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Quem foi Olavo de Carvalho? Vida, opiniões políticas e pensamento do filósofo brasileiro

Olavo de Carvalho
Filosofia
Biografia
Olavo de Carvalho
canal oficial do YouTube do professor Olavo de Carvalho
Redação Brasil Paralelo

Quem é Olavo de Carvalho? Quando seu nome é citado, o público divide-se majoritariamente em dois blocos: os que o admiram e os que o repulsam. O que ele fez para causar efeitos tão intensamente distintos?

Uma simples pesquisa na Web revela polêmicas e opiniões distintas em um debate a nível nacional.

Conheça agora a biografia e o pensamento de Olavo de Carvalho, um dos filósofos brasileiros mais conhecidos do Brasil.

O que você vai encontrar neste artigo?

A vida de Olavo de Carvalho

Olavo Luiz Pimentel de Carvalho foi professor, filósofo, escritor, ensaísta e jornalista. Autor profícuo, escreveu mais de 40 livros, mais de 44 cursos, dezenas de milhares de páginas em apostilas e artigos, protagonizou um filme e, durante 14 anos, ministrou semanalmente seu Curso Online de Filosofia, o COF - contabilizando mais de 570 aulas.

Nasceu em Campinas, São Paulo, a 29 de abril de 1947. Aos 74 anos, faleceu no dia 24 de janeiro de 2022, na região de Richmond, na Virgínia, deixando sua esposa, Roxane de Carvalho, oito filhos e 18 netos.

Suas ideias ganharam protagonismo no debate público, pautando assuntos como conservadorismo, religião, filosofia e política. Segundo ele mesmo, seus cursos são os únicos realmente formadores de profissionais de alto nível no país, superiores às graduações de humanas nas universidades.

Envolvimento político

Chamado de pai da direita no Brasil, rejeitou tal título. Ciente de que fez muito pela direita no país, acredita que a democracia envolve o rodízio dos poderes e que a esquerda pretende ter a hegemonia governando.

Hobbies e passatempos

Olavo de Carvalho continuou ensinando como podia até seu último dia. Como passatempo, costumava atirar usando uma arma austríaca de caça dos anos 60, Steyr-Mannlicher, além de assistir filmes e séries na Amazon.

Polemista por estilo, sua forma de atuação pública virou capa de praticamente todos os jornais do país, prova inconteste de que, tanto para os seus alunos quanto para seus opositores, Olavo de Carvalho estava ingresso nos cânones da filosofia Brasileira. Mas como tudo começou?

Formação de Olavo - estudos independentes

Olavo de Carvalho teve sua formação filosófica a partir de seus estudos como autodidata. Ainda jovem, buscou o conhecimento por conta própria. Não se viu dependente do conteúdo escolar passado pelos professores regulares das instituições.

Aprendeu sozinho na companhia dos livros e também por meio de conversas com outros intelectuais brasileiros com quem teve contato.

Infância e adolescência de Olavo de Carvalho

Aos dois anos de idade, saiu de Campinas. Na cidade de São Paulo, morou no bairro do Glicério, perto da Praça da Sé.

Seu pai, Luiz Gonzaga de Carvalho, separou-se de sua esposa quando Olavo tinha aproximadamente oito anos. Quando morreu, o filho era ainda adolescente.

Sua mãe, Nicéa Pimentel de Carvalho, era uma pobre operária da indústria gráfica. Morreu aos 99 anos, após uma queda no banheiro seguida de fratura.

Não era filho único, tinha também um irmão e juntos cuidaram da mãe. Tanto ela quanto o pai foram referenciados como sendo muito bons, pessoas excelentes.

Mesmo criado na pobreza e em um bairro com semi-analfabetos, Olavo de Carvalho já se dedicava à alta literatura aos 14 anos de idade, com a qual, por exemplo, já tinha lido a obra completa de Dostoievski.

Ele se recorda de se recusar a ler alguns autores brasileiros indicados no colégio, porque já estava lendo Goethe, autor que descobriu a partir da leitura de Os sofrimentos do jovem Werther.

Autonomamente, formou seu gosto literário por meio da grande literatura mundial. Sendo apenas um adolescente, já tinha lido Dante, Tolstoy, Shakespeare e outros.

