulo. Ficou por volta de um ano e meio com cursos praticamente todos os dias.
Em 2002, Olavo de Carvalho criou o website Mídia Sem Máscara (MSM), com o intuito de combater o viés de esquerda que via na grande mídia brasileira. É também o criador do programa de rádio pela internet chamado True Outspeak.
Olavo de Carvalho nos Estados Unidos
Em 2005, do Paraná foi para os EUA.
Olavo de Carvalho passou a morar nos Estados Unidos porque recebeu a proposta de ser correspondente internacional do Diário do Comércio, jornal da Associação Comercial de São Paulo. Não tinha planos de voltar a viver permanentemente no Brasil, uma vez que sua vida com filhos e netos estava constituída lá.
Esteve novamente no Brasil por questões de saúde, mas terminou seus dias no interior da Virgínia. Escolheu esse lugar porque gostou da beleza da região, do espírito dos moradores.
O professor também confessou que já estava cansado do Brasil. Preferiu a mudança pensando na liberdade que tinha para escrever sobre o que queria.
Entre 2005 e 2011 escreveu um conjunto de textos que foi reunido na coleção Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil, em 10 volumes.
Mesmo morando nos Estados Unidos, pretendia continuar os trabalhos para O Globo, mas foi demitido. A ideia do curso de filosofia online sistemático veio de seu assessor e aluno, Silvio Grimaldo.
Quando ministrou seu curso, esperava aproximadamente 100 alunos, mas alcançou mais de 5.000.
Ao tentar regularizar sua situação fora do Brasil, ele ganhou o visto de pessoas com realizações excepcionais em artes, letras, ciências, etc. Possuindo “extraordinary ability”, o maior reconhecimento que um escritor brasileiro já recebeu desde o início do país, pôde residir legalmente nos EUA.
Assim, passou a viver do Diário de Comércio e dos cursos.
“A maior recompensa do meu trabalho é: eu ver a inteligência dos meus alunos despertando”.
De toda a sua trajetória de vida e suas obras, o que mais se recorda do professor Olavo de Carvalho foi o período em que ele se envolveu com astrologia, tópico usado para desmerecer seus trabalhos.
Olavo de Carvalho foi astrólogo?
Por volta dos seus 30 anos, o assunto polêmico e popular da época era a astrologia. Mas como isso entrou na vida do Professor Olavo de Carvalho?
Havia um psicólogo argentino em São Paulo, criado na Suíça, gênio da psicologia clínica, que chamou Olavo para assistir seu curso e redigi-lo. O tema era astrologia e, como não havia entendido, Olavo recebeu do doutor uma série de livros sobre astrologia para estudar.
Foi assim que seu interesse pelo assunto começou. Seus estudos de astrocaracterologia e alquimia estendiam-se às análises de conjuntura política, passando pela psicologia, gnoseologia e religião.
Como astrólogo, colaborou no primeiro curso de extensão universitária em astrologia para estudantes de psicologia da PUC de São Paulo, em 1979, quando tinha 32 anos.
Ele estudou as correntes em alta na época e, por isso, recebeu muita atenção da mídia, como a TV Manchete, por exemplo.
Após estudar bastante, tornou-se um dos grandes nomes em astrologia no país. Mas percebendo que o assunto era difícil e que não havia conclusão sobre o tema, resolveu deixá-lo de lado.
Ele viu um enigma na astrologia.
O público se interessava pelas temáticas de astrologia e alquimia, estudo de esoterismo, deixando de lado os aspectos teórico e científico da astrologia.
Hoje, a parte científica e complexa desses estudos não é do interesse do jornalismo. Tudo que o Professor Olavo estudou sobre astrologia é usado apenas para manchar sua reputação, sendo constantemente depreciado como um charlatão, majoritariamente por pessoas que não leram seus livros nem conhecem a abrangência do tema sobre o qual falam.
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