Como queria estudar assuntos mais profundos, deixou a escola, onde os professores, segundo afirmou, sequer acompanhavam seu nível. Abandonou o colégio na “4ª série do ginásio”, equivalente à oitava série do ensino fundamental.

O envolvimento de Olavo com o Comunismo

Em 1966, com apenas 19 anos, filiou-se ao Partido Comunista, devido ao seu interesse precoce por política. Em 1968, aos 21, abandonou sua filiação ao comunismo. Durante o Regime Militar, foi opositor. Percebeu por que o socialismo não funciona somente quando adulto.

Olavo estima que o primeiro livro marxista que leu foi uma antologia organizada por um francês, uma coletânea de vários autores. Na época, não ficou muito impressionado. Apenas mais tarde se interessou, quando cooptado por uma organização de esquerda, que era uma dissidência do partido comunista.

Esta organização mais tarde se tornaria a Aliança Nacional Libertadora. Foi nesse meio que ele conheceu grandes nomes da esquerda, como José Dirceu e Rui Falcão.

Olavo passou um tempo morando na Casa do Estudante, imóvel inaugurado em 1947 para abrigar os estudantes universitários de baixa renda da Faculdade de Direito da USP.

Ele não estudava Direito, mas por estar franqueado pela organização política, por interesse partidário, conseguiu a vaga. Até mesmo José Dirceu morava nessa casa, ainda que fosse aluno da PUC, também por privilégio da organização que integrava.

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Primeiros trabalhos jornalísticos

Olavo de Carvalho começou a sua carreira como jornalista na Empresa Folha da Manhã S/A aos 17 anos. Posteriormente, conseguiu o melhor emprego de jornalismo em São Paulo na época, no Jornal da Tarde.

Foi ensaísta e colunista de diversos veículos: Folha de São Paulo, Bravo!, Planeta, Primeira Leitura, Jornal do Brasil, Jornal da Tarde, O Globo, Época, Zero Hora e Diário do Comércio.

Participou também de jornais como A Gazeta e Estado de São Paulo.

Em seus primeiros anos como jornalista, como tinha uma visão de mundo alinhada à esquerda, desenvolveu-se rapidamente. Olavo foi repórter, copydesk, redator, roteirista e até foi credenciado no Palácio do governo.

Trabalhou em jornais dessa forma entre os seus 17 e 30 anos de idade.

Ainda na década de 70, Olavo desistiu dos empregos no jornalismo e começou a trabalhar como freelancer. O que o levou a perder o interesse não foi nenhuma razão política, mas sim a má conduta moral das pessoas desses ambientes.

Ser freelancer na época era algo tão raro, que ele foi entrevistado para explicar como era isso. Na verdade, os motivos eram práticos. Ele fazia seus próprios horários e ganhava mais do que o dobro que a média dos jornalistas ganhava.

Durante a década de 80, trabalhou para várias revistas, como Nova, Quatro Rodas, Cláudia, etc. Eram revistas de administração pública e privada, de economia, política e temas variados. Em entrevistas, Olavo relata que aceitava o trabalho que aparecia. Foi, inclusive, freelancer da Abril e O Globo.

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Mudanças e trajetória de vida - desenvolvimento do pensamento filosófico

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Olavo de Carvalho se mudou para o Rio de Janeiro na década de 90. Este foi um período fundamental em sua vida.

Sua trajetória pública começou quando publicou o artigo Bandidos e Letrados, partes 1 e 2, no Jornal do Brasil, na seção de Opinião, abalando o meio intelectual brasileiro.

O primeiro curso de filosofia ministrado por Olavo de Carvalho fora de São Paulo foi no Rio de Janeiro. Ministrou também os cursos de História da Filosofia e Pensamento e atualidade em Aristóteles a Casa de Cultura Laura Alvim.

A maioria dos cursos foram organizados por Stella Caymmi, assistente pessoal do filósofo à época. Posteriormente, os cursos dados na Casa de Cultura Laura Alvim foram publicados em livros.

Primeiros livros

No Centro Educacional da Lagoa (Celtec), Olavo Lançou A Nova Era e a Revolução Cultural pelo IAL e Stella Caymmi Editora. Houve palestra para um auditório lotado, iniciando uma trajetória de sucesso em Ciência Política.

As análises feitas nesse dia, mostraram-se certeiras nas décadas seguintes.

Olavo de Carvalho também se destacou a frente da Editora da Cidade ao editar e prefaciar um importante livro com ensaios de Otto Maria Carpeaux. Por essa mesma editora, lançou seu grande sucesso O Imbecil Coletivo. Após essa obra, iniciou-se a derrocada da hegemonia gramciana implantada no Brasil desde os anos 60, tal qual ele a denunciou.

É importante também recordar que, em 1997, a Editora da Cidade em parceria com a Topbooks, de José Mario Pereira, dividiram um stand. A programação cultural foi rica, muito concorrida e tornou-se modelo para as bienais seguintes.

Além desses detalhes, nas terras cariocas, Olavo publicou seu outro sucesso O Jardim das Aflições, pela editora Diadorim. Esse é considerado seu livro mais importante.

Olavo de Carvalho frequentou cursos de filosofia na PUC com professores notáveis. Chegou a fazer o curso por três anos, mas não o completou. Estudou por um ano com o Padre Stanislavs Ladusãns no Conjunto de Pesquisas Filosóficas, COMPEFIL, no alto da Gavea. Não fez outros cursos na PUC-Rio.

No Rio de Janeiro, residiu em Copacabana e em Santa Cruz de Serra. Depois, mudou-se para o bairro Laranjeiras. Sendo muito pobre, residia em um edifício chamado de favelão. Ao lembrar desse período, ele considera que foi feliz. No Rio, ainda havia intelectuais de verdade, como Josué Montello, Herberto Sales, Paulo Francis, Carlos Heitor Cony e Bruno Tolentino.

Conheceu também Antônio Olinto, intelectual e escritor brasileiro com livros traduzidos em 38 línguas.

Olavo os conheceu e teve seus livros lidos e apreciados por eles. Ao se recordar disso, considera essa admiração mais valiosa que qualquer apreciação vinda da grande mídia.

Rememorando sua trajetória de vida, diz que sua vida editorial começou de fato na Cidade Maravilhosa. Nessa época, ele já era chamado de polemista.

Antes ele não emitia opinião, mas começou a falar de pessoas que nunca tinham sido criticadas, o que impactou a opinião pública.

Em 1999, saiu do Rio e se mudou para a Romênia, país em efervescência cultural, a convite do embaixador e ex-ministro da cultura, Jerônimo Moscardo.

Ao voltar da Romênia, estava muito pobre.

Foi quando Rogério Marinho, irmão do Roberto Marinho, lhe concedeu uma coluna no jornal O Globo. Mas quando Marinho morreu, Olavo perdeu seu emprego, pois nenhum dos outros jornalistas o queria lá.

Também viveu por um tempo no Paraná, onde se dedicou mais intensamente ao ensino.

Disse que lá encontrou os melhores estudantes, o que lhe foi um grande estímulo. Ficou por volta de um ano e meio com cursos praticamente todos os dias.

Em 2002, Olavo de Carvalho criou o website Mídia Sem Máscara (MSM), com o intuito de combater o viés de esquerda que via na grande mídia brasileira. É também o criador do programa de rádio pela internet chamado True Outspeak.

Olavo de Carvalho nos Estados Unidos

Em 2005, do Paraná foi para os EUA.

Olavo de Carvalho passou a morar nos Estados Unidos porque recebeu a proposta de ser correspondente internacional do Diário do Comércio, jornal da Associação Comercial de São Paulo. Não tinha planos de voltar a viver permanentemente no Brasil, uma vez que sua vida com filhos e netos estava constituída lá.

Esteve novamente no Brasil por questões de saúde, mas terminou seus dias no interior da Virgínia. Escolheu esse lugar porque gostou da beleza da região, do espírito dos moradores.

O professor também confessou que já estava cansado do Brasil. Preferiu a mudança pensando na liberdade que tinha para escrever sobre o que queria.

Entre 2005 e 2011 escreveu um conjunto de textos que foi reunido na coleção Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil, em 10 volumes.

Mesmo morando nos Estados Unidos, pretendia continuar os trabalhos para O Globo, mas foi demitido. A ideia do curso de filosofia online sistemático veio de seu assessor e aluno, Silvio Grimaldo.

Quando ministrou seu curso, esperava aproximadamente 100 alunos, mas alcançou mais de 5.000.

Ao tentar regularizar sua situação fora do Brasil, ele ganhou o visto de pessoas com realizações excepcionais em artes, letras, ciências, etc. Possuindo “extraordinary ability”, o maior reconhecimento que um escritor brasileiro já recebeu desde o início do país, pôde residir legalmente nos EUA.

Assim, passou a viver do Diário de Comércio e dos cursos.

“A maior recompensa do meu trabalho é: eu ver a inteligência dos meus alunos despertando”.

De toda a sua trajetória de vida e suas obras, o que mais se recorda do professor Olavo de Carvalho foi o período em que ele se envolveu com astrologia, tópico usado para desmerecer seus trabalhos.

Olavo de Carvalho foi astrólogo?

Por volta dos seus 30 anos, o assunto polêmico e popular da época era a astrologia. Mas como isso entrou na vida do Professor Olavo de Carvalho?

Havia um psicólogo argentino em São Paulo, criado na Suíça, gênio da psicologia clínica, que chamou Olavo para assistir seu curso e redigi-lo. O tema era astrologia e, como não havia entendido, Olavo recebeu do doutor uma série de livros sobre astrologia para estudar.

Foi assim que seu interesse pelo assunto começou. Seus estudos de astrocaracterologia e alquimia estendiam-se às análises de conjuntura política, passando pela psicologia, gnoseologia e religião.

Como astrólogo, colaborou no primeiro curso de extensão universitária em astrologia para estudantes de psicologia da PUC de São Paulo, em 1979, quando tinha 32 anos.

Ele estudou as correntes em alta na época e, por isso, recebeu muita atenção da mídia, como a TV Manchete, por exemplo.

Após estudar bastante, tornou-se um dos grandes nomes em astrologia no país. Mas percebendo que o assunto era difícil e que não havia conclusão sobre o tema, resolveu deixá-lo de lado.

Ele viu um enigma na astrologia.

O público se interessava pelas temáticas de astrologia e alquimia, estudo de esoterismo, deixando de lado os aspectos teórico e científico da astrologia.

Hoje, a parte científica e complexa desses estudos não é do interesse do jornalismo. Tudo que o Professor Olavo estudou sobre astrologia é usado apenas para manchar sua reputação, sendo constantemente depreciado como um charlatão, majoritariamente por pessoas que não leram seus livros nem conhecem a abrangência do tema sobre o qual falam.

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Reputação e polêmicas

Olavo de Carvalho é um dos maiores nomes da política, cultura e ensino em filosofia. É o maior polemista brasileiro, graças às suas provocações e acusações à mídia no poder dos maiores veículos informativos do país.

Embora possua um vastíssimo trabalho de longo prazo, é constantemente ignorado e atacado a partir, principalmente, de suas manifestações no Facebook.

Olavo usa o Facebook como uma espécie de diário. Assim, ele explica que dá aos seus alunos o exemplo de um filósofo filosofando diariamente sobre suas impressões diárias.

Ele enfatiza que o pensamento não é distinto da vida, já que muitos vivem de uma maneira diferente em relação ao que falam e defendem filosofias de vida nunca postas em prática.

Olavo de Carvalho também utilizava o twitter com frequência. Seus tweets originais podem ser lidos a partir deste link.

Costumeiramente, quando ele é mencionado, o tom é de deboche, sarcasmo ou acusações. Apenas suas postagens curtas e polêmicas recebem destaque fora de contexto.

Falando de si, Olavo considera que possui uma história parecida com a de Ronaldo Alves, um amigo nascido no Morro da Rocinha, que costumava dizer:

“Eu sofri mais discriminação na favela por ler livros do que fora dela por ser preto”.

Outra polêmica de Olavo de Carvalho envolve sua filha Heloísa. Sua vida familiar também foi exposta. Em setembro de 2017, sua filha escreveu uma carta o acusando, mas os outros 7 filhos foram contra as difamações da irmã. Segundo Olavo, aparentemente ela fez isso por não ter sido mencionada em seu filme.

Analogamente, Olavo afirma que ler livros é ser considerado louco. Diz ter experimentado, desde o tempo na escola, a estranheza de ser um leitor assíduo e ávido perto dos que não buscam se formar bem. Na vida adulta, também foi acusado de ser guru do presidente Bolsonaro.

O que Olavo de Carvalho defende? Pensamento central

Olavo de Carvalho era um filósofo em sua essência. Seu desejo era buscar a verdade maior e a verdade dos fatos. Para alcançar esse patamar, Olavo defendia um tipo de filosofia próprio, desenvolvido a partir de grandes autores, como Goethe, Aristóteles, Santo Tomás de Aquino, Dostoievski e outros.

A frase que resumia sua filosofia é:

“Filosofia é a unidade do conhecimento na unidade da consciência”.

Na busca pela verdade, Olavo encontrou-se e decidiu-se por Jesus Cristo. O filósofo estudou diversas filosofias, ciências e religiões, vivenciou o esoterismo proposto por Frithjof Schuon, autor que foi muçulmano pela maior parte da sua vida.

Olavo aprofundou-se no islamismo, tendo feito uma biografia de Maomé que lhe rendeu o prêmio mais elevado do governo da Arábia Saudita, em 1986. Após continuar seus estudos, Olavo deixou suas vivências esotéricas e afirmou apenas existir a verdade maior na religião católica.

Olavo de Carvalho era bolsonarista?

A reputação de Olavo de Carvalho é constantemente por ser considerado um forte conselheiro do presidente Jair Bolsonaro, nomeado como guru de Bolsonaro ideólogo do governo.

Olavo rejeita qualquer vínculo com a presidência de Bolsonaro, pois falou com ele pouquíssimas vezes e, inclusive, recusou o cargo de ministro da educação. Sobre o governo Bolsonaro, Olavo de Carvalho disse publicamente:

“Como administrador público, o Bolsonaro é o mais honesto e eficiente que já tivemos. Como estrategista na luta contra o comunismo, é um fracasso vivo rodeado de conselheiros ignorantes ou mal intencionados”.

Olavo de Carvalho é de extrema-direita?

Olavo se considera um escritor independente, sem vinculação a partidos ou grupos políticos.

Além de independente, Olavo de Carvalho não se considera um ideólogo, mas sim um analista da realidade. A diferença é que um ideólogo força a realidade dentro de um escopo de ideias que ele quer que sejam reais. O analista, por sua vez, analisa os fatos e diz o que vê.

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Sobre o presidente Bolsonaro, considera que é um homem sincero que fala aquilo que vê e que é necessário para o Brasil. Sugeriu pessoas que considera intelectuais para alguns cargos e alguns se concretizaram.

Por outro lado, em Lula, viu uma pessoa que se tornou cínica, mentirosa. O professor Olavo foi o primeiro a denunciar concretamente os motivos que tornam o PT um partido criminoso. Fez isso ao revelar a existência do Foro de São Paulo.

Ele não se afirma como um ideólogo de direita e diz que qualquer influência sua foi somente um subproduto de seu trabalho.

Em seus cursos, livros e artigos não ensina “direitismo”. Ele se preocupa em criar intelectos, não partidos.

A relação de Olavo com o conservadorismo

De acordo com o professor, não há partido, revista, jornal diário, estação de rádio ou universidade conservadora no Brasil. Isso significa que o povo, majoritariamente conservador e cristão, não tem representação.

Ele explica que a esquerda entende que isso é a democracia. Essa é a razão para que Olavo afirme que o problema não é a esquerdização, mas a exclusão das alternativas. Isso o motivou a escrever O Imbecil Coletivo, 1996.

Os imbecis são, para o professor, aqueles que se persuadem uns aos outros sem serem confrontados.

Olavo perdeu todos os seus empregos na mídia por causa de sua opinião. Por esse livro, tornou-se a persona non grata, na academia brasileira, pois criticou o processo de imbecilização nas universidades e o constrangimento ideológico que sofriam aqueles que não se adequavam às pautas da esquerda.

Olavo de Carvalho foi filósofo ou não?

O Professor Olavo de Carvalho não concluiu seu curso de filosofia na universidade. No entanto, sempre estudou, principalmente filosofia, psicologia e religião. Quando trabalhava assiduamente como jornalista, tinha apenas um registro profissional.

A falta de um diploma e a dependência de uma validação de uma universidade reconhecida tornou-se motivo para seus opositores negarem que ele seja um filósofo. Outros o rotulam como filósofo autoproclamado ou pseudofilósofo.

Seus alunos, porém, estão prontos a atestar que Olavo de Carvalho é um filósofo no sentido genuíno da palavra. Como exemplo, citam que os grandes filósofos da humanidade, principalmente os gregos, não tinham diploma algum, simplesmente faziam filosofia com suas vidas.

Para eles, determinante é ter um pensamento filosófico próprio, procurar a verdade a qualquer custo com sinceridade, sem medo do que se pode encontrar na investigação. Sem diploma algum, o professor possui uma vasta obra filosófica com suas análises, reflexões e pensamentos.

Assim, ele dá a conhecer ao grande público o que pensa sobre a realidade política, econômica e cultural do dia a dia brasileiro.

“O filósofo busca a explicação do real segundo sua própria exigência de veracidade e segundo o nível alcançado por seus antecessores”.

O trabalho real de um filósofo é a busca da unidade do conhecimento na unidade da consciência e vice-versa. Trata-se de uma necessidade e uma busca incessante por alcançar a unidade do conhecimento.

A "fortuna" de Olavo de Carvalho

O valor do patrimônio de Olavo de Carvalho foi revelado a partir do processo movido pelo cantor Caetano Veloso. Uma das acusações contra Olavo é a posse de uma suposta fortuna ilícita.

Devido ao processo, o filósofo revelou seu patrimônio a partir de seu imposto de renda. O valor total de seus bens, avaliados em 2017, equivaliam a R$ 260.533,76.

O cantor brasileiro processou Olavo de Carvalho alegando que o filósofo havia o difamando quando disse que Caetano foi pedófilo. A fala de Olavo surgiu a partir da entrevista de Paula Lavigne, ex-mulher de Caetano, que em 1998 disse a revista Playboy que teve sua primeira relação sexual aos seus 14 anos, com Caetano Veloso.

Obras deixadas por Olavo de Carvalho

“Minha trajetória de vida são os livros que escrevi, eu não faço outra coisa além de escrever e ensinar”.

Como escritor, seu primeiro livro é de 1980, intitulado A Imagem do Homem na Astrologia.

Olavo de Carvalho é autor de uma vastíssima obra, destacando-se os livros A nova era e a revolução cultural, O jardim das aflições, O imbecil coletivo, Aristóteles em nova perspectiva, A dialética simbólica, O futuro do pensamento brasileiro, A filosofia e seu inverso, O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota; a tradução comentada Como vencer um debate sem precisar ter razão, de Arthur Schopenhauer; a edição do debate com o cientista político russo Alexandre Dugin e Os EUA e a Nova Ordem Mundial.

O professor Olavo de Carvalho se atribui o feito de ter quebrado a hegemonia da esquerda com suas publicações e com os alunos que formou. Desde o começo dos anos 90, ele já analisava o debate dos intelectuais.

Foi ele que revelou as estratégias de dominação da cultura para a implantação do socialismo em seu livro Nova Era e a Revolução Cultural, em 1994.

Ele previu a vitória do Partido dos Trabalhadores (PT) e o que fariam. O PT não estava disposto a suportar o rodízio no poder. Olavo já havia dito isso.

Ele explica que houve uma esquerdização da mídia, universidades e show business. Há 20 anos, disse que o primeiro candidato com discurso conservador venceria, o que aconteceu com o Bolsonaro.

Falando sobre sua obra, Jardim das aflições, que está entre as mais conhecidas, disse:

“Meu propósito não é mudar o rumo da história, mas atestar que nem todos estavam dormindo enquanto a história mudava de rumo”.

Em O Imbecil Coletivo, previu também a hegemonia que a esquerda tomaria na política brasileira e documentou o processo de decadência intelectual que estava acontecendo no Brasil.

Nas entrevistas que concede, costuma ressaltar que antes de algo ser vivido na prática, tudo começa com ideias em pequenos grupos.

Seu livro O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, 2013, tornou-se um fenômeno de vendas instantâneo. Mesmo sendo um livro compendioso, de 615 páginas, a obra figurou em todas as listas dos mais vendidos da Internet, desde a semana de lançamento.

Esta é a lista das livros escritos por Olavo de Carvalho:

  • A imagem do homem na astrologia. São Paulo: Jvpiter. 1980.
  • O crime da Madre Agnes ou A confusão entre espiritualidade e psiquismo. São Paulo: Speculum. 1983.
  • Questões de simbolismo astrológico. São Paulo: Speculum. 1983
  • Universalidade e abstração e outros estudos. São Paulo: Speculum. 1983.
  • Astros e símbolos. São Paulo: Nova Stella. 1985.
  • Astrologia e religião. São Paulo: Nova Stella. 1986.
  • Fronteiras da tradição. São Paulo: Nova Stella. 1986.
  • Símbolos e mitos no filme “O silêncio dos inocentes”. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais. 1992.
  • Os gêneros literários: seus fundamentos metafísicos. 1993.
  • O caráter como forma pura da personalidade. 1993.
  • A nova era e a revolução cultural: Fritjof Capra & Antonio Gramsci. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais & Stella Caymmi. 1994.[nota 2]
  • Uma filosofia aristotélica da cultura. Rio de Janeiro: Instituto de Artes Liberais. 1994.
  • O jardim das aflições: de Epicuro à ressurreição de César – Ensaio sobre o materialismo e a religião civil, Rio de Janeiro: Diadorim. 1995.
  • Aristóteles em nova perspectiva: Introdução à teoria dos quatro discursos. Rio de janeiro: Topbooks. 1996.
  • O imbecil coletivo: atualidades inculturais brasileiras. Rio de Janeiro: Faculdade da Cidade. 1996.
  • O futuro do pensamento brasileiro. Estudos sobre o nosso lugar no mundo. 1998.
  • O imbecil coletivo II: A longa marcha da vaca para o brejo e, logo atrás dela, os filhos da PUC, as quais obras juntas formam, para ensinança dos pequenos e escarmento dos grandes. Rio de Janeiro: Topbooks. 1998.
  • O Exército na História do Brasil. Edição bilíngue (português / inglês). 4 Vols. Rio de Janeiro/Salvador: Biblioteca do. Exército e Fundação Odebrecht, 1998.
  • Coleção história essencial da filosofia. São Paulo: É Realizações. 2002-2006.
  • A Dialética Simbólica – Ensaios Reunidos São Paulo: É Realizações. 2006.
  • Maquiavel ou A Confusão Demoníaca São Paulo: Vide Editorial. 2011.
  • A filosofia e seu Inverso, São Paulo: Vide Editorial. 2012.
  • Os EUA e a nova ordem mundial (coautor Alexandre Dugin), São Paulo: Vide Editorial, 2012.
  • Visões de Descartes entre o gênio mal e o espírito da verdade. Vide Editorial, 2013
  • O Mínimo que Você Precisa Saber para não Ser um Idiota, Felipe Moura Brasil (org.), 467 páginas, Rio de Janeiro: Record, 2013.
  • Apoteose da vigarice – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume I). São Paulo: Vide Editorial, 2013.
  • O mundo como jamais funcionou – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume II). Vide Editorial, 2014.
  • A Fórmula para Enlouquecer o Mundo – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume III). Vide Editorial, 2014.
  • A inversão revolucionária em ação – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume IV). Vide Editorial, 2015.
  • O império mundial da burla – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume V). Vide Editorial, 2016.
  • O dever de insultar – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume VI). Vide Editorial, 2016.
  • Breve retrato do Brasil – Cartas de um terráqueo ao planeta Brasil (Volume VII). Vide Editorial, 2017.

Como autor secundário:

  • Arthur Schopenhauer. Como vencer um debate sem precisar ter razão: em 38 estratagemas (dialética erística). Introdução, notas e comentários de Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro: Topbooks, 1997.
  • Otto Maria Carpeaux. Ensaios reunidos, 1942-1978. Organização, introdução e notas de Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro: UniverCidade & Topbooks. 1999.
  • Émile Boutroux. Aristóteles. Introdução e notas de Olavo de Carvalho. Rio de Janeiro: Record. 1999.
  • René Guénon. A Metafísica Oriental. Tradução de Olavo de Carvalho.
  • Mário Ferreira dos Santos – A Sabedoria das Leis Eternas. Introdução, edição de texto e notas de Olavo de Carvalho. São Paulo: É Realizações. 2001.
  • Paulo Mercadante. A coerência das incertezas: símbolos e mitos na fenomenologia histórica luso-brasileira. Introdução, edição de texto e notas de Olavo de Carvalho. É Realizações, 2001.
  • Wolfgang Smith. O Enigma Quântico. Prefácio à Edição Brasileira: Olavo de Carvalho. Vide Editorial, 2011.
  • Andrew Lobaczewski. Ponerologia: Psicopatas no Poder. Com prefácio de Olavo de Carvalho. Vide Editorial, 2014.

Mesmo com esse acervo, o professor considera que sua maior contribuição para os brasileiros é o seu Curso Online de Filosofia. Segundo ele, ali está a essência de seu pensamento. Mais de 15 mil alunos já passaram por esse curso desde 2009.

Jardim das Aflições

Jardim das Aflições, The Garden of Afflictions, é um filme de 2017 que aborda a obra, o pensamento e o cotidiano do professor, escritor e filósofo brasileiro Olavo de Carvalho.

Foi dirigido pelo cineasta brasileiro Josias Teófilo. A produção executiva ficou sob o encargo de Matheus Bazzo e a direção de fotografia com Daniel Aragão.

Foi lançado em 27 de julho em Nova Iorque e em 31 de maio em diversas cidades brasileiras.

Na época, esse projeto foi o maior financiamento coletivo para um filme na história do Brasil.

Prêmios recebidos

  1. Medalha do Pacificador, em 1999.
  2. Ordem Nacional do Mérito da Romênia, em 2000.
  3. Medalha do Mérito Santos-Dumont, em 2001.
  4. Medalha Tiradentes, em 2012
  5. Ordem do Rio Branco no grau de Grã-Cruz, em 2019. Essa é a mais alta homenagem diplomática conferida pelo governo brasileiro, apenas para pessoas físicas, jurídicas, corporações militares ou instituições civis, nacionais ou estrangeiras pelos seus serviços ou méritos excepcionais.

Como ler um livro de Olavo de Carvalho? Dicas do professor

Olavo recomendava que seus alunos organizassem suas leituras de acordo com os temas de seu interesse e principais pesquisas do momento. Outro método importante de Olavo era o uso de um lápis para marcar os pontos que interessam e fazem sentido para o leitor.

O filósofo recomendava que as leituras não fossem feitas de forma apressada, mas sim meditativa, calma. Para ele, o mais importante era a compreensão do conteúdo e a capacidade de conseguir explicar o que se aprendeu com a obra.

Essas eram as dicas que o professor passava para seus alunos. As obras acima listadas podem ser lidas de acordo com o interesse no tema, conforme dicas do professor Olavo. Um bom começo geral é a obra “O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota”.

O livro é uma coletânea de artigos de Olavo, possui diversos assuntos. O conteúdo mostra parte importante do ponto de vista do filósofo.

Quantos livros Olavo de Carvalho recomenda ler por ano?

Olavo de Carvalho recomenda a leitura de sessenta livros por ano. Em um post no twitter, Olavo dá dicas de como organizar as leituras.

Sobre sua filosofia, as frases abaixo elencadas elucidam pontos importantes da filosofia de Olavo de Carvalho.

Homenagens póstumas

Olavo de Carvalho faleceu no dia 24 de janeiro de 2022. Olavo tinha 74 anos quando faleceu. Após sua morte, milhares de seguidores de Olavo manifestaram carinho e estima pelo professor após sua morte, desde cidadãos comuns a políticos e intelectuais consagrados, como Ives Gandra Martins e Wolfgang Smith.

Mesmo após sua morte, Olavo continua a ganhar mais seguidores em suas redes sociais. 

Olavo possui milhões de seguidores em suas redes sociais. Apenas no YouTube, Olavo de Carvalho conta com mais de 1 milhão de inscritos em seu canal. 

O filósofo alcançou o posto de um dos maiores autores best-sellers do Brasil, tendo vendido mais de 400 mil cópias dos livros O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Não Ser um Idiota e O Imbecil Coletivo entre 2013 e 2019.

Segundo o UOL, Olavo de Carvalho, sozinho, faturou mais de R$ 11.000.000,00 para a editora Record, mesmo a editora tendo lançado apenas 2 volumes de todas as suas 21 obras publicadas, um marco inédito para o mercado editorial brasileiro.

Após sua morte, o governo brasileiro emitiu notas de pesar em homenagem ao filósofo. O Estado declarou luto oficialmente. A bandeira do Brasil ficou estendida a meio mastro por todo o país.

Comente e compartilhe. Quem você acha que vai gostar de ler sobre quem é Olavo de Carvalho?

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